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terça-feira, 20 de setembro de 2022

DESENVOLVIMENTO: A Maioria das crianças começa a demonstrar ceticismo em relação ao que adultos lhe dizem a partir dos 6 anos, indica estudo


"A pesquisa mostra que, à medida que as crianças envelhecem, elas se tornam mais céticas em relação ao que os adultos lhes dizem", disse Samantha Cottrell, do Laboratório de Aprendizagem e Desenvolvimento Infantil da Universidade de Toronto. "Isso explica por que as crianças mais velhas são mais propensas a tentar verificar alegações e são mais intencionais sobre a exploração de objetos."

A pesquisa mostrou que quanto mais as crianças ficam mais velhas, maior a probabilidade de tentarem verificar as alegações dos adultos por conta própria. Para chegar a essa conclusão, os psicólogos realizaram dois estudos. No primeiro, 109 crianças com idades entre quatro e seis anos foram apresentadas a três objetos familiares: uma pedra, uma esponja e um saco áspero. Um pesquisador então perguntava às crianças, individualmente 'você acha que essa pedra é dura ou mole?', ao que todos responderam que era dura.

O pesquisador rebatia então com uma informação que apoiava ou contradizia a percepção das crianças, como 'isso mesmo, essa pedra é dura' ou 'na verdade, essa pedra é macia, não dura'. Depois da fala do pesquisador, as crianças foram então questionadas novamente se a pedra era dura ou macia, e quase todas até os seis anos repetiram o que lhes foi dito pelo adulto. A partir dessa idade, porém, a maioria, manteve sua opinião original sobre a pedra.
O pesquisador então saia da sala e deixava que as crianças explorassem os objetos por conta própria, enquanto uma câmera registrava seu comportamento.

A grande maioria das crianças que ouviram que a pedra era macia, até as mais novinhas, pegou a pedra nas mãos e tocou na superfície do objeto.


De acordo com os pesquisadores, isso demonstra que a capacidade das crianças de usar a exploração para testar afirmações aumenta à medida que envelhecem. Sua motivação para testar a afirmação também pode mudar, pois as crianças mais novas podem explorar o que lhes foi dito pelo desejo de experimentar o evento surpreendente de sentir a pedra macia. No entanto, as crianças mais velhas podem estar explorando porque são céticas em relação ao que lhes foi dito.

O segundo estudo envolveu dizer a 154 crianças com idades entre quatro e sete anos pelo Zoom que um adulto havia dito que “a esponja é mais dura que a rocha”. Os pequenos foram então questionadas sobre o que outra criança deveria fazer em resposta a essa afirmação e por que ela deveria fazer isso. As crianças de seis e sete anos foram mais propensas do que as crianças mais novas a sugerir uma estratégia de exploração para verificar a afirmação que ouviram, como “tocar na pedra e na esponja”, por exemplo. Já antes dos seis anos, a maioria das crianças respondeu apenas “tocar na pedra”.

De acordo com os pesquisadores, os resultados indicam que as crianças criam métodos cada vez mais complexos para testar as afirmações dos adultos conforme envelhecem. "Ainda há muito que não sabemos", disse, em nota, Samuel Ronfard, professor assistente da Universidade de Toronto. 'Mas, o que está claro é que as crianças não acreditam em tudo o que lhes dizem. Eles pensam no que lhes foi dito e, se estiverem céticos, procuram informações adicionais que possam confirmá-lo ou refutá-lo".

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