Câmara Itabuna

Câmara de Ilhéus - Acompanha sessões remotas

Câmara de Ilhéus - Acompanha sessões remotas

Bocão 64

quarta-feira, 20 de julho de 2022

Ciro ataca Lula e Bolsonaro no primeiro discurso após convenção do PDT que formalizou candidatura

Foto: Adriano Machado/Reuters

O ex-ministro Ciro Gomes atacou os adversários Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) nesta quarta-feira (20) no primeiro discurso após ter sido sacramentado candidato a presidente da República — pela quarta vez — em convenção nacional do PDT em Brasília.

Ele foi o primeiro presidenciável a ter a candidatura formalizada, no primeiro dia da temporada de convenções partidárias (até 5 de agosto), durante a qual os partidos terão de formalizar as escolhas dos candidatos.

Ciro Gomes concorre sem aliança com outras legendas e até esta quarta não tinha candidato a vice. O presidenciável afirmou que há negociações com União Brasil e PSD, mas, se não resultarem em acordo, escolherá um filiado ao PDT. Segundo ele, o nome do vice será anunciado "nos próximos dias" e, preferencialmente, será uma mulher.

Na mais recente pesquisa do instituto Datafolha, divulgada no último dia 23, Ciro Gomes aparece em terceiro lugar, com 8% das intenções de voto, atrás de Lula (47%) e Bolsonaro (28%).

"Com todas as suas diferenças, Lula e Bolsonaro são muito parecidos", afirmou Ciro Gomes em um discurso de 53 minutos no qual comparou os rivais aos personagens dos romances "O Médico e o Monstro", de Robert Louis Stevenson (Lula), e "Frankenstein", de Mary Shelley (Bolsonaro).

"O atual quadro político é tão surreal e trágico que uma boa forma de ilustrar é utilizar a literatura de terror", afirmou. "Os dois [Lula e Bolsonaro] estão causando um mal terrível à população brasileira, criando o maniqueísmo do bem absoluto e do mal absoluto. Cada um diz que tudo de bem está do seu lado e tudo de mal está de outro", afirmou.

Ele atribuiu aos 14 anos de governos petistas (2003 a 2016) a ascensão de Bolsonaro ao poder em 2018 e disse que, agora, Lula e o partido se aliam aos que defenderam o "golpe" que levou ao impeachment de Dilma Rousseff em 2016.

"Eles estão pedindo para voltar. Será que para produzir mais enganações e inconsistências? Qual milagre pode existir para que eles possam fazer em quatro anos o que não fizeram em 14? Acordos, conchavos, falta de escrúpulo, que convocam o povo a lutar contra o golpe para depois aparecerem abraçados, beijando na boca daqueles que provocaram o golpe", afirmou Ciro Gomes, ministro da Integração Regional no primeiro mandato de Lula como presidente (2003-2006).

"Catorze anos aqui, e o que o lulismo conseguiu foi parir o Bolsonaro. Alguém acredita que Bolsonaro chegou de Marte? Bolsonaro é produto da construção magoada e iludida do povo, machucado pela mais grave crise econômica e pelo escândalo de ladroeira", declarou.

A Bolsonaro, o presidenciável do PDT reservou os adjetivos "incompetente", "preguiçoso", "insensível" e responsável por "degradar" as instituições.

"Nunca o Brasil teve um presidente tão insensível e incompetente como o que ocupa o Palácio do Planalto. Fora Bolsonaro. Usar e emporcalhar são os melhores verbos para definir o método de permanência. Ele não trabalha, é um grande preguiçoso, não pensa e não executa uma ação. Parece estar disposto a tudo para fazer do Palácio do Planalto o seu acampamento de guerra híbrida", disse.

Ele também criticou a reunião de Bolsonaro com embaixadores, na qual o presidente fez um pronunciamento com ataques ao sistema eleitoral e às urnas eletrônicas:

"O presidente chama os embaixadores das nações estrangeiras para esculhambar o nosso país e degradar as instituições que a ele cabe o juramento constitucional de velar, proteger e respeitar."

Ciro Gomes disse que o Brasil vive um “neoliberalismo tropical”, um modelo econômico, segundo ele, em que a elite "menospreza" os pobres com políticas compensatórias ou "com puro desprezo”.

Segundo ele, “no banquete dos ricos e restos para os pobres, Collor preparou a cozinha, Fernando Henrique serviu a mesa e Lula temperou a comida. Dilma, Temer e Bolsonaro apenas requentaram o prato”.

“Esse modelo mal-acabado de neoliberalismo tropical começou há quase 30 anos, foi camuflando uma crise crônica, lenta e corrosiva durante os 14 anos do PT, até que ela se tornou aguda e insuportável. Esse modelo econômico, de uma elite ao mesmo tempo neocolonizada e neoescravista, menosprezou os pobres todo o tempo, seja com políticas compensatórias ou seja com puro desprezo. E notabilizou-se pelo privilégio dado aos banqueiros em detrimento dos que produzem", declarou.

