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Bocão 64

terça-feira, 10 de maio de 2022

Entenda as causas e sintomas das crises de ansiedade

Os transtornos de ansiedade são distúrbios mentais caracterizados por sentimentos de ansiedade e medo, que podem se manifestar de diferentes formas. As principais incluem o transtorno de ansiedade generalizada (TAG), síndrome do pânico, fobias e ansiedade social, além do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e do transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou 25% no primeiro ano da pandemia de Covid-19. O levantamento aponta que jovens e mulheres foram os mais atingidos. Estimativas da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) indicam que mais de 58 milhões de pessoas sofrem de transtornos de ansiedade na região das Américas.

Na edição desta segunda-feira (11) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes explicou as principais causas e os sintomas da crise de ansiedade.
Embora a ansiedade seja uma fonte de estímulo para que o indivíduo desempenhe funções, em excesso ela pode provocar o efeito contrário. “É um transtorno que traz manifestações psicológicas e físicas bastante severas muitas vezes bloqueando a pessoa de ter uma vida plena”, explica Gomes.

Os sintomas da crise de ansiedade incluem medos extremos, preocupações em excesso e crises de choro. As causas podem ser multifatoriais e incluem traumas e gatilhos específicos para cada paciente. O tratamento pode ser realizado com acompanhamento psicológico, uso de medicamentos prescritos por psiquiatras ou uma combinação das duas terapias.

Crise de ansiedade atinge 26 alunos no Recife

No dia 8 de abril, 26 alunos da Escola de Referência em Ensino Médio (Erem) Ageu Magalhães, no Recife, passaram mal com sintomas de falta de ar, tremor e crise de choro.

Em nota, o SAMU informou que os estudantes também apresentaram sudorese, saturação baixa e taquicardia. Os jovens foram atendidos no local e não precisaram ser encaminhados para unidades de saúde. Segundo o SAMU, 16 profissionais em seis ambulâncias e duas motocicletas foram mobilizados para o atendimento.

A Secretaria de Educação e Esportes do Recife informou que os estudantes receberam atendimento médico na escola e foram liberados após a chegada dos responsáveis.

O neurocirurgião Fernando Gomes explica que casos como este registrado no Recife são raros. “Existe uma explicação psicológica com base neurobiológica para explicar isso, a gente chama de efeito manada. Uma pessoa, por exemplo, em uma sala começa a bocejar, não é incomum você perceber várias pessoas bocejando”, explica.

Segundo o especialista, a manifestação clínica da ansiedade em vários alunos ao mesmo tempo pode estar relacionada ao mesmo tipo de efeito psicológico.

O que pode ser feito para aliviar os sintomas

O médico Érico de Oliveira, clínico geral do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, afirma que as primeiras crises podem ser difíceis de compreender. Os diferentes sintomas fazem com que muitas pessoas busquem atendimento médico, achando que estão diante de problemas respiratórios ou cardíacos.

“Muitos pacientes chegam com queixas de sintomas clínicos, como tensão muscular, dor de cabeça e cansaço, e não falam sobre as preocupações, que consideram naturais”, diz Oliveira, em comunicado.

A busca por atendimento especializado contribui para reduzir os impactos e a frequência das crises de ansiedade. Além disso, os especialistas recomendam medidas que ajudam a passar pela situação de forma mais amena.

Ações como respirar fundo e devagar, procurar um local calmo, compartilhar sentimentos e entender que o momento é passageiro podem aliviar as crises. “Com um padrão respiratório mais lento, você reduz a resposta do sistema nervoso a essa crise. Isso vai te tranquilizando e pode fazer que a crise acabe mais rápido”, explica a psiquiatra Débora Kinoshita, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.



Estudo: divulgação não autorizada de imagens íntimas impacta saúde mental de mulheres

Estudo aponta que motivações envolvem afirmação da masculinidade do homem que comete o crime, controle e condenação da sexualidade das mulheresFoto: Jonas Leupe/Unsplash.

