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quinta-feira, 9 de junho de 2022

Pré-candidatos à Presidência falam sobre a liberação da maconha no Brasil

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, na quinta-feira (12), dois novos produtos medicinais à base de Cannabis, nome científico da maconha. Eles se somam a outros 16 produtos do tipo já autorizados para importação e comercialização no Brasil. Oito são produzidos à base de extratos da planta Cannabis sativa e dez do fitofármaco canabidiol.

Os produtos podem ser vendidos em farmácias e drogarias. Para realizar a compra, porém, é necessário apresentar prescrição médica especial do tipo B. Essa receita é usada para a distribuição de medicamentos psicotrópicos, que atuam no sistema nervoso central, e psicotrópicos anorexígenos, que reduzem o apetite e podem induzir anorexia.

O uso recreativo, por sua vez, é ilícito no país. Usuários e traficantes respondem criminalmente pela relação com maconha. Usuários não podem, porém, ser condenados à prisão. Eles devem cumprir penas alternativas – advertências, medidas educativas e prestação de serviços à comunidade. Os traficantes estão sujeitos à pena de reclusão, de 5 a 15 anos, pela venda, exportação ou cultivo da substância.
A CNN perguntou aos pré-candidatos o que pensam sobre a legalização da maconha no Brasil. Confira abaixo as respostas.

Lula (PT):

A assessoria do presidenciável disse que o plano de governo será elaborado com a sociedade e os partidos aliados e entregue na data prevista pelo TSE.

Jair Bolsonaro (PL):

O presidente não respondeu até o momento da publicação.

Ciro Gomes (PDT):

O pré-candidato não respondeu até o momento da publicação.
João Doria (PSDB):

O pré-candidato não respondeu até o momento da publicação.

André Janones (Avante):

Sou contra a liberação da maconha para usos recreativos. A ressalva ocorre apenas nos tratamentos medicinais, com recomendação profissional. O consumo de drogas é outra pandemia no Brasil e não podemos liberar o uso da maconha.

Pablo Marçal (Pros):
Sou contra a legalização de qualquer tipo de droga, mas sem deixar de tratar a situação dos usuários como um problema de saúde pública. Nesse contexto, o tratamento do usuário deve atender critérios técnicos e científicos para adoção de políticas públicas voltadas para a redução de danos durante o tratamento, de forma a evitar a proliferação do tráfico e do crime organizado que se alimenta dessa prática.

Simone Tebet (MDB):

Sou contra a liberação e a favor do uso medicinal de substâncias que a ciência comprovar que sejam eficientes no tratamento da saúde.
Felipe d’Avila (Novo):

Sou totalmente a favor do uso medicinal, baseado nos benefícios que já estão comprovados cientificamente. Também sou a favor da descriminalização do consumo, mas hesito em defender a liberação completa. As consequências indesejadas estão fazendo vários estados norte-americanos que legalizaram a maconha repensarem essa política. Defendo que estas questões possam ser tratadas em cada estado, dentro de um verdadeiro federalismo, sem a necessidade de uma proibição ou liberação em nível federal.

José Maria Eymael (DC):

O pré-candidato não respondeu até o momento da publicação.
Leonardo Pericles (UP):

O pré-candidato não respondeu até o momento da publicação.

Luciano Bivar (União Brasil):

O uso terapêutico do canabidiol já é uma realidade em muitos países e no Brasil a Anvisa tem liberado produtos à base da substância desde 2017, o que representa um grande avanço diante dos benefícios comprovados para o tratamento de doenças graves, tais como esclerose múltipla, Alzheimer e Parkinson. Porém, o governo precisa atuar para baratear esses medicamentos, que ainda têm preços inacessíveis para as pessoas que necessitam deles.
Quanto ao uso recreativo, grande parte da comunidade médica/científica alerta sobre os riscos da dependência e das sequelas nas funções cognitivas. Embora eu seja um defensor das liberdades individuais, neste ponto precisamos seguir as recomendações dos especialistas.

Sofia Manzano (PCB):

A pré-candidata não respondeu até o momento da publicação.

Vera Lúcia (PSTU):

A pré-candidata não respondeu até o momento da publicação.

Tailândia descriminaliza cannabis, mas pessoas não podem fumar maconha, diz ministro


A Tailândia tornou-se nesta quinta-feira (9) o primeiro país da Ásia a descriminalizar a cannabis – mas penas duras ainda serão aplicadas a quem usar a droga para ficar chapado, de acordo com o ministro que liderou a mudança.

