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Bocão 64

sexta-feira, 13 de maio de 2022

Preço do prato-feito subiu mais que o dobro da inflação pelo IPC-M, aponta FGV

Comer fora de casa ficou mais caro nos últimos 12 meses. De acordo com um levantamento do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), o prato-feito apresentou alta média de 23,53%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Mercado (IPC-M), aferido pela entidade. Esse nível representa mais que o dobro da inflação registrada pelo indicador no período, de 10,37%.

O IPC-M utiliza metodologia diferente da empregada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável por verificar a inflação oficial, que é de 12,13% no período. O estudo do FGV Ibre leva em conta conta as variações de preços de dez dos itens mais presentes no famoso “PF”: arroz, feijão-preto, feijão-carioca, alface, batata-inglesa, cebola, tomate, frango em pedaços, ovos e carnes bovinas.

Os alimentos in-natura foram os grandes vilões para o aumento do preço da refeição de custo mais previsível: o tomate mais que dobrou de preço, com crescimento de 126,8%, seguido da batata-inglesa e do alface, que tiveram evolução de 44,65% e 32,5%, respectivamente. Junto da cebola, que acumulou 12,44% de aumento, os componentes que tornam a refeição mais nutritiva e balanceada passaram a pesar no bolso dos brasileiros.

Economista associado do FGV Ibre, Matheus Peçanha aponta que os problemas climáticos têm impacto direto em preços e gôndolas dos hortifrutis:

“A gente tem sofrido sucessivos choques de custos no setor agrário. Em 2020 foi a seca generalizada, logo depois vieram as chuvas muito fortes e agora esse novo verão, com uma monção muito grande, chuvas torrenciais, que afetaram a produção de hortaliças e legumes”, afirmou o economista.

Os preços das proteínas também foram impactados pelas chuvas, mas sofreram principalmente com a alta do dólar, a maior demanda internacional e o consequente aumento da exportação, que esvazia o mercado interno. As carnes bovinas tiveram alta de 11,82%, o frango de 21,1% e os ovos, que seguem a tendência da granja, de 11,32%.

Os únicos preços a caírem foram o do arroz, que registrou baixa de 10,5%, e o feijão-preto, com queda de 3,4%. O feijão-carioca seguiu a tendência de alta, com aumento de 5,71%.

Bares e restaurantes tão são afetados

A alta da inflação também atinge donos e consumidores de bares e restaurantes em todo o Brasil. Em abril, de acordo com o IPCA, a inflação nos últimos 12 meses da alimentação fora de casa foi de 6,63%, enquanto o aumento de preços das refeições dentro do lar foi de 13,73%.

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci, são os empreendedores que seguram a alta de preços do setor:

“Se por um lado isso torna mais vantajoso para o consumidor comer fora de casa, em termos relativos, por outro, diminui as margens de um setor que ainda está buscando uma recuperação. O caso da cerveja é exemplar. Nos supermercados o preço para o consumidor subiu 9% nos últimos doze meses, enquanto nos bares foi menos da metade disso”, disse.

Em algumas capitais, os preços de bebidas e alimentos em bares e restaurantes chegaram até mesmo a apresentar queda, na tentativa atrair a clientela. No Rio de Janeiro, a redução foi de 0,38%, seguida por quedas de 0,32% em Fortaleza e 0,1% em Brasília.

Impacto no vale-refeição

O tempo gasto para utilizar todo o saldo do vale-refeição é de, em média, 24 dias. É o que aponta um levantamento feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em parceria com a Alelo, empresa especializada em benefícios corporativos.

A atual duração do benefício pago mensalmente é inferior ao registrado antes da pandemia, de 27 dias. O valor médio também caiu: de R$ 465,20 para R$ 415,30.

Dona de um restaurante no Catete, na Zona Sul do Rio de Janeiro, Jaqueline Rodrigues conta como percebe os efeitos dessa redução em termos de comportamento de consumo:

“Temos uma boa venda na primeira quinzena do mês, quando os tickets são recarregados. Mas na segunda quinzena, quase nada. As pessoas que almoçam no intervalo do trabalho são as mais prejudicadas”, disse.

A pesquisa também aponta que o poder de compra do vale-refeição tem sido pressionado em duas frentes: pela queda no valor médio dos benefícios e pela aceleração da inflação na economia brasileira.

*Sob supervisão de Stéfano Salles


Pais devem ser “porto seguro” dos filhos, diz criadora do Mães pela Diversidade


O filho da Maju Giorgi tinha apenas 5 anos quando ela e o marido perceberam que a criança era homossexual. A certeza, no entanto, só veio na adolescência.

