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Bocão 64

terça-feira, 20 de setembro de 2022

Médicos alertam para risco de intoxicação após consumo elevado de vitamina D

O consumo por conta própria de vitamina D, na tentativa de blindar o organismo contra a Covid-19, preocupa cada vez mais os endocrinologistas. O nutriente tem boa relação com a imunidade, mas o uso precisa ser controlado. Doses excessivas têm provocado intoxicações, algo raro antes da pandemia.

Não há dados oficiais sobre as reações adversas. O aumento dos casos é uma percepção dos próprios médicos após relatos de pacientes nos consultórios, conforme a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Dentre os principais sintomas de quem exagerou na dose estão urina escura, fadiga, náuseas, vômitos e falta de apetite.

Em situações mais graves é necessária a internação do paciente, o que também cresceu, alerta a vice-presidente da SBEM, regional Minas, Flávia Coimbra Pontes Maia. A especialista reforça que o cenário se deve à falsa ideia – disseminada principalmente pelas redes sociais – de que a reposição da vitamina previne contra o coronavírus.

“Vários estudos comprovaram que repor a vitamina D não melhora o prognóstico dos pacientes com Covid-19”, afirma Flávia Maia. 

Segundo a profissional, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia levantou dados junto à indústria farmacêutica para medir o aumento do uso do hormônio. O levantamento mais recente mostrou que praticamente dobrou o consumo de vitamina D entre 2019 e 2020.

Injetáveis

Há relatos também de superdosagem sem relação direta com a pandemia. Caso da servidora pública Ellen Carvalho, de 40 anos, que precisou ficar hospitalizada após uma intoxicação.

Por quase três meses, a moradora de São Paulo enfrentou as consequências de um tratamento para a troca do método contraceptivo. Ela conta que, por orientação de uma clínica, aplicou a vitamina como parte de um protocolo de injetáveis.

"A deficiência de vitamina D pode prejudicar o sistema imunológico. Quando ela está baixa, é preciso corrigir a deficiência para deixar nosso sistema imunológico mais apto a fazer seu papel de defesa do nosso organismo. Quem não tem a deficiência não adianta tomar, pois não vai melhorar o sistema imunológico, não vai ter efeito, é só para quem tem deficiência", afirma Marise Lazaretti Castro, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

“Tive enxaqueca, dormência nos braços, rigidez nos dedos, dores nos membros superiores e inferiores. Não conseguia nem lavar o cabelo de tanta dor nas articulações”. Ellen precisou ser levada para uma UTI, onde ficou quatro dias sob cuidados intensivos.

O caso foi acompanhado pela clínica geral Sarina Occhipinti. “Quando a vitamina vem de forma injetável, os níveis séricos (quantidade de uma determinada substância no sangue) podem subir rapidamente. Pessoas mais sensíveis ou que não precisam da suplementação podem se intoxicar”. A médica reforça que cada pessoa metaboliza o nutriente de uma forma, sendo necessário identificar a dose segura caso a caso.

Sol
A melhor forma de se adquirir a vitamina D é tomando sol, mas sem exageros. Os horários mais seguros são às 10h ou 16h, por cerca de 15 minutos. Apesar da assimilação ser melhor sem o filtro solar, Sarina Occhipinti recomenda que as pessoas usem o protetor.

DESENVOLVIMENTO: A Maioria das crianças começa a demonstrar ceticismo em relação ao que adultos lhe dizem a partir dos 6 anos, indica estudo


"A pesquisa mostra que, à medida que as crianças envelhecem, elas se tornam mais céticas em relação ao que os adultos lhes dizem", disse Samantha Cottrell, do Laboratório de Aprendizagem e Desenvolvimento Infantil da Universidade de Toronto. "Isso explica por que as crianças mais velhas são mais propensas a tentar verificar alegações e são mais intencionais sobre a exploração de objetos."

A pesquisa mostrou que quanto mais as crianças ficam mais velhas, maior a probabilidade de tentarem verificar as alegações dos adultos por conta própria. Para chegar a essa conclusão, os psicólogos realizaram dois estudos. No primeiro, 109 crianças com idades entre quatro e seis anos foram apresentadas a três objetos familiares: uma pedra, uma esponja e um saco áspero. Um pesquisador então perguntava às crianças, individualmente 'você acha que essa pedra é dura ou mole?', ao que todos responderam que era dura.

