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quinta-feira, 12 de maio de 2022

Justiça determina e capital paulista vai distribuir absorventes para alunos trans


Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo julgou procedente o pedido de inclusão de alunos trans no programa de distribuição de absorventes descartáveis e itens de higiene na rede municipal de ensino da capital paulista. A votação, unânime, aconteceu na quarta-feira (11).

De acordo com o desembargador Matheus Fontes, relator da ação, a promoção da saúde e bem-estar “não comporta discriminações orientadas pelo sexo”.

A Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) foi impetrada pelo PSOL que pleiteou a reforma do texto do dispositivo legal, alegando que a norma se refere apenas a mulheres e não menciona pessoas transmasculinas, que sofrem igualmente da pobreza higiênica e menstrual.

Fontes destacou que “a proteção jurídica das individualidades e das coletividades não pode discriminar injustamente em razão do sexo, devendo ser abrangente e inclusiva de papéis diferentes que a liberdade de orientação sexual e de identidade de gênero proporcionam, fazendo sucumbir anacrônicas taxinomias.”

Até então, o texto do “Programa Dignidade Íntima”, do estado, fazia menção a ‘alunas’.

O que diz a prefeitura

Em nota, a prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, por meio da Coordenação de Políticas para LGBTI+, disse que endossa a decisão da Justiça para a inclusão de homens trans no programa de cuidados com estudantes das escolas da Rede Municipal de Ensino de São Paulo, instituído pela Lei Nº 17.574, de 12 de julho de 2021.

“Mencionar expressamente homens trans, a quem não poderia ser negado o acesso a absorventes, é garantir dignidade e direitos universais a essa parcela da população tão invisibilizada”, escreveram.

A Secretaria Municipal de Educação informa ainda que os recursos para compra e disponibilização dos absorventes nas unidades escolares são oriundos do Programa de Transferência de Recursos Financeiros.

Em nota, prefeitura de São Paulo disse que endossa a decisão da Justiça

Falta de condição financeira para comprar absorventes e de estruturas sanitárias estão entre as causas do problema batizado de pobreza menstrual.

Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo julgou procedente o pedido de inclusão de alunos trans no programa de distribuição de absorventes descartáveis e itens de higiene na rede municipal de ensino da capital paulista. A votação, unânime, aconteceu na quarta-feira (11).

De acordo com o desembargador Matheus Fontes, relator da ação, a promoção da saúde e bem-estar “não comporta discriminações orientadas pelo sexo”.

A Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) foi impetrada pelo PSOL que pleiteou a reforma do texto do dispositivo legal, alegando que a norma se refere apenas a mulheres e não menciona pessoas transmasculinas, que sofrem igualmente da pobreza higiênica e menstrual.

Fontes destacou que “a proteção jurídica das individualidades e das coletividades não pode discriminar injustamente em razão do sexo, devendo ser abrangente e inclusiva de papéis diferentes que a liberdade de orientação sexual e de identidade de gênero proporcionam, fazendo sucumbir anacrônicas taxinomias.”

Até então, o texto do “Programa Dignidade Íntima”, do estado, fazia menção a ‘alunas’.

O que diz a prefeitura

Em nota, a prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, por meio da Coordenação de Políticas para LGBTI+, disse que endossa a decisão da Justiça para a inclusão de homens trans no programa de cuidados com estudantes das escolas da Rede Municipal de Ensino de São Paulo, instituído pela Lei Nº 17.574, de 12 de julho de 2021.

“Mencionar expressamente homens trans, a quem não poderia ser negado o acesso a absorventes, é garantir dignidade e direitos universais a essa parcela da população tão invisibilizada”, escreveram.

A Secretaria Municipal de Educação informa ainda que os recursos para compra e disponibilização dos absorventes nas unidades escolares são oriundos do Programa de Transferência de Recursos Financeiros (PTRF).

As escolas já fazem as aquisições de acordo com sua demanda e dão acesso a todos os estudantes que menstruam.

