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Bocão 64

sexta-feira, 27 de maio de 2022

Crianças com autismo expressam emoções por meio de animações criadas por elas

Concretizar nossas emoções e colocá-las em palavras ou em textos é tão difícil para nós, adultos, não é mesmo? Para as crianças, que estão aprendendo sentimentos e sensações, também não é algo muito confortável e, na realidade, é um processo bastante complexo. Para os pequenos que têm Transtorno do Espectro Autista, isso parece ainda mais desafiador, pois necessitam de uma série de adaptações do viver e de comportamento para se comunicar com as pessoas.
Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em janeiro deste ano, revelam que o número de matrículas da educação especial chegou a 1,3 milhão em 2021, um aumento de 26,7% em relação a 2017. A maior quantidade está no ensino fundamental, que concentra 68,7%. 
Um projeto possibilita que crianças com autismo, baixa visão ou passando por algum tratamento de saúde, escrevam, desenhem e gravem suas próprias histórias. A proposta do programa ‘De Criança para Criança’ (DCPC) é promover a inclusão nas escolas. 

“Criamos uma ferramenta que possibilita abrir algumas portas que eram difíceis e a partir do momento em que a criança consegue se expressar por um mecanismo que é diferente dos que ela está acostumada. Acredito que a metodologia consegue trazer muita informação sobre como o autista se sente”, explica Gilberto Barroso, cofundador do programa.

O episódio foi feito por um menino com TEA e mostra como ele se sente em relação ao mundo, já que muitas vezes não consegue se expressar.
Na escola, os professores auxiliam na gravação da história, que é feita pelo celular, e tiram fotos das ilustrações dos alunos. As imagens são carregadas na plataforma do DCPC, onde uma equipe de animadores irá transformar todo esse material em um lindo desenho animado.

“O De Criança Para Criança tem o compromisso de tornar acessível todo o conteúdo criado por crianças. A inclusão faz parte do nosso DNA. Entendemos que a aplicação da metodologia em qualquer ambiente mostra para crianças que não têm as dificuldades que outras têm, que todas possuem potencial criativo. Isso aumenta a autoestima delas e ajuda a criar um ambiente mais inclusivo nas escolas” explica Vitor Azambuja, um dos sócios do projeto.

Maconha medicinal e autismo: “Estou trazendo meu filho de volta”, diz mãe

No início, o filho de Joann Fouquette, Ezra, estava atingindo todos os marcos. É o que toda mãe espera: um bebê feliz e saudável.

No entanto, por volta dos 17 meses, as coisas começaram a mudar. Ele parou de falar, começou a tapar os ouvidos e a bater a cabeça no chão como se algo o estivesse incomodando.

Joann se lembra de sua mãe dizendo a ela: “Acho que precisamos testá-lo. Há algo definitivamente acontecendo”.

Cinco meses depois, em 2012, Ezra foi diagnosticado com transtorno do espectro do autismo.

“É devastador”, disse ela ao correspondente médico-chefe da CNN internacional, Sanjay Gupta. “Já ouvi pessoas compararem isso com perder um filho. Você perde a ideia do filho que você ia ter, a vida que você ia ter, a vida que ele vai ter”.
O autismo é um distúrbio do neurodesenvolvimento que afeta 1 em cada 44 crianças nos Estados Unidos, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). O distúrbio começa cedo e os sintomas principais são problemas sociais e de comunicação, bem como comportamentos repetitivos e rigidez.

“Eles podem falar muito bem, mas não conseguem manter uma conversa. Então você tem o extremo oposto do espectro, como crianças e adultos que são totalmente não-verbais”, disse Doris Trauner, neurologista pediátrica e professora de neurociências e pediatria na Universidade da Califórnia, San Diego.
“Eles têm uma certa rotina. Gostam de fazer as coisas indefinidamente”, disse ela a Gupta. “Eles têm comportamentos repetitivos, os mais típicos dos quais são coisas como bater as mãos ou girar em círculos”.

Mas o autismo também pode levar a problemas mais preocupantes, como comportamento disruptivo grave e automutilação.