O pesquisador rebatia então com uma informação que apoiava ou contradizia a percepção das crianças, como 'isso mesmo, essa pedra é dura' ou 'na verdade, essa pedra é macia, não dura'. Depois da fala do pesquisador, as crianças foram então questionadas novamente se a pedra era dura ou macia, e quase todas até os seis anos repetiram o que lhes foi dito pelo adulto. A partir dessa idade, porém, a maioria, manteve sua opinião original sobre a pedra.
O pesquisador então saia da sala e deixava que as crianças explorassem os objetos por conta própria, enquanto uma câmera registrava seu comportamento.

A grande maioria das crianças que ouviram que a pedra era macia, até as mais novinhas, pegou a pedra nas mãos e tocou na superfície do objeto.


De acordo com os pesquisadores, isso demonstra que a capacidade das crianças de usar a exploração para testar afirmações aumenta à medida que envelhecem. Sua motivação para testar a afirmação também pode mudar, pois as crianças mais novas podem explorar o que lhes foi dito pelo desejo de experimentar o evento surpreendente de sentir a pedra macia. No entanto, as crianças mais velhas podem estar explorando porque são céticas em relação ao que lhes foi dito.

O segundo estudo envolveu dizer a 154 crianças com idades entre quatro e sete anos pelo Zoom que um adulto havia dito que “a esponja é mais dura que a rocha”. Os pequenos foram então questionadas sobre o que outra criança deveria fazer em resposta a essa afirmação e por que ela deveria fazer isso. As crianças de seis e sete anos foram mais propensas do que as crianças mais novas a sugerir uma estratégia de exploração para verificar a afirmação que ouviram, como “tocar na pedra e na esponja”, por exemplo. Já antes dos seis anos, a maioria das crianças respondeu apenas “tocar na pedra”.

De acordo com os pesquisadores, os resultados indicam que as crianças criam métodos cada vez mais complexos para testar as afirmações dos adultos conforme envelhecem. "Ainda há muito que não sabemos", disse, em nota, Samuel Ronfard, professor assistente da Universidade de Toronto. 'Mas, o que está claro é que as crianças não acreditam em tudo o que lhes dizem. Eles pensam no que lhes foi dito e, se estiverem céticos, procuram informações adicionais que possam confirmá-lo ou refutá-lo".

Fatos Primeiro: Bolsonaro exagera sobre número de pessoas que o Brasil “alimenta”


Em encontro com apoiadores na cidade de Sorocaba, em 13 de setembro, o presidente Jair Bolsonaro (PL) exaltou a capacidade de produção de alimentos do Brasil. De acordo com o candidato à reeleição, o número de pessoas que o país alimenta mundialmente supera um bilhão.

O que Bolsonaro disse?
“Nós alimentamos mais de um bilhão de pessoas pelo mundo.”

Estatística mais próxima fica perto de 800 milhões...

Um estudo publicado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em fevereiro de 2021, com dados referentes a 2020, revelou que o país alimentou cerca de 778 milhões de pessoas no ano: 221 milhões de brasileiros e 566 milhões de outros países.

Esse mapeamento considerou a produção de grãos, oleaginosas e alimentos básicos de maior circulação, e levou em conta não somente a quantidade de alimentos exportados pelo Brasil; mas também o valor deles – o que gerou um resultado mais complexo.

Outros dados, também levantados pela entidade, usam pesquisas que consideram somente a quantidade de alimentos comercializados.

Segundo o International Grains Council, por exemplo, o país foi responsável por alimentar cerca de 637 milhões de pessoas ao redor do mundo em 2020. A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), por sua vez, estima que foram mais de 628 milhões no período, incluindo os brasileiros.

Nenhum desses números se aproxima do citado pelo Presidente, que exagerou na afirmação.
Segundo dados da organização, em 2021, o país alcançou o primeiro lugar na produção de soja, com 126 milhões de toneladas.

Em 2020, segundo as informações mais recentes, o rebanho bovino brasileiro foi o maior do mundo. Porém, se adicionados aves e suínos à conta, o país passa a ocupar a terceira posição no mercado internacional, atrás da China e dos Estados Unidos.

A posição de maior produtor de alimentos do mundo é ocupada pela China, segundo a FAO.
O Brasil é o terceiro maior produtor de alimentos do planeta, ainda de acordo com a entidade. No caso de culturas agrícolas (cereais, açúcar, vegetais, frutas, raízes e tubérculos e outros), o país fica atrás de China e Índia. Já em relação às carnes (suínos, frango e gado), mais uma vez a China e os Estados Unidos estão à frente.