Já a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), por meio das equipes do Consultório na Rua, trabalha com a entrega do insumo em áreas específicas e identificadas como de maior vulnerabilidade social.

A entrega ocorre, principalmente, em cenas de uso de drogas, centros de acolhida e pontos de áreas livres.

De acordo com a nota, a SMS ressalta que, para receber o insumo, não é necessário o cadastro no programa e a distribuição pode ocorrer de forma semanal ou mensal, a depender das condições de guarda e acondicionamento do insumo pela paciente após avaliação da equipe, que também analisa e monitora se há necessidade de reposição do material.




Trinta sequelas e sintomas persistentes da Covid-19; confira a lista


A infecção pela Covid-19 até pode ser assintomática, mas isso não a impede de deixar marcas. De acordo com as informações mais recentes, são aqueles pacientes que tiveram a doença em níveis mais graves que possuem maior probabilidade de ficar com prevalência de sintomas e sequelas após serem contagiados com o SARS-CoV-2.

Pessoas com casos mais leves da doença têm relatado dificuldades nas semanas ou meses seguintes à infecção.

“Ainda não tivemos tempo suficiente para perceber como vai ser esta evolução”, diz à CNN Portugal Andreia Leite, professora na Escola Nacional de Saúde Pública, que trabalha em um estudo que irá avaliar a persistência da ‘covid longa’ em Portugal.

“Tem ocorrido grande dificuldade em definir a covid longa”, admite, bem como as sequelas que ficam em uma “condição pós-covid”.

“A condição pós-covid é um diagnóstico de exclusão”, assinala ainda a investigadora. “Se alguém teve covid e começa com determinado sintoma é preciso perceber se é, de fato, esta a justificação, até porque existe um conjunto de outras causas para estes vários sintomas, o que torna a abordagem mais difícil”, resume.



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Trinta sequelas e sintomas persistentes da Covid-19; confira a lista

Um dos estudos sobre o tema, publicado na eClinicalMedicine, revela que já foram identificados 203 sintomas associados à Covid de longa duração

Entre as sequelas mais comuns da Covid-19, médicos apontam fadiga, dificuldade respiratória e disfunção cognitivaGetty Images

Bárbara Cruzda CNN

09/05/2022 às 00:11 | Atualizado 09/05/2022 às 16:52

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A infecção pela Covid-19 até pode ser assintomática, mas isso não a impede de deixar marcas. De acordo com as informações mais recentes, são aqueles pacientes que tiveram a doença em níveis mais graves que possuem maior probabilidade de ficar com prevalência de sintomas e sequelas após serem contagiados com o SARS-CoV-2.

Pessoas com casos mais leves da doença têm relatado dificuldades nas semanas ou meses seguintes à infecção.

“Ainda não tivemos tempo suficiente para perceber como vai ser esta evolução”, diz à CNN Portugal Andreia Leite, professora na Escola Nacional de Saúde Pública, que trabalha em um estudo que irá avaliar a persistência da ‘covid longa’ em Portugal.

“Tem ocorrido grande dificuldade em definir a covid longa”, admite, bem como as sequelas que ficam em uma “condição pós-covid”.

“A condição pós-covid é um diagnóstico de exclusão”, assinala ainda a investigadora. “Se alguém teve covid e começa com determinado sintoma é preciso perceber se é, de fato, esta a justificação, até porque existe um conjunto de outras causas para estes vários sintomas, o que torna a abordagem mais difícil”, resume.

A própria nomenclatura de “covid longa” não levanta consensos: um estudo publicado na The Lancet Respiratory Medicine, já no início deste mês, refere que, dado o especto de sintomas que podem ocorrer e persistir após a infecção da Covid-19, e também podem afetar diferentes órgãos e sistemas do organismo, “é essencial concordar na nomenclatura e definição” para avaliar a sua incidência, subtipos e gravidade.

