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Bocão 64

segunda-feira, 5 de setembro de 2022

Parlamentares estudam legalizar jogos de azar para bancar piso da enfermagem


Parlamentares estudam a possibilidade de aprovar projetos de lei e propostas em tramitação no Congresso Nacional que gerem recursos para bancar o piso salarial da enfermagem. Entre eles, o projeto que legaliza os jogos de azar no país, como cassinos, bingos e jogo do bicho.

O texto da legalização dos jogos, cujo projeto original tem mais de 30 anos, foi aprovado pela Câmara dos Deputados em fevereiro deste ano e está parado no Senado. Há resistência de parte da oposição e da bancada evangélica.

O projeto, porém, tem forte apoio do ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, e outros governistas. A ideia aventada é prever que um percentual maior da arrecadação com os jogos de azar seja destinado a suprir o orçamento necessário para o pagamento do piso.

O texto aprovado pela Câmara determina que 4% do produto da arrecadação da Cide-Jogos será destinado ao financiamento dos programas e ações compreendidos no âmbito da saúde pública. Há parlamentares que pensam em aumentar esse percentual para 12%.

Essa movimentação acontece após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso suspender a lei aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), que estipula um piso salarial da enfermagem.

Para bancar o piso também estão no radar dos parlamentares projetos que promovem desonerações de folhas de pagamento de instituições filantrópicas e empresas privadas do setor de saúde, tributação de lucros e dividendos, utilização de recursos dos royalties da exploração de petróleo, utilização de recursos de fundos públicos da União que estejam parados, utilização de recursos arrecadados com a eventual nova ‘Loteria da Saúde’, além de projetos que elevam a carga tributária das atividades de mineração. 

Assim como o projeto da legalização dos jogos de azar, não há consenso em torno dessas matérias. O Congresso não está se reunindo com frequência e, agora, os parlamentares estão focados na campanha eleitoral. A perspectiva é que qualquer projeto mais espinhoso só seja analisado após as eleições ou no ano que vem.

Barroso tomou a decisão de suspender a lei para avaliar melhor o impacto dela sobre o sistema de saúde. Ele também requereu mais esclarecimentos em um prazo de 60 dias quanto a gastos públicos e o risco de demissões em massa, por exemplo.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), vai se reunir com Barroso nesta terça (6) para tratar do assunto. Tanto Pacheco quanto o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmaram que buscarão reverter a situação. Lira já falou ao telefone com Barroso nesta segunda (5).

A expectativa é que o ministro do STF também receba mais parlamentares, como a deputada federal Carmen Zanotto (Cidadania-SC), que chamou a suspensão de “lamentável”.

Nos encontros, os parlamentares devem apresentar propostas que possam bancar o piso salarial e mostrar que o grupo de trabalho da Câmara criado para o tema estima impacto de até 3% da verba do Sistema Único de Saúde (SUS) e 2,5% do lucro dos planos de saúde.

“O que precisamos é discutir a ampliação do financiamento do SUS e a redução da carga tributária de atividades que geram emprego, como a saúde”, disse o relator do grupo, deputado Alexandre Padilha (PT-SP).

O cálculo final do impacto em todos os seguimentos feito é de cerca de R$ 16,3 bilhões, estima.

Ele enviou ofício ao Barroso pedindo que o relatório do grupo final seja juntado aos autos no STF e que o ministro reconsidere a suspensão.“Válido lembrar, também, que o GT de Impacto Pisos Salarias Fixados foi construído, deliberado e aprovado por parlamentares de todas as matizes ideológicas como PROS, PV, União Brasil, Avante, PSB, PP, DEM, PT, PCdoB”, consta no documento.

Um articulador governista ouvido pela reportagem considerou ser preciso esperar o resultado das reuniões desta terça para as articulações avançarem. Ele disse “ ter de onde tirar” recursos e que o Congresso deve mostrar isso.

Ponderou, porém, ser preciso observar também a condição de pagamento dos hospitais privados e dos planos de saúde, por exemplo.

Órgãos de inteligência do governo, das Forças Armadas e das polícias estaduais não detectaram risco em 7 de setembro

Órgãos de inteligência do governo, das Forças Armadas e das polícias estaduais não detectaram risco de que os atos de 7 de setembro sejam violentos.

A percepção comum nesses órgãos é de que. até a noite desta segunda-feira, o risco é “muito baixo”, segundo uma fonte da Agência Brasileira de Inteligência. Fontes do Exército também relataram à CNN que não há indícios de problemas até o momento e que não foi detectado nada suspeito.

Fontes da Polícia Militar do Distrito Federal, de São Paulo e do Rio de Janeiro, onde ocorrerão manifestações, também relataram que a expectativa é e que o 7 de setembro seja tranquilo.


Há uma leitura de que poderia haver algum risco se simpatizantes do ex-presidente Lula também fossem às ruas para o tradicional Grito dos Excluídos, mas a própria coordenação da campanha do PT pediu aos movimentos sociais que não fizessem atos neste dia.

Outro ponto levantado, especialmente nas capitais, é de que o efetivo das tropas das PMs nas ruas será ampliado nesse dia, o que em princípio diminuiria as chances de tumulto.


Governo dá ingressos a servidores dos Ministérios para inflar 7 de Setembro


O governo Jair Bolsonaro (PL) distribuiu a ministérios e estatais um comunicado com ingressos para que servidores compareçam ao desfile militar de 7 de Setembro, na Esplanada dos Ministérios.

A informação foi antecipada pela Folha de S.Paulo neste domingo (4) e confirmada pela CNN nesta segunda-feira (5). O ofício enviado aos secretários-executivos de toda a Esplanada é assinado pelo secretário especial de Comunicação, André de Sousa Costa. O documento disponibilizou uma planilha para que os servidores interessados em participar do evento preenchessem os seus nomes e do até dez pessoas que quisessem convidar.

“A procura por informações relativas aos convites para o desfile cívico-militar em comemoração aos 200 anos da Independência do Brasil tem sido muito alta, demandando alguns esclarecimentos em relação à disponibilização de vagas para servidores interessados em participar”, justifica o texto, replicado internamente pelos ministérios e estatais a seus respectivos servidores.

O ofício diz que o número de vagas inicialmente disponibilizado aos servidores e convidados estava limitado a 400 por pasta, com possibilidade de ampliação. O documento também estabeleceu uma data limite para o preenchimento da planilha: 26 de agosto, “de modo a viabilizar a confecção de convites individuais”.

De acordo com relatos feitos à CNN, o comunicado não foi repassado a todos os servidores de maneira linear. Em alguns ministérios, apenas os que ocupam os cargos mais altos foram os destinatários.

Em caráter reservado, ocupantes de postos de carreira disseram à CNN que a disponibilização de ingressos ao funcionalismo foi um fato inédito.

Apesar de a data marcar os 200 anos da Independência do Brasil, Bolsonaro pretende transformar os atos cívicos em manifestações de apoio a sua reeleição. Além do desfile cívico em Brasília, do qual o presidente deve participar pela manhã, também haverá um grande evento no Rio de Janeiro —é na capital fluminense que o mandatário do Palácio do Planalto aposta para reunir expressivo número de apoiadores.