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Bocão 64

segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Os filhos estão sendo educados com excesso ou falta de amor?


Quando o assunto é educação, surgem as dúvidas: estamos educando os filhos com falta ou excesso de amor?

Diante de um mundo em que predomina o desequilíbrio econômico, o qual alguns países possuem excesso de riqueza e outros a escassez de recursos, as pessoas acabam se acostumando a conviver com essas diferenças; muitas vezes, deixam de perceber as consequências. Na formação dos filhos, também, podemos ver excessos ou escassez nos relacionamentos. Por isso, precisamos nos perguntar como anda o equilíbrio da afetividade nas famílias, sejam elas carentes ou não, e quais consequências têm sido colhidas na vida adulta.

É claro que, como mantenedores das necessidades emocionais e físicas dos filhos, as ações dos pais impactam fortemente na constituição da psique dos filhos. No entanto, a falta de tempo e o excesso de culpa têm permeado muitas relações e trazido muitos sofrimentos. Por isso, é momento de estar mais presente e não assumir a responsabilidade das decisões que são tomadas pelos filhos e que não pertencem aos pais.

Equilíbrio na dose de afeto
As mães, no papel maternal, geralmente propiciam vínculos afetivos e amor incondicional por seus filhos, e mesmo não concordando com atitudes deles, não os abandona, nem se rendem ao impossível. Entretanto, a escassez de tempo, a necessidade de vencer no mundo profissional e a opção de deixar outra pessoa em seu lugar, pode levá-las a um vazio. Ao contrário, uma mãe que não trabalha, não têm projetos, pode passar um tempo em excesso com as crianças, levando-as [as mães] a considerar a maternidade um peso. Depois, por serem responsáveis pela felicidade da mãe, muitos filhos adultos apresentam uma conta afetiva alta, que os impede de seguir a vida. O equilíbrio na dose de afeto maternal vai definir quem os filhos serão emocionalmente.

Outro ponto importante é o relacionamento do casal, pois, é a mãe quem abre espaço para a relação entre pai e filho. Muitas vezes, as esposas competem pelo amor do filho, atrapalhando a criação de vínculos que vão organizar a afetividade deles com os pais. É importante que, o casal invista na vida a dois e, também, no convívio com os filhos. São amores diferentes, que, bem equilibrados, se completam. Filhos são importantes, entretanto, não são a única prioridade do casal.

Os pais, no papel masculino, contribuem com o cumprimento da lei, fazem o corte entre mãe e filho, permitindo que esse se enxergue como indivíduo. Quando chega o tempo do filho buscar novos horizontes, faz o convite para sair do ninho em busca da liberdade, a qual traz responsabilidades e direitos. Escolhas fazem parte do processo de amadurecimento. Alguns pais, excedem nas leis e, gastam pouco tempo na convivência que ajudaria nesse aprendizado, ou, por insegurança, dificultam a saída de casa, criando filhos dependentes e frágeis.

Independente da maneira, é preciso demonstrar afeto
É lógico que, as crianças não restringem suas relações apenas aos pais. À medida que crescem, expandem o convívio social, mas, na primeira infância, as referências que marcam a existência das pessoas, provêm do ambiente familiar. A demonstração de afeto varia de pessoa para pessoa, sendo pais ou filhos. Alguns capricham no carinho, outros investem na educação ou têm um senso prático de solucionar problemas, não importa a forma, mas a criança precisa se sentir amada e valorizada para poder amar e valorizar o outro.

Ensine os seus filhos a valorizarem o que têm por meio da Paternidade da Escassez

Muitas pessoas tiveram uma infância sem acesso algum à maioria dos objetos que desejavam por conta da situação financeira dos pais. Dessa forma, é comum que quando eles cresçam e também se tornem pais, se esforcem para dar tudo aos filhos. No entanto, essa premissa pode gerar consequências negativas, sendo necessário aprender mais sobre a Paternidade da Escassez.
O Valor das Coisas
Estudos demonstram que quando se tem fácil acesso à objetos, como brinquedos, por exemplo, não existe uma valorização dos mesmos. Afinal, a criança saberá que sempre que cansar de um item, poderá substituir por outro do mesmo ou diferente. Consequentemente, não irá cuidar tão bem do que já tem.
Dessa forma, para muitos pais, o grande desafio é conseguir ensinar os seus filhos a valorizar suas coisas. Afinal, com privilégios ou não, tudo aquilo que se conquista deve ser fruto de trabalho honesto, e certamente não é fácil para os pais conseguirem oferecer o melhor para as crianças.