Falando à CNN em uma entrevista antes da mudança, o ministro da Saúde tailandês, Anutin Charnvirakul, disse esperar que a produção legal de cannabis impulsione a economia, mas alertou que o uso recreativo da droga continua ilegal.

“É um não”, disse Anutin, que também é vice-primeiro-ministro. “Ainda temos regulamentos sob a lei que controlam o consumo, o fumo ou o uso de produtos de cannabis de maneiras não produtivas”.

Sob a descriminalização, não é mais crime cultivar e comercializar maconha e produtos de cânhamo, ou usar partes da planta para tratar doenças. Cafés e restaurantes também podem servir alimentos e bebidas com infusão de cannabis – mas apenas se os produtos contiverem menos de 0,2% de tetrahidrocanabinol (THC), o principal composto psicoativo da planta.

Penas severas permanecem em vigor sob a Lei de Saúde Pública, incluindo até três meses de prisão e uma multa de US$ 800 (cerca de R$ 3,9 mil) por fumar maconha em público.

“Nós sempre enfatizamos o uso de extrações de cannabis e matérias-primas para fins médicos e para a saúde”, disse Anutin. “Nunca houve um momento em que pensaríamos em defender o uso pelas pessoas em termos de recreação – ou usá-la de uma maneira que pudesse irritar os outros”.

Em particular, o ministro fez um alerta severo para os turistas estrangeiros que pensam em acender um baseado em público.

“A Tailândia promoverá políticas de cannabis para fins médicos. Se [turistas] vierem para tratamento médico ou para produtos relacionados à saúde, não é um problema, mas se você pensar em vir para a Tailândia apenas porque ouviu que cannabis ou maconha é legal … [ou] vir para a Tailândia para fumar maconha livremente, isso é errado”, disse.

“Não venha. Não vamos recebê-lo se você simplesmente vier a este país com esse propósito”, completou.

Anutin, um ex-magnata, também disse que espera que a indústria tailandesa de cannabis gere bilhões de dólares em renda ao impulsionar a agricultura.

“Esperamos que o valor da indústria [da cannabis] exceda facilmente US$ 2 bilhões de dólares”, disse ele, destacando incentivos recentes, como a colaboração com o Ministério da Agricultura para distribuir um milhão de plantas de cannabis gratuitas para famílias em todo o país.

Mensagens conflitantes
Esta quinta-feira é um dia histórico no relaxamento das leis de cannabis da Tailândia e segue a decisão histórica do país em 2018 de permitir o uso de maconha medicinal.

Desde então, sob a direção de Anutin, as leis em torno da cannabis foram flexibilizadas, com a remoção de botões e flores de cannabis da lista de narcóticos proibidos do país.

Mais de 3 mil detentos que cumprem penas de prisão por crimes sobre a maconha e drogas relacionadas ao cânhamo serão libertados nesta quinta-feira após anúncios do Ministério da Saúde Pública de Anutin.

Grandes festividades estão planejadas para este fim de semana. Um evento organizado pela Highland Legalization, um grupo tailandês de defesa da maconha, terá dois dias de apresentações musicais, painéis de discussão e vendas de alimentos à base de cannabis.

Ainda assim, mesmo com a flexibilização da lei, um toque de paranoia pode permanecer para alguns. Ativistas há muito reclamam que brechas na lei enviam mensagens conflitantes. Apenas algumas semanas atrás, uma mulher de 56 anos foi presa em sua casa no Leste da província de Chonburi depois que policiais à paisana avistaram um vaso de maconha em seu quarto.

“A Tailândia, pelo que me disseram, é um dos melhores lugares para cultivar plantas de cannabis”, disse Anutin.

“Acho que os tailandeses estão entusiasmados e ansiosos para participar desse mercado – seja como investidores ou fabricantes de produtos, bem como consumidores. Com a tecnologia e as estratégias de marketing de hoje, a Tailândia será inigualável na promoção de produtos [cannabis] no mercado global”.

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Produção legal de cannabis deve impulsionar a economia, mas uso recreativo continua ilegal, segundo o ministro da Saúde tailandês, Anutin Charnvirakul

Tailândia é o primeiro país da Ásia a descriminalizar a cannabis
Tailândia é o primeiro país da Ásia a descriminalizar a cannabis
Getty Images/Cavan Images
Kocha OlarnHeather Chenda CNN

em Bangkok, na Tailândia

09/06/2022 às 13:31 | Atualizado 09/06/2022 às 13:34
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A Tailândia tornou-se nesta quinta-feira (9) o primeiro país da Ásia a descriminalizar a cannabis – mas penas duras ainda serão aplicadas a quem usar a droga para ficar chapado, de acordo com o ministro que liderou a mudança.

