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Bocão 64

domingo, 29 de maio de 2022

Especialistas em doenças infecciosas cobram OMS sobre varíola dos macacos

Alguns importantes especialistas em doenças infecciosas estão cobrando medidas mais rápidas das autoridades sanitárias globais para conter um surto cada vez maior de varíola que se disseminou em pelo menos 20 países.

Eles defendem que governos e a Organização Mundial de Saúde (OMS) não podem repetir os erros iniciais da pandemia de Covid-19 que atrasou a identificação de casos, ajudando o vírus a se espalhar.

Embora a varíola não seja tão transmissível ou perigosa quanto o coronavírus, segundo esses cientistas, há a necessidade de uma orientação mais clara sobre como pessoas infectadas com varíola devem se isolar, conselhos mais explícitos sobre como proteger as pessoas que estão em risco e melhores testes e rastreamento de contatos.
“Se isso se tornar endêmico (em mais países), teremos outra doença complicada e muitas decisões difíceis a tomar”, disse Isabelle Eckerle, professora do Centro de Genebra para Doenças Virais Emergentes, na Suíça.

A OMS está ponderando se o surto deve ser avaliado como uma possível emergência de saúde pública de relevância internacional (PHEIC, na sigla em inglês), disse uma autoridade à Reuters.

A determinação da OMS de que um surto representa uma emergência sanitária global – como a Covid ou a Ebola – ajudaria a acelerar pesquisa e financiamentos para conter a doença.
“Está sempre sob consideração, mas nenhum comitê de emergência ainda (sobre a varíola)”, disse o diretor de programas de emergência sanitária da OMS, Mike Ryan, durante a reunião anual da agência em Genebra.

No entanto, especialistas dizem que é improvável que a OMS chegue a essa conclusão em breve porque a varíola é uma ameaça conhecida, e o mundo tem as ferramentas para enfrentá-la. Discutir se organizará comitês de emergência, o órgão que recomenda a emergência de saúde pública, apenas faz parte da resposta normal da agência, disseram autoridades da OMS.

Eckerle cobrou que a OMS encoraja países a adotar medidas de isolamento mais coordenadas e rígidas, mesmo sem uma declaração de emergência. Ela se preocupa que o discurso de que o vírus é leve, assim como a disponibilidade de vacinas e tratamentos em alguns países, “possa levar a um comportamento preguiçoso das autoridades públicas de saúde”.

Brasil registra 62 mortes e mais de 8 mil casos de Covid-19 em 24 horas

O Brasil registrou 62 mortes e 8.195 casos de Covid-19 nas últimas 24 horas. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde neste domingo (29).

Com a atualização, o país tem um total de 30.953.579 casos e 666.453 vítimas da doença desde o início da pandemia, em março de 2020.
Nova fase da vacinação
A partir desta semana, clínicas particulares das capitais de todo o país já poderão aplicar a vacina AstraZeneca contra a Covid-19. 

Doença na China
As autoridades de Xangai devem reverter condições para que as empresas retomem o trabalho a partir da próxima quarta-feira (1º), disse uma autoridade municipal neste domingo (29), aliviando um bloqueio em toda a cidade que começou há cerca de dois meses, e também introduzirá políticas para apoiar a economia. 
Coreia do Norte
As principais autoridades norte-coreanas discutiram a revisão das restrições contra o coronavírus neste domingo, ao avaliarem que a situação do primeiro surto da Covid-19 reconhecido no país estava “melhorando”, informou a mídia estatal. 

Cuidados básicos ajudam a prevenir doenças respiratórias!!

Clínicas particulares começam a aplicar vacina contra a Covid-19 nesta semana

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC), Geraldo Barbosa, a embalagem do imunizante será diferente da que os brasileiros estão acostumados a ver, na distribuição da Fiocruz para os postos de imunização espalhados pelo país.

“É uma embalagem específica para a venda. Conseguimos fazer com que o Brasil seja o primeiro no mercado privado no mundo. Um benefício de toda a sociedade que precisa completar o esquema vacinal”, afirma Barbosa.
Com o tempo, a imunização nas clínicas particulares avançará para outros municípios, mas o cronograma ainda não está definido.

As doses chegaram ao Brasil no fim de abril. O preço de venda do imunizante na fábrica chega aos R$ 151 reais, valor definido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), instância interministerial que trata dos preços praticados no setor.

Para o consumidor final, no entanto, o custo deve variar entre R$ 300 e 350 reais. A aplicação vai obedecer aos mesmos critérios adotados na rede pública.
Serão oferecidas vacinas apenas para pessoas acima dos 18 anos, que precisam completar o esquema vacinal ou que estejam se vacinando pela primeira vez.

“Todos os casos serão registrados no programa de informações do Governo Federal, o ConecteSUS. As clínicas também devem checar se o paciente já se submeteu a todas as doses, para evitar excedentes”, conclui o presidente da associação.

Com alta de vírus respiratórios, especialistas avaliam uso de máscaras por crianças


A alta de casos de Covid-19 e o aumento de internações pediátricas por vírus respiratórios motivam especialistas a recomendar a volta do uso de máscara nas escolas, mesmo em crianças pequenas.