Sequelas e sintomas

Segundo uma revisão de estudos sobre a ‘long covid’, que estima que as sequelas da doença a longo prazo terão um impacto substancial na saúde pública, existem mais de 50 sintomas distintos relatados pós-infecção por covid-19, sendo os mais prevalentes a fadiga e dificuldades respiratórias, seguidas por perturbações do olfacto e paladar, cefaleias, dor no peito, névoa mental e perda de memória, bem como perturbações do sono.

Confira uma lista de 30 dos sintomas relatados e, se for o seu caso, marque uma consulta.

Confira uma lista de 30 dos sintomas relatados e, se for o seu caso, marque uma consulta.

Fadiga
Dor de cabeça
Dificuldades respiratórias
Dor de garganta
Lesões pulmonares
Dor no peito
Tosse persistente
Dor muscular e articular
AnsiedadeDepressão
Insônias
Dificuldade de concentração
Névoa mental
Perda de memória
Perda de olfacto
Perda de paladar
Irritações cutâneas
Perda de apetite
Vômitos
Dor abdominal
Refluxo gastroesofágico
DiarreiaIncontinência urinária e fecal
Alterações no ciclo menstrual
Queda de cabelo
Arrepios
Suor abundante
Arritmias e palpitações cardíacas
Inflamação do miocárdio
Edema dos membros


Fiocruz aponta aumento de síndrome respiratória grave entre adultos no país


A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou, nesta quinta-feira (12), indícios de crescimento nos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) entre a população adulta em diversos estados brasileiros a partir do final de abril.

O estudo divulgado em nova edição do boletim Infogripe, referente à semana epidemiológica 18, de 1 a 7 de maio, tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 9 de maio.

De acordo com o documento, os resultados indicam uma interrupção na queda de casos de Covid-19 entre as notificações com resultado positivo para vírus respiratórios, correspondendo a 37% nas últimas quatro semanas. A maior parte dos casos de vírus respiratórios está associada ao vírus sincicial respiratório (VSR), com 41,2% do total de SRAG de pacientes que passaram por testes de laboratório nas últimas quatro semanas.

Resultados indicam uma interrupção na queda de casos de Covid-19 entre as notificações com resultado positivo para vírus respiratórios

Covid-19 é a principal causa de síndrome respiratória aguda grave entre adultosMyke Sena/MS.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou, nesta quinta-feira (12), indícios de crescimento nos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) entre a população adulta em diversos estados brasileiros a partir do final de abril.

O estudo divulgado em nova edição do boletim Infogripe, referente à semana epidemiológica 18, de 1 a 7 de maio, tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 9 de maio.

De acordo com o documento, os resultados indicam uma interrupção na queda de casos de Covid-19 entre as notificações com resultado positivo para vírus respiratórios, correspondendo a 37% nas últimas quatro semanas. A maior parte dos casos de vírus respiratórios está associada ao vírus sincicial respiratório (VSR), com 41,2% do total de SRAG de pacientes que passaram por testes de laboratório nas últimas quatro semanas.

Estudo aponta persistência de sintomas dois anos após infecção por Covid-19Anvisa estuda desobrigar uso de máscaras em voos e aeroportosSaiba como proteger crianças contra hepatite; OMS investiga 348 suspeitas de nova doença

Coordenador do InfoGripe, o pesquisador da Fiocruz Marcelo Gomes recomenda que a rede laboratorial de todo o país tenha atenção para a identificação adequada de quais vírus estão associados a essa mudança de tendência recente.

“No momento, os casos de Covid-19 seguem sendo a principal causa de SRAG entre os casos com identificação laboratorial na população adulta. A curva nacional de SRAG tem sinal de crescimento nas tendências de longo [últimas 6 semanas] e curto prazo [últimas 3 semanas]. A estimativa é de 5,0 [4,3 – 5,8] mil casos na semana 18”, disse Gomes em comunicado.

O boletim da Fiocruz aponta que 17 das 27 unidades federativas apresentam sinal de crescimento nos casos de SRAG na tendência de longo prazo: Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Rio grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins.

Em Minas Gerais, há sinal de crescimento apenas na tendência de curto prazo. Entre as capitais, 17 das 27 apresentam indício de crescimento na tendência de longo prazo: Boa Vista (RR), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), São Luís (MA) e Vitória (ES).

