De acordo com o Conselho Tutelar do município, inicialmente, duas famílias de indígenas venezuelanos da etnia Warao desembarcaram na rodoviária de Itabuna, vindas de Jequié, e tinham como destino final a cidade de Vitória, no Espírito Santo, onde teriam uma oportunidade de emprego. A oferta ilegal das crianças tinha como objetivo arrecadar dinheiro para a compra das passagens, mas, de acordo com o Conselho Tutelar, o grupo só queria gerar comoção para conseguir doações.
"Eram três crianças. Infelizmente diziam estar vendendo, mas subentendo que tenha sido a fim de comover a população. Porque de fato eles são muito protéticos com a prole", explicou a conselheira tutelar Joelma Gonçalves dos Santos, que atendeu o caso.
A conselheira acompanha o caso de imigrantes venezuelanos no município desde abril do ano passado, quando o primeiro grupo desembarcou em Itabuna. "Ocorre que esses venezuelanos estavam na cidade desde esse período relatado, havendo rodízio de pessoas, mas aqui ficaram estabelecidos por todos esses meses. A Secretária de Assistência Social deu suporte e eles foram abrigados em uma casa que denominamos de 'Abrigo dos Venezuelanos'. Nesse abrigo eles tiveram todo o suporte necessário para a sobrevivência, além de amparo médico e legal", relatou Joelma.
Contudo, o grupo manifestou o desejo de ir embora do abrigo e partiram para Jequié. De lá, eles migraram para Teixeira de Freitas e uma parte ainda partiu para Vitória, no Espírito Santo.
Segundo a conselheira tutelar, alguns remanescentes que ainda estavam em Jequié e pretendiam chegar a Teixeira de Freitas - para depois seguirem para o Espírito Santo - foram para Itabuna em busca de dinheiro para prover as passagens.
Com os relatos sobre a tentativa de venda das crianças, o conselho tutelar e a polícia foram acionados. Após o atendimento das famílias, a Secretária de Assistência Social de Itabuna arcou com as custas das passagens de ônibus para Vitória (ES) e todos os imigrantes embarcaram às 17 horas desta segunda.
"O primeiro grupo que chegou pela manhã foi de seis pessoas, à tarde chegaram mais 14 e todos foram embarcados", explicou a conselheira. Antes do embarque, todos foram alimentados. As crianças também viajaram com seus respectivos pais.
O CORREIO também procurou a Polícia Militar, que informou que as informações sobre o ocorrido eram de responsabilidade da Vara da Infância e Juventude do município.
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