“Agressão e comportamentos autolesivos são infelizmente muito comuns, especialmente em crianças com autismo severo”, disse Doris. “Qualquer coisa, desde bater a cabeça repetidamente contra a parede, bater a cabeça com as mãos, beliscar-se ou morder as mãos”.
Terapia comportamental, terapia ocupacional e terapia da fala podem ajudar, mas não existem tratamentos aprovados pela Food and Drug Administration (FDA), agência semelhante à Anvisa nos Estados Unidos, para os principais sintomas do autismo.

Existem dois medicamentos antipsicóticos aprovados pela FDA, usados ​​para tratar transtorno bipolar e esquizofrenia, que são aprovados para tratar crianças com autismo, mas apenas se elas mostrarem agressão severa ou automutilação.
“Esses medicamentos são eficazes para esses sintomas, mas infelizmente estão associados a efeitos colaterais significativos”, disse Eric Hollander, diretor do Programa de Autismo e Espectro Obsessivo Compulsivo do Sistema de Saúde Montefiore em Nova York. “Isso pode predispô-los ao desenvolvimento de coisas como diabetes ou problemas do tipo cardiovascular“.

“Há uma necessidade importante de desenvolver novos tratamentos, tanto para tratar os principais sintomas do autismo quanto para ter menos efeitos colaterais”, acrescentou.
Procura por respostas
Quando se tratou de seu filho Ezra, Joann tentou tudo que pôde para ajudá-lo. “Tentamos dieta sem glúten, sem caseína, sem laticínios. Tentamos remédios homeopáticos. Tentamos todas as terapias que existem”, disse ela a Gupta.

Mas ela não queria utilizar drogas psicotrópicas quando ele começou a ficar mais agressivo. “Eu não queria tentar nenhuma dessas apenas porque havia tantos efeitos colaterais”, disse ela. “Mas, a certa altura, tive muitos hematomas porque ele estava ficando mais violento”.
Joann estava desesperada para encontrar ajuda. Foi quando ela viu uma história no noticiário local sobre um ensaio clínico envolvendo crianças com autismo e canabidiol (CBD), a parte não psicoativa da planta de cannabis, no Centro de Pesquisa de Cannabis Medicinal da UC-San Diego.

“Ele tinha 9 anos”, disse ela. “O que vou fazer no futuro, enquanto ele continua a crescer, se já estou tendo dificuldades com sua agressividade agora?”.
Joann não hesitou quando se tratou de experimentar cannabis medicinal para seu filho. “Já vi o CBD ser usado em crianças com epilepsia”, disse ela. “Eu vi o quanto ele ajudou outras pessoas e pensei, ‘é totalmente natural. Pode não haver nenhum efeito colateral real com ele. Por que não tentar?'”.

Então, ela inscreveu Ezra no ensaio clínico
Cannabis medicinal, autismo e o cérebro
Doris Trauner é a pesquisadora principal do ensaio UCSD, um estudo duplo-cego controlado por placebo, o que significa que os participantes não sabem quando estão recebendo o placebo ou o medicamento, nem os médicos. Os pesquisadores estão examinando como o canabidiol pode afetar o cérebro de crianças com autismo.

“Sabemos que no autismo existem algumas diferenças na química do cérebro. Existem algumas mudanças nos sistemas de neurotransmissores, tanto no sistema da dopamina quanto no sistema da serotonina, que podem contribuir para alguns dos sintomas”, disse ela a Gupta.
A serotonina e a dopamina são neurotransmissores que transportam sinais ou informações de uma célula nervosa para outra. Acredita-se que a serotonina regula o humor e tem um grande efeito no desenvolvimento inicial do cérebro. A dopamina pode reforçar o comportamento quando recebemos uma recompensa.

Vários estudos demonstraram que os níveis de dopamina que são muito baixos ou muito altos em crianças com autismo podem causar o mau funcionamento de certas áreas do cérebro, resultando em altos níveis de comportamentos repetitivos e níveis reduzidos de interação social, disse Doris.
Em modelos animais que estudam o autismo, os níveis de serotonina no cérebro podem ser mais baixos do que o esperado, e adicionar serotonina melhora o funcionamento social em camundongos, disse ela.