Persistência de sintomas

Dois anos após a infecção pelo novo coronavírus, metade dos pacientes internados em um hospital da China ainda apresentam pelo menos um sintoma.

Os resultados são de um estudo de longo acompanhamento com a participação de 1.192 pessoas infectadas durante a primeira fase da pandemia em 2020. Os achados foram publicados no periódico científico The Lancet Respiratory Medicine nesta quarta-feira.

Embora as saúdes física e mental dos pacientes tenham melhorado ao longo do tempo, a análise sugere que os recuperados da Covid-19 ainda tendem a ter saúde e qualidade de vida piores do que a população em geral.

O quadro é considerado mais severo especialmente entre as pessoas que apresentam a Covid longa, que normalmente ainda apresentam pelo menos um sintoma, incluindo fadiga, falta de ar e dificuldades de sono dois anos após o adoecimento inicial.

Os pesquisadores analisaram os impactos de saúde a longo prazo dos recuperados da Covid-19 que foram submetidos à hospitalização, assim como questões específicas da Covid longa. Eles avaliaram a saúde de 1.192 participantes com a doença internados no Hospital Jin Yin-tan em Wuhan, na China, entre 7 de janeiro e 29 de maio de 2020, aos seis meses, 12 meses e dois anos.




Fundos investem em ações de empresas com mais mulheres; falta de opção é gargalo

Eles ainda podem ser contados no dedo de uma mão, mas têm o trunfo de serem os primeiros de uma tendência que tem todos os sinais de que vem para ficar.

Tratam-se dos primeiros fundos do Brasil que investem apenas em ações de empresas que possuam participação relevante de mulheres em suas lideranças, como diretoras ou conselheiras, ou que tenham políticas consolidadas de diversidade de gênero em seus quadros. São quatro os principais a fazer isso no mercado brasileiro atualmente.

De um lado, há uma demanda crescente de uma parte dos investidores por opções de aplicações comprometidas com os princípios chamados ESG (“meio ambiente, sociedade e governança”, em inglês), e a busca pela igualdade de cargos e salários entre homens e mulheres é um dos pilares dessa agenda.

Do outro lado, porém, mesmo que queiram criar um novo produto com foco em participação feminina, as gestoras de fundos ainda sofrem com a falta de opções no Brasil – seja porque o número de empresas listadas na B3, a bolsa brasileira, é relativamente pequeno, seja porque são ainda pouquíssimas delas que têm um mínimo de mulheres em suas cúpulas.

Só duas das 90 empresas do Ibovespa, por exemplo, têm CEOs mulheres, enquanto 85% das cadeiras dos conselhos de administração são ocupadas por homens, de acordo com um levantamento feito pela Teva Indices para o CNN Brasil Business.

“A quantidade de companhias listadas nos Estados Unidos e outros mercados mais desenvolvidos é enorme, enquanto o Brasil mal tem 400; já começamos com um problema de quantidade”, diz Claudia Yoshinaga, coordenadora do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV).

“Há uma ou outra que são lembradas por fortes presenças femininas, como o Magazine Luiza [que tem o conselho presidido pela fundadora Luiza Trajano], mas, fora essas, o que mais a gente tem?”
Yoshinaga também destaca que, como a amostra é ainda muito pequena no Brasil, também é difícil mensurar o quanto os fundos dedicados a lideranças femininas conseguem de fato ter uma performance melhor do que o mercado tradicional. Em alguns momentos eles se saíram melhores que os índices de referência, em outros se saíram piores.

“Todos têm vontade de saber se é uma estratégia que dá mais dinheiro ou que tem menos risco, mas ainda temos limitação de dados pra conseguir mensurar isso”, diz a pesquisadora.

O fato de serem poucos fundos e ainda com vidas curtas é citado por ela como um limitador. O mais antigo, do Banco do Brasil, é de 2018, e o mais jovem foi lançado na semana passada pelo Safra.