Como incluir os alunos autistas na escola =)

“Nenhuma criança é igual à outra. Por que os autistas seriam?”, resume a professora Rossana Ramos, da Universidade de Pernambuco (UPE), sobre os desafios que ainda permeiam a educação inclusiva no Brasil e que, tantas vezes, se colocam como empecilhos para que alunos com autismo ingressem e permaneçam no sistema regular de ensino. 

Se a inclusão começa na matrícula, direito garantido por lei, esta não se encerra aí. A escola deve oferecer um ambiente onde os alunos autistas se sintam acolhidos, respeitados e recebam as mesmas oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento integral que os demais estudantes.

É somente a partir desta integração participativa que gestores, docentes e colegas podem então apoiar estas crianças e jovens em suas especificidades. “Temos que compreender esse sujeito como alguém único, com suas próprias iniciativas, observando com cuidado seu comportamento, além de valorizar quaisquer avanços, que possam nos parecer pequenos, mas na verdade são imensos”, diz Rossana, que é também autora do livro Inclusão na Prática: Estratégias Eficazes para a Educação Inclusiva.

A especialista exemplifica sua fala com um caso. Uma professora realizava um exercício no qual para cada número que enunciava, os alunos deveriam mostrar o valor correspondente com modelos feitos em madeira. Agitado com a tarefa por não conseguir montar as peças, um aluno autista achou uma solução à sua maneira: levantou-se da carteira e escreveu o número na lousa.

Primeiros passos

No Brasil, dois milhões de famílias convivem com o transtorno do espectro autista, uma síndrome comportamental causada por diferentes influências genéticas, neurológicas e ambientais, e que altera essencialmente as interações sociais e a forma de comunicar-se das crianças.

Como o espectro do transtorno autista é amplo e se manifesta de diferentes maneiras, para algumas crianças a dificuldade pode estar na fala, muito embora ela ouça e compreenda perfeitamente tudo o que é dito. Outros têm menos sensibilidade no tato e precisam destes estímulos sensoriais. Compreender o que os agrada e causa desconfortos é, portanto, essencial.

Outro passo indispensável é conversar com os professores, mantendo reuniões periódicas para discussões, relatos de experiências e leituras. Esclarecimentos sobre a condição também precisam ser disseminados entre o corpo docente e demais funcionários a fim de desconstruir falácias como aquela que diz que os alunos autistas são menos capazes. É importante reiterar como estes estudantes, na verdade, têm tempos e maneiras diferentes de estabelecer relações afetivas e de ensino-aprendizagem.

“Uma vez, um aluno autista foi o único da turma a relacionar corretamente todas as imagens de animais a seus nomes por escrito. E fez isso muito rapidamente. Só nesse dia descobrimos que ele sabia ler”, conta Rossana para ilustrar esse potencial e a necessidade de descobrir como trazê-lo à tona.

No cotidiano escolar
A psicopedagoga Ana Rita Bruni, que atua como assessora de inclusão, recomenda que no dia a dia os professores deem orientações minuciosas e de maneira pausada. “Isso garante que todas as crianças possam acompanhar as instruções”.

O termo autismo deriva do grego “autos”, que significa “voltar-se para si mesmo”. O psiquiatra austríaco Eugen Bleuler foi o primeiro a utilizá-lo, em 1911.

Ao receber alunos autistas, Joana Portolese, da ONG Autismo e Realidade, recomenda à escola, em primeiro lugar, uma conversa cuidadosa com os familiares, estabelecendo um canal de comunicação sempre aberto.

“A ideia é buscar entender o que a família já sabe que funciona com a criança, quais tipos de terapia e estímulos ela já está recebendo e tentar descobrir qual é o papel da escola no seu desenvolvimento”, diz Joana.

Joana Portolese também orienta que os professores deem uma noção concreta de quanto tempo há para realizar as atividades, por exemplo, dizendo “quando o ponteiro do relógio chegar aqui, o exercício termina”. Recorrer a imagens, símbolos e fotos é igualmente necessário, como explica Ana Rita. “Os professores podem deixar pistas visuais, elaborar uma rotina organizada por símbolos e desenhos, e oferecer, por exemplo, um mapa em papel que mostra como chegar à cantina”.

Para além destas dicas práticas, deve-se, sobretudo, estimular a autonomia das crianças e jovens autistas da escola.

“É importante que todas as crianças estejam aprendendo o mesmo conteúdo em sala de aula. Se o ritmo do aluno for mais rápido ou mais lento, pode-se fazer adaptações e personalizações, mas nunca tirar ou acrescentar novos conteúdos, fazendo diferenciações”, diz Joana.

Rossana também lembra que é comum e equivocado dizer que o aluno “não está acompanhando o conteúdo curricular”. “A matéria da aula não é mais importante do que o conhecimento da vida, e isso as crianças estão aprendendo o tempo todo no convívio social da escola”, diz Rossana.