A divulgação de imagens íntimas sem autorização afeta a saúde mental de mulheres em todo o mundo. No Brasil, divulgar cena de sexo, nudez ou pornografia sem o consentimento da vítima é crime previsto no Código de Processo Penal.

Uma pesquisa conduzida por especialistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Minas) aponta que mulheres que tiveram imagens íntimas divulgadas sem autorização sofrem impactos como automutilação, depressão, fobias, ideações e tentativas de suicídio, transtorno alimentar, alcoolismo, dificuldades de se relacionar socialmente e problemas de autoestima.

A análise realizada pelo Grupo de Violência, Gênero e Saúde da Fiocruz Minas avaliou os danos à saúde das mulheres que sofreram esse tipo de violência e como se dão os cuidados em saúde necessários nessas situações.

O estudo é fruto da tese de doutorado de Laís Barbosa Patrocínio, sob orientação da pesquisadora Paula Bevilacqua. Para a análise, as pesquisadoras fizeram entrevistas com 17 mulheres, com idades entre 18 e 62 anos, que tiveram imagens divulgadas sem autorização e com dez profissionais de saúde e de assistência social que prestaram atendimento. Entre as vítimas de situação de violência, o intervalo de idade foi de 17 a 50 anos.


O estudo abrange 18 cidades de seis estados brasileiros, sendo capitais, cidades litorâneas, do interior e região metropolitana, de pequeno, médio e grande portes. Os depoimentos foram obtidos durante o segundo semestre de 2020.


“A pesquisa coincidiu com o primeiro ano da pandemia, o que trouxe vários complicadores. Foi preciso fazer todas as entrevistas por vídeo, por meio de plataforma digital. O lado positivo disso foi a possibilidade de conseguir uma diversidade territorial, com participantes de várias localidades, e também de classe e étnico-racial”, explica Laís, em comunicado.


As mulheres vítimas da violência narraram como foram produzidas e divulgadas as imagens íntimas, a forma como o episódio impactou suas vidas e se buscaram apoio. As profissionais da saúde e da assistência social relataram os casos atendidos, os cuidados oferecidos e os desafios na atenção a essa situação de violência.


Diferentes tipos de exposição


De acordo com a pesquisa, a forma como as mulheres são expostas varia. Foram identificadas diferentes possibilidades nos processos de produção, obtenção e divulgação das imagens. Enquanto algumas mulheres produziram o conteúdo, outras foram registradas sem o conhecimento.


Em relação à exposição, a pesquisa aponta que as motivações envolvem afirmação da masculinidade do homem que comete o crime, controle e condenação da sexualidade das mulheres, além de vingança, comercialização e extorsão.


Em outros casos, as imagens não se referem à sexualidade das mulheres. Algumas foram expostas em momentos sob efeito de álcool ou em brigas com parceiro. “Isso revela uma vigilância não apenas da sexualidade feminina, mas também de outros comportamentos. A exposição é também de momentos de descontrole da pessoa, demonstrando uma necessidade de manter o comportamento feminino sob controle o tempo todo”, diz a pesquisadora.

Danos para a saúde mental


Os impactos da exposição para a saúde mental das mulheres são diversos. Segundo o estudo, os danos incluem abalos na autoestima, tentativas de tirar a própria vida, além de agravos para fragilidades já existentes.


“É o caso de distúrbios alimentares e estados depressivos; quem já tinha predisposições desenvolveu. Outra consequência importante é o sentimento de culpa, relatado tanto pelas vítimas como pelos profissionais. É uma culpabilização externa que acaba virando interna e vai minando a autoestima”, afirma Laís.


Segundo a especialista, o sentimento de culpa faz com que muitas mulheres deixem de procurar ajuda. “Além disso, o dano se dá sobretudo nas relações. Muitas das entrevistadas relataram que o que mais machuca não é a vergonha da exposição, mas o fato de não serem apoiadas por familiares e amigos”, diz.