No entanto, quando não se ensina o valor de tudo o que se tem, é comum que pensar que é fácil conseguir qualquer coisa. Inclusive, quando sempre se entrega aquilo que o filho quer, então ele sempre acreditará que não existe esforço em conseguir o que deseja.

Conheça a Paternidade da Escassez
O modelo de Paternidade da Escassez visa justamente ensinar um pouco mais sobre a valorização ao retirar o acesso fácil a muitos objetos. Ou seja, deixar que o seu filho espere um pouco pelo brinquedo que queria, mesmo quando já se tem o dinheiro suficiente para comprá-lo.

Assim, certamente ele aprenderá a valorizar mais o objeto que tem em mãos, e não irá quebrá-lo rapidamente, por exemplo. Além disso, os pais podem trabalhar de modo a entregar brinquedos de acordo com um método de recompensas.

Aqui, a criança poderia fazer algumas tarefas domésticas simples, como arrumar o quarto todos os dias, ou jogar o lixo fora. Desse modo, é possível ensinar que sempre existe trabalho envolvido no processo de conseguir o que queremos, e certamente seu filho desenvolverá maior responsabilidade sobre o que pede.

Grupos e influenciadores oferecem limpeza solidária na casa de pessoas com depressão


Tudo começou há um ano, quando o diarista Guilherme Gomes, 20, ainda morava em Manaus (AM) e percebeu que algumas casas onde fazia faxinas tinham objetos acumulados e higiene precária.

"Ao invés de julgar, abandonar o serviço ou fazer só pelo dinheiro eu perguntava para o cliente se ele estava bem. Foi então que começaram a me relatar os problemas que envolviam perdas recentes, depressão e problemas financeiros. Algumas faxinas eu nem cobrava porque via o quanto estava difícil", conta.

O tempo passou e Gui, como é conhecido, começou divulgar as faxinas solidárias quando tinha o consentimento do cliente. Hoje, o diarista, que vive em São Paulo, conta com 35 atendimentos do tipo.

Por meio de doações dá continuidade ao serviço e, com ele, se tornou um influenciador e defensor deste tema que, além da limpeza, envolve a saúde mental.
Há uns quatro meses, quando comecei a divulgar, muita gente do país me procurou. E comecei a falar e mostrar que a depressão, por exemplo, não é frescura, é um assunto sério e que merece atenção, principalmente do poder público. Vejo que eu faço um trabalho que poderia ser realizado por governantes, mas não é o que acontece", diz.

A limpeza solidária, realizada pelo influenciador e diarista, também é feita por instituições e grupos. Eles miram aqueles que, devido a sua situação de saúde mental em decorrência de transtornos como o depressivo, não conseguem manter a moradia em condições adequadas de higiene e organização.

Segundo a Pesquisa Vigitel 2021, cerca de 11,3% dos brasileiros receberam um diagnóstico de depressão. A incidência maior é entre mulheres, com 14,7%. Além da depressão, outras patologias podem causar estes comportamentos, de acordo com Vanessa Flaborea Favaro, psiquiatra e diretora dos ambulatórios do IPq-USP (Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo).

"Qualquer outra patologia psiquiátrica que traga uma perda de capacidades pragmáticas pode fazer com que a pessoa não consiga ter esse autocuidado ou o cuidado com a casa. Demências, pacientes psicóticos afastados da realidade e um estado grave, uma outra patologia, em especial, o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), que muitas vezes leva a limpeza exagerada de uma parte do corpo ou da casa. Além dos acumuladores, que não conseguem se desfazer de objetos mesmo que sejam danosos para a higiene do ambiente", afirma a psiquiatra.

De acordo com ela, em casos extremos a internação pode ser necessária. A ajuda, em muitos casos, representa alívio para quem está em sofrimento mental.

O projeto Limpeza Voluntária, criado há oito meses, também atua em prol daqueles que vivem em más condições de higiene e organização por decorrência da sua saúde mental.

Idealizado pelas estudantes Julia Melhem e Mônica Garcia, que já tiveram depressão, o programa faz seus atendimentos no litoral de São Paulo a partir de doações.