Com os devidos cuidados, nada impede que as crianças autistas participem de todas as atividades desenvolvidas, inclusive, as que ocorrem fora da sala de aula.

“Algumas crianças têm audição mais sensível, então é preciso evitar nestes casos lugares ruidosos. Outros não são tão sensíveis ao toque e podem se machucar mais facilmente. Mas nada que profissionais atentos não possam dar conta”, explica Ana Rita Bruni.

A importância do coletivo
A realização de atividades coletivas, como explica Rossana, é fundamental para trazer esses conhecimentos da vida. Ela relembra a história de um aluno autista que só se sentava ao lado das outras crianças no recreio quando o lanche era preparado coletivamente.

“Quando as crianças traziam os ingredientes e a professora preparava os lanches, todos dividiam a comida e este aluno se unia ao grupo e interagia”, diz Rossana.

Ela conta que esse momento foi muito importante também para que as demais crianças começassem a entendê-lo como igual e convidá-lo para outras brincadeiras, chamá-lo pelo nome e querê-lo por perto.

“A estratégia para inclusão é o coletivo, mostrar para todas as crianças que estar junto é algo bom, e dar oportunidades dos alunos conviverem entre si”, afirma Rossana.

“Trabalhar com autistas é um desafio, assim como trabalhar com qualquer criança, porque todas elas trazem repertórios diferentes e têm seus próprios momentos de aprendizagem. Não podemos limitar o que vamos oferecer às crianças achando que elas não vão entender. O que se deve fazer é tentar levá-las a esta compreensão de várias maneiras diferentes, até achar a melhor”, conclui a psicopedagoga Bruni.

Brasil registra 346 mortes por Covid em 24 horas e média móvel cresce 77% em um mês


O Brasil registrou, nesta quarta-feira (20), 346 mortes por Covid-19 e 56.480 novas infecções pela doença nas últimas 24 horas, segundo dados divulgados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

Com isso, a média móvel de mortes, que considera os últimos sete dias, cresceu 77% em um mês. Nesta quarta, a média ficou em 248. Para fins de comparação, em 20 de junho o indicador marcava 140.

Já o número flutuante de casos ficou 53.931 hoje. Há um mês, o índice estava 36.775 — o que representa um aumento de 46%.

O estado do Rio Grande do Sul registrou, nas últimas 24 horas, 4.047 casos de Covid. Em Minas Gerais, foram 8.052 e em São Paulo, foram 8.303 infecções no período.

Na Bahia foram 3.630 e em Santa Catarina, as secretarias registraram 1.842 contaminações.

Com as atualizações, o país registrou 33.454.294 infecções e 676.217 vítimas fatais da Covid desde o início da pandemia, em março de 2020.

Feminismo negro é importante porque traz à tona a questão racial, diz especialista


Em entrevista à CNN Rádio, no quadro CNN no Plural, a coordenadora de Políticas de Promoção de Igualdade e Raça do Instituto Geledés, Maria Sylvia Aparecida de Oliveira, explicou a importância do feminismo negro.

Segundo ela, as mulheres negras têm outro ponto de partida para os direitos conquistados pelo feminismo do que as brancas.

“Enquanto as mulheres brancas saíam para reivindicar direito ao trabalho e estudo, as negras estavam construindo a nação brasileira, sequestradas da África, e que cuidavam da casa e dos filhos dessas mesmas mulheres brancas.”

“Para além da questão de gênero, o feminismo negro traz a questão racial”, completou.

Maria Sylvia acredita que, no Brasil, o racismo é tratado “como se fosse uma patologia, uma questão de cada indivíduo”, quando, na verdade, a sociedade é racista de forma estrutural.

“O racismo é um fenômeno que estrutura as relações sociais no Brasil, sutil em alguns momentos e em outros explícito coo nas injúrias raciais.”

Exatamente por isso, ela defende que se não tratarmos o racismo como “um fenômeno que estrutura relações, vamos continuar vivenciando esses casos de racismo, temos de pensar em educação transformadora e que não reproduza e perpetue o racismo.”

Apesar de admitir que as redes sociais podem dar um impulso importante para a discussão da temática racial, ela aposta na “luta coletiva.”

“A luta contra o racismo tem que ser não só da população negra, mas da sociedade em geral”.

Justiça acata denúncia do MP e homem que matou petista em festa vira réu


A Justiça do Paraná recebeu a denúncia do Ministério Público e determinou que Jorge Guaranho, agente penitenciário federal investigado pelo assassinato do guarda municipal e membro do Partido dos Trabalhadores (PT) Marcelo Aloizio de Arruda, vire réu. A pena pode chegar a 30 anos de prisão.

Também nesta quarta-feira (20), o Ministério Público do Paraná fez a denúncia de homicídio duplamente qualificado contra Guaranho.

Arruda foi morto por Garanho, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), em sua própria festa de aniversário, em Foz do Iguaçu, com tema em homenagem ao PT e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).