Entre os desafios no atendimento de vítimas da exposição íntima, a pesquisa identificou dificuldades de sintonia entre as instituições, ausência de conforto e privacidade na recepção e no atendimento e a necessidade de relatar o ocorrido a vários profissionais, além de julgamentos na assistência policial.


A pesquisa também verificou como o tema tem sido tratado no contexto acadêmico a partir de uma revisão bibliográfica. Os achados apontam que há uma abordagem conservadora até mesmo nos artigos científicos.


“Apenas 15% dos artigos sobre o vazamento de imagens íntimas classificam a situação como violência de gênero. Então, nosso estudo pretende a chamar a atenção também da própria academia para refletir sobre essa abordagem”, ressalta Laís.





Pesquisadores avançam na busca por um anticoncepcional para homens

Cientistas dos EUA apresentaram resultados do estudo de um contraceptivo masculino não hormonal que foi capaz de prevenir a gravidez em camundongos.

Historicamente, as opções de métodos contraceptivos são maiores para as mulheres em relação aos homens. Enquanto elas contam com controles de natalidade que vão de pílulas orais a adesivos e dispositivos intrauterinos, as principais opções para eles são a camisinha e a vasectomia.

Como resultado, também pende com peso desigual sobre as mulheres a responsabilidade de prevenir a gravidez, além do desconforto e efeitos colaterais dos contraceptivos femininos disponíveis.

Pesquisadores da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, apresentaram resultados do estudo de um contraceptivo masculino não hormonal que foi capaz de prevenir a gravidez em camundongos, sem apresentar efeitos colaterais. Os achados foram apresentados em reunião da American Chemical Society (ACS).

Atualmente, os homens contam com duas opções eficazes de controle de natalidade: preservativos masculinos e vasectomia, sendo o procedimento cirúrgico considerado uma forma permanente de esterilização masculina. Embora as vasectomias às vezes possam ser revertidas, a cirurgia de reversão é cara e nem sempre bem-sucedida.

A necessidade de um contraceptivo eficaz e duradouro, semelhante à pílula anticoncepcional para mulheres tem mobilizado a comunidade científica. “Os cientistas tentam há décadas desenvolver um anticoncepcional oral masculino eficaz, mas ainda não há pílulas aprovadas no mercado”, disse o pesquisador Abdullah Al Noman, que fez parte do estudo.

Entre os compostos avaliados atualmente em ensaios clínicos, estão aqueles que têm como alvo o hormônio sexual masculino testosterona. No entanto, alterações hormonais podem levar a efeitos colaterais como ganho de peso, depressão e aumento dos níveis de colesterol de lipoproteína de baixa densidade (conhecida como LDL).

“Queríamos desenvolver um anticoncepcional masculino não hormonal para evitar esses efeitos colaterais”, diz Noman, estudante de pós-graduação.

Como foi desenvolvido o anticoncepcional

Para desenvolver o contraceptivo masculino não hormonal, os pesquisadores visaram uma proteína chamada receptor alfa do ácido retinóico (RAR-α). Esta proteína faz parte de uma família de três receptores nucleares que se ligam ao ácido retinóico, uma forma de vitamina A que desempenha papéis importantes no crescimento celular, diferenciação (incluindo formação de espermatozoides) e desenvolvimento embrionário.

A eliminação do gene RAR-α em camundongos machos os torna estéreis, sem efeitos colaterais imediatos. Embora outros cientistas tenham desenvolvido compostos orais que inibem todos os três membros da família RAR (RAR-α, -β e -γ), causando esterilidade reversível em camundongos machos, a equipe de Minnesota buscou encontrar uma droga que fosse específica para RAR-α e, portanto, menos provável de causar efeitos colaterais.

Assim, os cientistas examinaram de perto as estruturas de RAR-α, -β e -γ ligadas ao ácido retinóico, identificando diferenças estruturais nas formas de ligação dos três receptores se ligam. Com essas informações, eles projetaram e sintetizaram aproximadamente 100 compostos e avaliaram sua capacidade de inibir seletivamente o RAR-α nas células.