“Também há muita diferença setorial”, acrescenta Yoshinaga. “Empresas de varejo e consumo, por exemplo, têm mais participação de mulheres do que petroleiras ou siderúrgicas, e não dá para separar ainda se as diferenças de desempenho acontecem por conta da política de diversidade dessas companhias ou por efeitos de cada setor.”

Os primeiros

Os dois primeiros fundos que olharam para empresas com lideranças femininas foram lançados pelo Banco do Brasil a seus clientes em setembro de 2018: o BB Ações Equidade e o BB Ações Equidade Private.

Eles aplicam em companhias da bolsa brasileira e também americana comprometidas com políticas de equidade de gênero entre suas lideranças e colaboradores. Magazine Luiza, Vivo, Itaú, B3, Vale e Petrobras, no Brasil, além de Johnson & Johnson, Pepsico e P&G, no exterior, são algumas ações nas carteiras.

De lá para cá, os dois fundos renderam 39% e 41%, respectivamente. No mesmo período, o Ibovespa subiu 51%.

Os fundos especiais do BB, porém, subiram mais que o índice de referência em todos seus três primeiros anos de vida (de 2018 a 2020). Foi em 2021 e 2022, quando as ações de commodities se saíram melhores, que começaram a perder a corrida para o Ibovespa.

Em 2020, foi a vez da XP trazer seu fundo de gênero a mercado, o Trend Lideranças Femininas, disponível para os clientes das corretoras do grupo. Ele replica o SHE, o fundo listado na Bolsa de Nova York (ETF) formado pelas ações das companhias com as maiores proporções de mulheres em seus cargos de gestão.

A decisão por partir direto para o mercado externo se deu justamente pela MUDANÇABC volta atrás e retira pedido de reajuste de 22% a servidoresFORMOSA (GO)Foguete do Exército erra direção e cai em plantaçãoRússia x UcrâniaChina

Fundos investem em ações de empresas com mais mulheres; falta de opção é gargalo

Bolsa brasileira é relativamente pequena e poucas companhia têm participação feminina relevante na liderança, mas gestores veem avanços


Eles ainda podem ser contados no dedo de uma mão, mas têm o trunfo de serem os primeiros de uma tendência que tem todos os sinais de que vem para ficar.

Tratam-se dos primeiros fundos do Brasil que investem apenas em ações de empresas que possuam participação relevante de mulheres em suas lideranças, como diretoras ou conselheiras, ou que tenham políticas consolidadas de diversidade de gênero em seus quadros. São quatro os principais a fazer isso no mercado brasileiro atualmente.

De um lado, há uma demanda crescente de uma parte dos investidores por opções de aplicações comprometidas com os princípios chamados ESG (“meio ambiente, sociedade e governança”, em inglês), e a busca pela igualdade de cargos e salários entre homens e mulheres é um dos pilares dessa agenda.

Do outro lado, porém, mesmo que queiram criar um novo produto com foco em participação feminina, as gestoras de fundos ainda sofrem com a falta de opções no Brasil – seja porque o número de empresas listadas na B3, a bolsa brasileira, é relativamente pequeno, seja porque são ainda pouquíssimas delas que têm um mínimo de mulheres em suas cúpulas.

Só duas das 90 empresas do Ibovespa, por exemplo, têm CEOs mulheres, enquanto 85% das cadeiras dos conselhos de administração são ocupadas por homens, de acordo com um levantamento feito pela Teva Indices para o CNN Brasil Business.

“A quantidade de companhias listadas nos Estados Unidos e outros mercados mais desenvolvidos é enorme, enquanto o Brasil mal tem 400; já começamos com um problema de quantidade”, diz Claudia Yoshinaga, coordenadora do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV).

“Há uma ou outra que são lembradas por fortes presenças femininas, como o Magazine Luiza [que tem o conselho presidido pela fundadora Luiza Trajano], mas, fora essas, o que mais a gente tem?”