Falando à CNN em uma entrevista antes da mudança, o ministro da Saúde tailandês, Anutin Charnvirakul, disse esperar que a produção legal de cannabis impulsione a economia, mas alertou que o uso recreativo da droga continua ilegal.

“É um não”, disse Anutin, que também é vice-primeiro-ministro. “Ainda temos regulamentos sob a lei que controlam o consumo, o fumo ou o uso de produtos de cannabis de maneiras não produtivas”.

Sob a descriminalização, não é mais crime cultivar e comercializar maconha e produtos de cânhamo, ou usar partes da planta para tratar doenças. Cafés e restaurantes também podem servir alimentos e bebidas com infusão de cannabis – mas apenas se os produtos contiverem menos de 0,2% de tetrahidrocanabinol (THC), o principal composto psicoativo da planta.

Penas severas permanecem em vigor sob a Lei de Saúde Pública, incluindo até três meses de prisão e uma multa de US$ 800 (cerca de R$ 3,9 mil) por fumar maconha em público.

“Nós sempre enfatizamos o uso de extrações de cannabis e matérias-primas para fins médicos e para a saúde”, disse Anutin. “Nunca houve um momento em que pensaríamos em defender o uso pelas pessoas em termos de recreação – ou usá-la de uma maneira que pudesse irritar os outros”.

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Em particular, o ministro fez um alerta severo para os turistas estrangeiros que pensam em acender um baseado em público.

“A Tailândia promoverá políticas de cannabis para fins médicos. Se [turistas] vierem para tratamento médico ou para produtos relacionados à saúde, não é um problema, mas se você pensar em vir para a Tailândia apenas porque ouviu que cannabis ou maconha é legal … [ou] vir para a Tailândia para fumar maconha livremente, isso é errado”, disse.

“Não venha. Não vamos recebê-lo se você simplesmente vier a este país com esse propósito”, completou.

Anutin, um ex-magnata, também disse que espera que a indústria tailandesa de cannabis gere bilhões de dólares em renda ao impulsionar a agricultura.

“Esperamos que o valor da indústria [da cannabis] exceda facilmente US$ 2 bilhões de dólares”, disse ele, destacando incentivos recentes, como a colaboração com o Ministério da Agricultura para distribuir um milhão de plantas de cannabis gratuitas para famílias em todo o país.

“A Tailândia, pelo que me disseram, é um dos melhores lugares para cultivar plantas de cannabis”, disse Anutin.

“Acho que os tailandeses estão entusiasmados e ansiosos para participar desse mercado – seja como investidores ou fabricantes de produtos, bem como consumidores. Com a tecnologia e as estratégias de marketing de hoje, a Tailândia será inigualável na promoção de produtos [cannabis] no mercado global”.

Mensagens conflitantes
Esta quinta-feira é um dia histórico no relaxamento das leis de cannabis da Tailândia e segue a decisão histórica do país em 2018 de permitir o uso de maconha medicinal.

Desde então, sob a direção de Anutin, as leis em torno da cannabis foram flexibilizadas, com a remoção de botões e flores de cannabis da lista de narcóticos proibidos do país.

Mais de 3 mil detentos que cumprem penas de prisão por crimes sobre a maconha e drogas relacionadas ao cânhamo serão libertados nesta quinta-feira após anúncios do Ministério da Saúde Pública de Anutin.

Grandes festividades estão planejadas para este fim de semana. Um evento organizado pela Highland Legalization, um grupo tailandês de defesa da maconha, terá dois dias de apresentações musicais, painéis de discussão e vendas de alimentos à base de cannabis.

Ainda assim, mesmo com a flexibilização da lei, um toque de paranoia pode permanecer para alguns. Ativistas há muito reclamam que brechas na lei enviam mensagens conflitantes. Apenas algumas semanas atrás, uma mulher de 56 anos foi presa em sua casa no Leste da província de Chonburi depois que policiais à paisana avistaram um vaso de maconha em seu quarto.

Seu marido mais tarde esclareceu que ela tinha pressão alta e diabetes e que eles estavam cultivando a planta para adicionar à comida.