Eles identificaram um composto, que foi nomeado YCT529, que inibiu RAR-α quase 500 vezes mais potente do que RAR-β e -γ. Quando administrado oralmente a camundongos machos por quatro semanas, o YCT529 reduziu drasticamente a contagem de espermatozoides e foi 99% eficaz na prevenção da gravidez, sem efeitos colaterais observáveis. Os camundongos poderiam gerar filhotes novamente de 4 a 6 semanas após o recebimento do composto.

De acordo com a pesquisadora Gunda Georg, coordenadora do estudo, o YCT529 começará a ser testado em ensaios clínicos em humanos no terceiro ou quarto trimestre de 2022. “Como pode ser difícil prever se um composto que parece bom em estudos com animais também vai dar certo em testes em humanos, atualmente estamos explorando outros compostos também”, disse ela em comunicado.

Pesquisa brasileira

Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) descobriram, a partir do estudo de uma proteína existente no espermatozoide, dois novos alvos que, combinados, podem ser utilizados para o desenvolvimento de anticoncepcionais para homens.

O foco da pesquisa é a EPPIN, sigla em inglês para inibidor de protease epididimária, cuja função principal é modular capacidade dos espermatozoides de nadar até o óvulo, chamada de motilidade. Cientistas procuram desenvolver anticoncepcionais que atuem na motilidade do espermatozoide, uma vez que é mais difícil chegar a um fármaco capaz de impedir a produção do gameta masculino.

Na pesquisa conduzida na Unesp, camundongos receberam três tipos de anticorpos para verificar se eles se ligavam à EPPIN e bloqueavam a motilidade dos espermatozoides. Ao se ligarem à molécula-alvo, os anticorpos mostraram em quais domínios da proteína deveria haver uma intervenção para reduzir ou impedir a motilidade do espermatozoide.

Os resultados da pesquisa foram publicados no periódico científico Molecular Human Reproduction.

(Com informações da American Chemical Society e da Agência Fapesp)


Lugar da mulher na política ainda é determinado por uma maioria de homens brancos

A deputada federal e ex-governadora do Rio de Janeiro Benedita da Silva (PT) no plenário da Câmara - 10/11/2021Daniel Caixeta/Agência Câmara.

Existem sinais tímidos de mudanças, mas representatividade política das mulheres ainda não traduz sua força numérica na sociedade.

Tenho falado com frequência da falta de representatividade preta nessas eleições, sobretudo nas chapas majoritária para presidente da República, mostrando a despreocupação e o desrespeito, para não dizer o racismo camuflado e institucionalizado, que não salva nenhuma das instituições brasileiras como, por exemplo, os partidos políticos.

Como minha responsabilidade aqui é falar sobre diversidade nessas eleições e isto inclui também outras “minorias”, vamos falar da questão feminina, embora mulheres signifiquem a maioria da população (51%) – portanto, poderia chamá-las de “maiorias minorizadas”.

E como elas aparecem neste pleito? A resposta é simples: não aparecem!

Das pré-candidaturas que se apresentaram para concorrer ao Palácio do Planalto, existe apenas uma mulher: a senadora pelo MDB Simone Tebet. Ela não está sozinha hoje nos avanços femininos, onde temos mulheres no Supremo e até como ministras em um governo que não tem nenhum apreço por diversidade.

Fora isso, não podemos esquecer que já tivemos até uma presidente da República. Porém, o lugar de mulher na política ainda é um determinado por uma maioria esmagadora de homens brancos que dominam o cenário e determinam esse lugar delas nesses espaços de poder mesmo quando é para elas mandarem.

Encerro essa reflexão lembrando algo que parece um detalhe, mas não é. Talvez seja um indicativo da presença feminina em espaços políticos de poder e na gestão pública: nos últimos 20 anos, o Rio de Janeiro foi administrado por vários governadores e todos foram parar na cadeia por envolvimento ou suspeita de corrupção.

Nesses 20 anos, a única pessoa que teve assento no palácio das Laranjeiras e não foi presa por conduta indevida foi uma mulher negra. Benedita da Silva.