INFARTO EM MULHERES: veja 6 sinais de alerta para ataque cardíaco


As doenças cardiovasculares nas mulheres já ultrapassam as estatísticas de câncer de mama e de útero.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que as cardiopatias respondem por um terço das mortes de mulheres no mundo, com 8,5 milhões de óbitos por ano, ou seja, mais de 23 mil por dia.

As doenças do coração - como, por exemplo, o infarto - chegam a representar 30% das causas de morte das mulheres brasileiras, principalmente acima dos 40 anos. É a maior taxa da América Latina.
Além disso, um estudo feito a partir dos dados da plataforma online Estatísticas Cardiovascular Brasil: 2020, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), mostrou que a predominância de doenças cardiovasculares é muito maior nas mulheres entre 15 e 49 anos e vem aumentando as mortes por doenças isquêmicas, como o infarto do miocárdio, nas mais jovens. 

O infarto do miocárdio está bastante relacionado a sintomas atípicos e que as mulheres apresentam com mais frequência.

O miocárdio é um músculo cardíaco, a própria parede do coração.

Os sintomas do infarto feminino são geralmente diferentes da clássica dor no peito relatada por homens. Entre eles estão náuseas, vômitos, dor nas costas e no pescoço, falta de ar e indigestão.

Assim, os sinais de doenças cardiovasculares nas mulheres podem ser resumidos a uma dor mais genérica e de difícil diagnóstico, o que faz com que muitas nem sequer procurem ajuda médica ou não sejam tratadas corretamente.

Portanto, é preciso se atentar para os seguintes sinais e sintomas de infarto: 

Ardência na pele
Dor no pescoço, nos ombros, no rosto, na mandíbula
Falta de ar
Fadiga incomum
Palpitações
Náuseas, vômitos, indigestão
Além disso, o infarto feminino se associa ao estresse mental, emocional e psicossomático. 

As mulheres são conhecidas por terem dupla e até tripla jornada, ao se dividirem entre o trabalho, cuidado com os filhos e afazeres domésticos.

Essa condição eleva o estresse, associado, muitas vezes, à falta de atividade física, má alimentação, tabagismo e consumo excessivo de bebidas alcoólicas.

"A prevalência de infarto do miocárdio em mulheres está aumentando. Segundo relatório de 2021, da Associação Americana de Cardiologia, a sobrevida depois do infarto é de 8,2 anos para homens e apenas 5,5 anos para mulheres. Elas sobrevivem menos tempo", afirmou a professora Roxana Mehran.

O alerta foi dado por Roxana, que é diretora de pesquisa cardiovascular intervencionista e ensaios clínicos do Zena and Michael A. Weiner Cardiovascular Institute, durante o 3º Simpósio Mulheres do Coração, realizado pela SBC e pelo American College of Cardiology (ACC).

"Nos indivíduos que infartaram, a porcentagem de ser recorrente é de 17% para homens e 21% para mulheres, e são as jovens que necessitam da nossa atenção", destacou. 

O coração da mulher é pouco menor do que o do homem (cerca de dois terços do tamanho) e sua fisiologia é um tanto diferente.

Pesquisas já atestaram que as frequências cardíacas médias, por exemplo, são mais aceleradas para as mulheres.

Elas também têm artérias coronárias mais finas e maior tendência a sofrer com bloqueios não apenas nas artérias principais, mas também nas menores, que fornecem sangue ao coração.

Apesar disso, segundo Roxana, tem havido estagnação na redução geral de doenças cardiovasculares em mulheres na última década. Cardiopatias em mulheres permanecem pouco estudadas, pouco reconhecidas, subdiagnosticadas e subtratadas, especialmente o infarto do miocárdio.

A maioria dos ensaios clínicos realizados para o tratamento das doenças cardiovasculares foram realizados com pouca representatividade das mulheres.

Por isso, é preciso estimular pesquisas feitas para e por mulheres, para aumentar a participação delas nos estudos clínicos a fim de que se consiga melhores diagnósticos e tratamentos adequados para enfrentar as doenças do coração no sexo feminino com maior eficiência.

"Continuamos a ver uma subrepresentatividade nos ensaios clínicos cardiovasculares, e esse é um ponto muito importante. Parece que a mortalidade cardiovascular está cada vez maior nas mulheres e ao analisarmos essas pacientes, tem muita pobreza e pouca educação, por exemplo", disse Roxana.