“Quando ele tinha 14 anos, eu percebi que ele estava muito deprimido. Um dia, ele me abraçou e disse ‘mãe, sou gay’. Ele estava desesperado”, contou a Maju em entrevista à CNN Rádio nesta quarta-feira (4), no quadro “CNN no Plural“.

Foi então que surgiu a ideia de criar uma organização não-governamental para acolher pais e mães cujos filhos são homossexuais.

O coletivo Mães pela Diversidade surgiu em 2014. De acordo com Giorgi, que atualmente é coordenadora da ONG, os pais que procuram a instituição vão encontrar “acolhimento, terapia, psiquiatra, e, depois, informação”, contou ela. “Informação é o que destrói o preconceito.”

Para Maju Giorgi, os pais precisam ser o “porto-seguro” dos filhos. “As crianças LGBTQIA+ têm um destino pré-determinado, de um ciclo de violência em todos os lugares: na escola, no mercado de trabalho, na rua. Mas, muitas vezes, o primeiro lugar de violência é a própria casa. Então, a gente incentiva que os pais sejam o primeiro lugar de acolhimento”, afirmou.

“Nós estamos unidos pelo medo da violência, da truculência da falta de direitos e por um sentimento de injustiça que transborda. A gente gostaria de entender por que [os homossexuais são vítimas de violência]. Eles são inocentes”, declarou ela.


Eleitor jovem pode ser decisivo diante da polarização, diz cientista político


O eleitorado jovem pode ser decisivo nas eleições deste ano, segundo avaliação do cientista político da Faculdade Getulio Vargas (FGV) Marco Antonio Teixeira, em entrevista à CNN nesta quinta-feira (5).

“Se nós estamos imaginando que vamos ter uma eleição polarizada, muito disputada, entre os candidatos mais competitivos, o jovem pode ser o fator decisivo nessa eleição”, afirmou.

Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entre janeiro e abril deste ano, mais de 2 milhões de jovens entre 16 e 18 anos emitiram o título de eleitor no Brasil.

De acordo com o presidente do TSE, ministro Edson Fachin, o número representa um aumento de 47,2% em relação ao mesmo período em 2018 e de 57,4% quando comparada aos quatro primeiros meses do ano de 2014.

Para Teixeira, a entrada desse público na eleição traz também a pauta da diversidade ao cenário político. “Essa é a juventude que não é fundamentalista – nem do ponto de vista religioso, nem do ponto de vista sexual, nem do ponto de vista étnico – é antirracista”, explicou.

É por isso que, para o especialista, os candidatos que não considerarem esses aspectos terão “muita dificuldade para poder ingressar, de certa forma, no imaginário da decisão do voto desse eleitor.”

“Quando nós olhamos para essa juventude, nós percebemos que ela traz consigo o desafio da diversidade. De como conviver na mesma sociedade pessoas que têm crenças diferentes, pessoas que têm origens étnicas diferentes e pessoas que, de certa forma, têm concepções de vidas absolutamente distintas umas das outras”


Sobrecarregadas, mulheres sofrem mais de depressão e ansiedade que homens

Mais de 60% dos brasileiros se sentiram sobrecarregados nos últimos 12 meses. O peso foi maior para as mulheres, segundo pesquisa sobre impacto da pandemia na saúde mental dos trabalhadores realizada pelo Instituto Datafolha com o Zenklub.
A pesquisa mostrou que o percentual de mulheres sobrecarregadas foi de 68%, muito acima dos 56% registrados entre os homens. Entre as várias explicações para isso está o fato de as mulheres terem acumulado as tarefas domésticas com a vida profissional. “A pandemia é pesada para todo mundo, mas ela trouxe componentes que são endereçados ao colo da mulher, como o cuidado com os filhos. São questões que já existiam antes, mas não eram discutidas e que agora estão atrasando a carreira das mulheres”, diz Angela Castro, sócia da Deloitte.

Entre os problemas que vieram à tona com a pandemia estão a ansiedade, insônia, exaustão e depressão. Para todas essas dores, as mulheres sofreram mais que os homens.

A depressão esteve mais presente entre os profissionais que têm filhos (28%), enquanto a ansiedade entre os que não têm (69%).

Os dados também trouxeram que quanto mais jovem, maiores são os sintomas de exaustão e cansaço – 70% entre pessoas de 18 a 24 anos e 67% entre aqueles de 25 e 34 anos.

A pesquisa identificou ainda que 64% dos trabalhadores brasileiros não possuem nenhum benefício para cuidar da saúde mental. “A quantidade de pessoas com acesso à benefícios corporativos de saúde emocional é baixa”, afirma Rui Brandão, cofundador e CEO do Zenklub.

Por outro lado, 86% dos entrevistados consideram que esse tipo de benefício pode ajudar os colaboradores a lidar com os impactos negativos da pandemia.