“E o CBD, entre muitas outras coisas, tem efeitos no sistema da serotonina com o aumento da disponibilidade de serotonina”, acrescentou ela. “E isso pode estar ajudando em termos de interações sociais em particular”.
Em Nova York, um ensaio semelhante em todo o país, envolvendo crianças e adolescentes com autismo e o canabinoide canabidivarina (CBDV), também está em andamento no Sistema de Saúde Montefiore.

“Nós sabemos que o autismo é um distúrbio do desenvolvimento que começa cedo, enquanto o cérebro está sendo moldado”, disse Hollander, o principal pesquisador deste estudo duplo-cego controlado por placebo.
“Acho que o CBD pode desempenhar um papel importante no autismo”, disse ele. “Pode diminuir a excitação nos neurônios e aumentar a inibição”.

Quando as crianças com autismo estão muito agitadas ou não têm inibição suficiente, isso pode levar a comportamentos explosivos, como acessos de raiva ou automutilação, e podem exibir comportamentos repetitivos, disse Hollander.

“Portanto, isso muda a proporção de excitação para inibição em diferentes neurônios”, disse ele.
Embora ambos os estudos ainda estejam em andamento, o feedback inicial foi positivo.

“Alguns dos pacientes tiveram um benefício realmente substancial”, disse Hollander. “Nós vimos o que esperávamos, que era uma redução significativa nos sintomas de irritabilidade, acessos de raiva ou episódios explosivos. Tivemos pacientes que tiveram melhora em seus comportamentos repetitivos também”.

superdotação e autismo: Entenda porquê o diagnóstico pode ser confundido

Superdotação e autismo são condições diferentes, mas que têm algumas relações entre si. Ambos esses “transtornos” refletem no comportamento das pessoas que possuem, tornando essas pessoas diferente das demais.

Nesse artigo, falaremos tudo sobre essas condições, o que são, como se manifestam, quais são as características, como diagnosticar, o que fazer para manter a qualidade de vida apesar disso, e muito mais. Confira!
Para começar, precisamos indicar o que significam essas expressões e como elas modificam o comportamento das pessoas. Primeiramente, falaremos da superdotação, ou então AH/SD, que significa: altas habilidades / superdotação.

Como o próprio termo já indica, uma pessoa com AH/SD é aquela que possui habilidades acima da média. Mas, essa capacidade acima pode se apresentar em diferentes áreas de inteligência, como por exemplo: lógico matemática, espacial-visual, verbo-linguística, interpessoal, intrapessoal, corporal-sinestésica, musical, entre outras.

Na definição do conceito, superdotados são aqueles que possuem capacidades mentais acima do considerado normal, ou acima da média. 

As pessoas que possuem essa condição costumam apresentar as capacidades ainda cedo, enquanto são crianças, seja no dia a dia, na escola, ou em ambientes que frequenta.

Pode começar com perguntas muito específicas em diferentes situações, até alguma habilidade que os pais observam que parecem ser diferente dos colegas que o filho convive da mesma idade.

Transtornos do Neurodesenvolvimento
Superdotação e autismo são condições diferentes, mas que têm algumas relações entre si. Ambos esses “transtornos” refletem no comportamento das pessoas que possuem, tornando essas pessoas diferente das demais.

Nesse artigo, falaremos tudo sobre essas condições, o que são, como se manifestam, quais são as características, como diagnosticar, o que fazer para manter a qualidade de vida apesar disso, e muito mais. Confira!

O que é superdotação? Altas habilidades / Superdotação – AH/SD?
O que é superdotação? AH/SD?
Para começar, precisamos indicar o que significam essas expressões e como elas modificam o comportamento das pessoas. Primeiramente, falaremos da superdotação, ou então AH/SD, que significa: altas habilidades / superdotação.

Como o próprio termo já indica, uma pessoa com AH/SD é aquela que possui habilidades acima da média. Mas, essa capacidade acima pode se apresentar em diferentes áreas de inteligência, como por exemplo: lógico matemática, espacial-visual, verbo-linguística, interpessoal, intrapessoal, corporal-sinestésica, musical, entre outras.