Comentando o caso, Anutin disse que os quatro policiais envolvidos receberam medidas disciplinares. “Eles receberam advertências e foram suspensos. Não obedeceram à lei que acabamos de estabelecer”, disse Anutin.

“No entanto, precisamos [educar] as pessoas comuns e os aplicadores da lei e deixá-los saber até onde podem ir em termos de uso de conteúdo de cannabis (…) dentro da estrutura legal. É isso que estamos tentando fazer, dar o máximo de informações que pudermos para instruir as pessoas”, completou.

Kitty Chopaka, uma empresária de cannabis de Bangkok que defende a legalização há anos, saudou o relaxamento na legislação.

“O ponto-chave de defender a legalização da cannabis é promover o uso seguro e responsável. [O fato é que] a cannabis agora será tão legal quanto o alho, não há regras ou leis impostas para controlá-la”, disse Chopaka.

Mesmo assim, observando as recentes prisões, ela defende uma abordagem cautelosa. “[No futuro], provavelmente é melhor usar cannabis em um espaço privado longe das pessoas”, disse Chopaka. “Nós não queremos ver as pessoas [ainda indo] para a cadeia”.

Cientistas usam leite materno para tratar Covid-19 em mulher com imunodeficiência


Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) recorreram a um método nada convencional para o tratamento da Covid-19 em uma paciente com uma doença genética rara que torna o sistema imunológico incapaz de combater vírus e outros agentes causadores de doenças.

Durante uma semana, ela foi orientada a ingerir 30 mililitros de leite materno – de uma doadora vacinada contra a doença – a cada três horas. Após esse período, o resultado do teste de diagnóstico molecular (RT-PCR), que indica o material genético do vírus, veio negativo pela primeira vez há mais de 120 dias.

O caso foi relatado em artigo publicado na revista científica Viruses, a partir de projetos apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Nesses pacientes, o impacto de agentes infecciosos como vírus pode levar a quadros de infecção crônica com o risco de morte.

“Tenho acompanhado essa paciente desde criança e quando ela me contou que estava com Covid-19 eu fiquei muito apreensiva. O erro inato da imunidade que ela apresenta deixa seu sistema de defesa todo desregulado. Sua resposta inflamatória é deficitária, há poucas células se mobilizando para o local da inflamação e baixa produção de anticorpos”, conta a pediatra Maria Marluce dos Santos Vilela, professora da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e autora principal do artigo.

A pesquisadora explica que o sistema imune humano e dos demais mamíferos produz normalmente cinco tipos de anticorpos: as imunoglobulinas IgM, IgG, IgA, IgE e IgD. Pessoas com essa doença – conhecida como síndrome de imunodesregulação – geralmente têm pouco IgE e, em alguns casos, ausência completa de IgA, o principal anticorpo neutralizante de vírus e outros agentes de doenças, que costuma estar presente no leite materno, nas secreções respiratórias e gastrintestinais.

Além disso, esses pacientes podem apresentar uma produção muito baixa de IgG, normalmente o anticorpo mais abundante no sangue e responsável por reconhecer e neutralizar microrganismos estranhos (antígenos) com os quais o organismo já teve contato prévio.

Há apenas 157 casos do tipo descritos no mundo, caracterizados em estudo publicado no Journal of Allergy and Clinical Immunology, do qual a especialista é coautora.

“Nossa estratégia foi manter a paciente isolada em casa, sob os cuidados da mãe – que monitorou a oxigenação, temperatura corporal e a nutrição. No hospital ela poderia contrair uma infecção bacteriana, o que tornaria o quadro ainda mais grave. E, desde o diagnóstico, em março de 2021, nós a acompanhamos periodicamente por vídeo”, conta a médica.

Nos primeiros 15 dias de infecção a paciente apresentou febre, perda de apetite e de peso, tosse e indisposição. Para a surpresa da equipe médica, o pulmão e demais sistemas mantiveram-se inalterados.

Passados dois meses, o quadro permanecia o mesmo e o grupo então decidiu testar, em parceria com o Hemocentro da Unicamp, o tratamento com plasma de convalescente, ou seja, a transfusão de anticorpos produzidos por pessoas que haviam se curado da Covid-19, principalmente os do tipo IgG.

O procedimento foi feito e promoveu melhora dos sintomas e redução de marcadores inflamatórios no sangue. Mas, após 15 dias, o exame de diagnóstico molecular permanecia positivo e a paciente seguia apresentando sintomas leves e sinais do que os médicos chamam de adinamia, que é uma grande fraqueza muscular associada a processos infecciosos prolongados.