O uso da proteção facial só não foi obrigatório em nenhum momento para menores de 2 anos pelo risco de dificultar a respiração e de asfixia. Para os maiores, o uso é indicado, principalmente, em ambientes fechados.
A causa principal do aumento de internações são os vírus respiratórios, como o vírus sincicial respiratório (VSR) e o influenza (causador da gripe), comuns nesta época, além do novo coronavírus. A diferença neste ano, dizem médicos, é que um número alto de bebês e crianças teve contato com esses vírus ao mesmo tempo, após dois anos de pandemia em que ficaram isoladas em casa.
“A Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta que seja feito o uso de máscaras a partir dos 7 anos em relação ao novo coronavírus. No entanto, no Brasil temos tido boas experiências com crianças mesmo entre 2 e 3 anos. Mantendo a máscara bastante ajustada, sem problemas. Dentro das salas de aula, na medida do possível, é bom que as crianças usem as máscaras”, diz Fausto Flor Carvalho, presidente do Departamento de Saúde Escolar da Sociedade de Pediatria de São Paulo.
Conforto
No caso das crianças, a melhor máscara é aquela com a qual ela se sinta mais confortável.

“O equipamento de proteção deve ficar bem ajustado ao rosto, cobrindo a boca e o nariz, para que não haja escape de ar pelas laterais. Em geral, máscaras cirúrgicas infantis com camada tripla são as mais indicadas. As máscaras de tecido podem ser usadas, mas não são muito efetivas. Já as máscaras N95 não são indicadas, pois deixam as crianças desconfortáveis”, orienta Renato Kfouri, pediatra, infectologista e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
A pediatra e neonatologista Maria Cecília Correia Hyppolito concorda com a orientação. “O uso de máscara protege não apenas contra o novo coronavírus, mas é válido para todas as infecções respiratórias, como influenza”, destaca a especialista.

Para Raquel Stucchi, infectologista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o acessório deveria ser exigido até o fim da estação mais fria. “O uso de máscaras deveria ser obrigatório em ambientes fechados sem ventilação natural até, no mínimo, o fim do inverno“, defende ela, que é consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Troca de máscaras
A recomendação é de que a máscara seja trocada a cada três horas ou antes, caso haja necessidade. Por outro lado, especialistas também se preocupam com a exigência de máscaras nas salas de aula, enquanto outros ambientes continuam com livre circulação.

Ao longo da pandemia, gestores foram criticados por priorizar a abertura de bares e academias em detrimento das escolas – o Brasil foi um dos países que mantiveram colégios fechados por mais tempo.

Entre as preocupações de cientistas estão as consequências cognitivas e para a saúde mental do crescimento e convívio das crianças sempre com a proteção no rosto, o que muda a forma de contato com o próximo.

Casos de varíola dos macacos chegam a 257 em 23 países não endêmicos, diz OMS


A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou, neste domingo (29), um comunicado com a atualização do cenário epidemiológico da varíola dos macacos no mundo. De acordo com a OMS, foram confirmados laboratorialmente 257 casos em 23 países considerados não endêmicos para a doença.

Segundo o levantamento, cerca de 120 casos suspeitos também foram relatados à OMS, sendo que nenhuma morte foi reportada. Os dados consideram as estimativas da OMS até o dia 26 de maio.

A entidade alerta que a situação evolui rapidamente e mais casos devem ser identificados à medida que a vigilância se expande em países não endêmicos, bem como em países conhecidos como endêmicos que não relataram casos recentemente.
Cenário epidemiológico
A OMS afirma que as investigações epidemiológicas estão em andamento e que a maioria dos casos notificados até agora não tem vínculos de viagem estabelecidos para uma área endêmica. Além disso, os casos foram identificados por meio de unidades de saúde de atenção primária ou serviços de saúde sexual.

A identificação de casos confirmados e suspeitos da doença sem ligações diretas de viagem a uma área endêmica é considera atípica pela OMS.
A epidemiologia preliminar das infecções iniciais notificadas à OMS pelos países mostra que os casos foram notificados principalmente entre homens que fazem sexo com homens (classificação técnica que inclui gays, bissexuais e pessoas que não se identificam com alguma dessas orientações).

De acordo com a OMS, um caso de varíola em um país não endêmico é considerado um surto. O aparecimento súbito da varíola dos macacos simultaneamente em vários países não endêmicos sugere que pode ter havido transmissão não detectada por algum tempo, bem como eventos amplificadores recentes.
Sobre a varíola dos macacos
A doença é causada por um vírus que pertence ao gênero ortopoxvírus da família Poxviridae. Existem dois grupos de vírus da varíola dos macacos: o da África Ocidental e o da Bacia do Congo (África Central).

O vírus da varíola dos macacos é transmitido de uma pessoa para outra por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama. O período de incubação é geralmente de 6 a 13 dias, mas pode variar de 5 a 21 dias.
Várias espécies animais foram identificadas como suscetíveis ao vírus da varíola dos macacos, incluindo esquilos, ratos, arganazes, primatas não humanos e outras espécies. De acordo com a OMS, são necessários mais estudos para identificar os reservatórios exatos e como a circulação do vírus é mantida na natureza. A ingestão de carne e outros produtos de origem animal mal cozidas de animais infectados é um possível fator de risco.
A varíola geralmente é autolimitada, mas pode ser grave em alguns indivíduos, como crianças, mulheres grávidas ou pessoas com imunossupressão devido a outras condições de saúde.

As infecções humanas com o tipo de vírus da África Ocidental parecem causar doenças menos graves em comparação com o grupo viral da Bacia do Congo, com uma taxa de mortalidade de 3,6% em comparação com 10,6% para o da Bacia do Congo.
O diagnóstico diferencial clínico inclui outras doenças exantemáticas, como catapora, sarampo, infecções bacterianas da pele, sarna, sífilis e alergias associadas a medicamentos. A alteração do tamanho dos linfonodos (linfadenopatia) pode ser uma característica clínica para distinguir a doença.

Os países endêmicos da varíola dos macacos são: Benin, Camarões, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Gabão, Gana (identificado apenas em animais), Costa do Marfim, Libéria, Nigéria, República do Congo, Serra Leoa e Sudão do Sul.