Só duas empresas do Ibovespa têm CEO mulher e 85% dos conselheiros são homensApenas 3,5% de grandes empresas têm mulheres como CEO, aponta pesquisaCom 34%, Brasil supera índice mundial de mulheres à frente de empresas médias

Yoshinaga também destaca que, como a amostra é ainda muito pequena no Brasil, também é difícil mensurar o quanto os fundos dedicados a lideranças femininas conseguem de fato ter uma performance melhor do que o mercado tradicional. Em alguns momentos eles se saíram melhores que os índices de referência, em outros se saíram piores.

“Todos têm vontade de saber se é uma estratégia que dá mais dinheiro ou que tem menos risco, mas ainda temos limitação de dados pra conseguir mensurar isso”, diz a pesquisadora.

O fato de serem poucos fundos e ainda com vidas curtas é citado por ela como um limitador. O mais antigo, do Banco do Brasil, é de 2018, e o mais jovem foi lançado na semana passada pelo Safra.

“Também há muita diferença setorial”, acrescenta Yoshinaga. “Empresas de varejo e consumo, por exemplo, têm mais participação de mulheres do que petroleiras ou siderúrgicas, e não dá para separar ainda se as diferenças de desempenho acontecem por conta da política de diversidade dessas companhias ou por efeitos de cada setor.”


Os dois primeiros fundos que olharam para empresas com lideranças femininas foram lançados pelo Banco do Brasil a seus clientes em setembro de 2018: o BB Ações Equidade e o BB Ações Equidade Private.

Eles aplicam em companhias da bolsa brasileira e também americana comprometidas com políticas de equidade de gênero entre suas lideranças e colaboradores. Magazine Luiza, Vivo, Itaú, B3, Vale e Petrobras, no Brasil, além de Johnson & Johnson, Pepsico e P&G, no exterior, são algumas ações nas carteiras.

De lá para cá, os dois fundos renderam 39% e 41%, respectivamente. No mesmo período, o Ibovespa subiu 51%.

Os fundos especiais do BB, porém, subiram mais que o índice de referência em todos seus três primeiros anos de vida (de 2018 a 2020). Foi em 2021 e 2022, quando as ações de commodities se saíram melhores, que começaram a perder a corrida para o Ibovespa.

Em 2020, foi a vez da XP trazer seu fundo de gênero a mercado, o Trend Lideranças Femininas, disponível para os clientes das corretoras do grupo. Ele replica o SHE, o fundo listado na Bolsa de Nova York (ETF) formado pelas ações das companhias com as maiores proporções de mulheres em seus cargos de gestão.

A decisão por partir direto para o mercado externo se deu justamente pela dificuldade de encontrar variedades de opções no Brasil.

“Lá fora são mais de 3 mil empresas listadas; aqui no Brasil são de 350 a 400 e, na época que criamos o fundo, só 17% delas [menos de 70] tinham pelo menos 2 mulheres no conselho”, conta a chefe de produtos ESG da XP, Beatriz Vergueiro. “Ia ser um produto difícil de diversificar e pouco atraente financeiramente. No SHE, são de 150 a 170 empresas.”

Netflix, Disney, Nike, Coca-Cola e o banco Wells Fargo estão entre as dezenas de companhias que formam o SHE e o fundo da XP.

Desde seu início, em setembro de 2020, até o fechamento de 2021, o Trend Lideranças Femininas rendeu 33%, ante 41% do S&P 500, o índice com as 500 maiores companhias listadas em Nova York. O fundo da XP usa recursos que anulam os efeitos do dólar no preço das ações internacionais investidas, de maneira que as duas variações ficam diretamente comparáveis.

Versão brasileira

Por fim, o mais recente dos fundos brasileiros voltados para lideranças femininas tem duas semanas de vida: trata-se do ELAS11, ETF lançado em 8 de março, dia das mulheres, pelo Safra.

Os ETFs – “fundos negociados em bolsa”, em inglês –, são fundos que costumam replicar índices de referência e podem ser comprados diretamente na bolsa, como ações. Qualquer pessoa pode investir no ELAS11 diretamente na B3.