"Temos uma equipe de seis pessoas e atendemos algumas vezes no mês. Ver que a gente pode ajudar a dar um novo recomeço para a vida de alguém é gratificante" diz Julia, que teve a ideia de criar o projeto depois de ver vídeos de influenciadores realizando a mesma ação.

Para a psicóloga Tainara Cardoso, é importante que pacientes com depressão ou outra patologia tenham uma rede de apoio, além da ajuda profissional. A profissional salienta que questões sociais e raciais também podem ter peso no processo depressivo, de isolamento e de qualquer outro transtorno mental.

"É importante pensar um caminho. Uma construção de um cuidado, mas é importante que esse paciente seja acompanhado profissional, tenha uma escuta. Para atendimento gratuito, por exemplo, existe o Caps [Centro de Atenção Psicossocial], que vai auxiliar nestes casos de alta complexidade e sofrimento psíquico. Tem também a TCC (terapia cognitivo comportamental), que é mais objetiva. Mas é fundamental que esses pacientes sejam respeitados, que tenham diálogo, escuta e entendam que podem ser ajudados", diz.

ONDE BUSCAR AJUDA?
Procure a UBS (Unidade Básica de Saúde) ou o Caps mais próximo da sua residência
Em caso de emergência, entre em contato com o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ligando para 192
Converse com um voluntário do CVV (Centro de Valorização da Vida) ligando para 188 (chamada gratuita a partir de qualquer linha telefônica fixa ou de celular de todo o território nacional) ou acesse www.cvv.org.br

ANSIEDADE: sintomas podem durar uma vida inteira; veja dicas para controlar


Aflição, angústia e sentimento de perturbação causados por incerteza e contexto de perigo são condições associadas à ansiedade - um desconforto que, a depender do grau e intensidade, pode nos beneficiar e também nos prejudicar.

"A ansiedade é uma função mental útil a todos nós. Mas existem algumas situações em que a ansiedade vai crescendo e começa a prejudicar o indivíduo. A ansiedade começa a trazer um prejuízo àquela situação", explica o médico psiquiatra Antonio Egídio Nardi, em vídeo do Canal da Psiquiatria, da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). 

Ao falar sobre ansiedade, Antonio Egídio Nardi destaca como se trata de uma sensação comum do ser humano e, inclusive, define esse desconforto como "uma função mental útil a todos nós". Afinal, a ansiedade é fundamental para nos ajudar a evitar situações de riscos e resolver possíveis problemas.
Ou seja, é natural ter alguns sintomas físicos quando estamos muito preocupados, como perda de sono, aumento ou diminuição no apetite e palpitações, entre outros. Mas os sintomas vão embora quando a preocupação e a ansiedade acabam.

"Quando ficamos ansiosos e preocupados, tomamos medidas para evitar um problema ou qualquer situação que nos preocupa capaz de gerar alguma ameaça. Assim, quando uma pessoa fica preocupada diante de algo, ela toma medidas para evitar alguma situação que poderá prejudicá-la." 

O psiquiatra destaca que, enquanto preocupada, a pessoa pode dormir mal, ter vários sintomas físicos e psíquicos. O apetite também pode diminuir ou aumentar, podem aparecer problemas gastrointestinais, além de uma má sensação física e psíquica. Entretanto, quando o problema é resolvido, a ansiedade desaparece imediatamente. 

"Mas, quando o indivíduo fica tão ansioso com a situação, a ponto de não conseguir se controlar, passando muito mal com sintomas físicos e psíquicos, isso traz um prejuízo enorme. Ele não tem um bom desempenho. A ansiedade passa a ser patológica (doença). Além da intensidade dos sintomas, a ansiedade passa a ser crônica; pode durar muito tempo e, às vezes, uma vida inteira", alerta Antonio Egídio Nardi. 

A explicação do psiquiatra remete a um transtorno de ansiedade generalizado, conhecido pela sigla TAG no meio médico. "Também pode ocorrer o transtorno do pânico, caracterizado por crises de ansiedade que geram fobias, limitações à vida."

Ele acrescenta que isso é diferente da ansiedade adaptativa, aquela que é boa porque nos ajuda a evitar problemas. 

"Mas a ansiedade patológica nos prejudica. É importante procurar tratamento, que nos ajuda a vencer o mal que nos aflige", orienta o médico psiquiatra.