Na definição do conceito, superdotados são aqueles que possuem capacidades mentais acima do considerado normal, ou acima da média. 

As pessoas que possuem essa condição costumam apresentar as capacidades ainda cedo, enquanto são crianças, seja no dia a dia, na escola, ou em ambientes que frequenta.

Pode começar com perguntas muito específicas em diferentes situações, até alguma habilidade que os pais observam que parecem ser diferente dos colegas que o filho convive da mesma idade.

Quando uma criança é superdotada, ela apresenta sinais claros que podem se diferenciar das demais crianças próximas. Além de capacidades cognitivas “maiores”, como fácil aprendizagem, maior conhecimento em diferentes áreas e autodidatismo, elas também tendem a apresentar sinais característicos de isolamento social, principalmente pela falta de interesse com os assuntos de pessoas da mesma idade. 

Geralmente, pessoas AH/SD são muito sensíveis e podem apresentar dificuldades em se organizar emocionalmente. Lembrem que não é porque uma criança apresenta cognição acima da média, que sua inteligência emocional também é acima da média.

Dentro da AH/SD é comum o chamado “enriquecimento curricular” que consiste em acrescentar mais conteúdo, de formas mais interessantes, para as crianças na escola, pois os conteúdos da faixa etária podem ser aprendidos com muita facilidade, levando a criança a achar a escola um local muito chato e entediante.

O que é autismo leve?
A relação entre superdotação e autismo fica mais clara quando entendemos o que é autismo leve e quais são suas características.

Bom, o TEA (Transtorno do Espectro Autista) ou apenas autismo, é um transtorno do neurodesenvolvimento, você pode entender um pouco mais da genética do autismo aqui.

De modo geral, existem 3 graus principais de autismo, que são: nível 1, nível 2 e nível 3 – informalmente chamados de autismo leve, moderado e severo.

Como o próprio nome já indica, o autismo leve é o grau de autismo com pouco nível de suporte, geralmente a criança é verbal e consegue ser autônoma e independente e diversas áreas. E é por isso que algumas pessoas confundem superdotação e autismo, pois acham que autistas “não falam”.

Entre as principais características e sintomas de uma pessoa que possui o autismo leve, estão:

Movimentos repetitivos;
Baixa tolerância à frustração;
Dificuldade de socialização;
Dificuldade na comunicação social;
Interesses restritos;
É importante destacar que, em todos os graus de autismo, as pessoas apresentam esses sintomas listados.

O que é dupla excepcionalidade?
Um aspecto interessante dentro da relação de superdotação e autismo, é a característica de dupla excepcionalidade.

Esse termo existe para designar pessoas que possuem dois diagnósticos concomitantemente. Por exemplo, pode ser uma criança superdotada, ou seja, que apresenta facilidade de aprendizado e inteligência acima da média em alguma área e também, apresenta características de autismo.

O conceito de “dupla” é justamente por conta do aparecimento de duas situações concomitantemente. Podem ser diferentes diagnósticos, porém, o mais comum dentro desse termo é AH/SD + TEA.

As pessoas autistas leves E superdotadas, poderão apresentar características do TEA, ao mesmo tempo em que apresentam um desempenho em alguma habilidade acima da média.

É aqui que mora aquele senso comum de que “todo autista é um gênio”. O que não é verdade, porém, temos casos de autistas que tem AH/SD e realmente, apresentam habilidades peculiares em algumas áreas específicas.
Podemos pegar alguns exemplos conhecidos de famosos que possuem a dupla excepcionalidade, com grande destaque na área em que atuam. 

Esse tipo de característica, de dupla excepcionalidade, é retratada no filme RainMan.

Também é o caso de Stephen Wiltshire que consegue desenhar em três dimensões uma cidade inteira após sobrevoá-la de helicóptero uma única vez. Apresenta uma memória visual muito acima da média, pois retrata uma cidade inteira com uma só visualização da mesma.