Fonte: Maurício Pestana, CNN




ONU discute sobre uma ordem do Talibã para as mulheres cobrirem os rostos novamente

Desde a retomada do poder, grupo islâmico falou que iria respeitar o direito das mulheres

O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) se reunirá na quinta-feira (12) para discutir uma ordem do Talibã do Afeganistão para as mulheres cobrirem seus rostos em público, o que seria um retorno a uma política de linha dura do grupo islâmico e uma escalada de restrições.

A enviada especial da ONU para o Afeganistão, Deborah Lyons, deve informar ao Conselho de 15 membros, informou a missão da ONU da Noruega, a qual solicitou a reunião de portas fechadas, “para abordar o aumento das restrições aos direitos humanos e liberdades de meninas e mulheres afegãs”.

Sob a regra anterior do Talibã de 1996 a 2001, as mulheres tiveram que se cobrir, não podiam trabalhar e as meninas foram banidas da escola. Mas depois de retomarem o poder em agosto passado, eles prometeram respeitar os direitos das mulheres.

No entanto, em março, o Talibã voltou ao anúncio sobre a reabertura de escolas secundárias para as meninas, dizendo que permaneceriam fechadas até que um plano fosse elaborado de acordo com a lei islâmica para que elas reabrissem.

No sábado (7), o líder supremo do grupo, Haibatullah Akhundzada, disse que, se uma mulher não tivesse cobrindo o rosto fora de casa, seu pai ou parente masculino mais próximo seriam visitados e poderiam ser presos ou demitidos de empregos estatais.

A maioria das mulheres no Afeganistão usa um lenço na cabeça por razões religiosas, mas muitas em áreas urbanas como Cabul não cobrem seus rostos.

(Publicado por Carolina Farias)

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/onu-discute-sobre-uma-ordem-do-taliba-para-as-mulheres-cobrirem-os-rostos-novamente/


Cor e gosto do som: jovem com condição rara que mistura sentidos compartilha percepções na web


Ana Eulália passou a fazer desenhos de como percebia os sons, para mostrar às outras pessoas o que seria a experiência de alguém com sinestesia.
Na letra da canção "Quando falo de Amor", o sambista Arlindo Cruz canta que o "amor é cheiro e tempero, é sabor de todas as cores do céu". Perceber uma emoção como um ou vários sentidos - sentir o cheiro e sabores de algo que só se vê, por exemplo - isso é a sinestesia.

Cor e gosto do som: jovem com condição rara que mistura sentidos compartilha percepções na web

Ana Eulália passou a fazer desenhos de como percebia os sons, para mostrar às outras pessoas o que seria a experiência de alguém com sinestesia.

Ana Eulália tem condição rara que permite que ela veja os sons.
Na letra da canção "Quando falo de Amor", o sambista Arlindo Cruz canta que o "amor é cheiro e tempero, é sabor de todas as cores do céu". Perceber uma emoção como um ou vários sentidos - sentir o cheiro e sabores de algo que só se vê, por exemplo - isso é a sinestesia.

Algumas pessoas têm a capacidade de experimentar na prática essa mistura de sensações. É o caso da capixaba Ana Eulália, de 19 anos, que nasceu em São Gabriel da Palha e hoje mora em Vitória. Há cerca de seis anos ela descobriu que, diferente de grande parte das pessoas, tinha uma condição que permitia com que ela visse cores e formas e sentisse sabores, texturas e temperaturas a partir dos sons.

"Meu choque mesmo foi descobrir que não era todo mundo que tinha isso. Mas a sinestesia, para mim, é tão antiga quanto respirar. Eu só fui descobrir que não era uma coisa comum com 13 ou 14 anos. Imagina que você sentiu cheiro de pão a sua vida toda e descobre que quase mais ninguém sente cheiro de pão", explicou Ana Eulália.

'Eu tenho sinestesia, vejo cores quando ouço música'A condição rara que faz um médico 'sentir' a dor de seus pacientes

A partir da descoberta, a jovem passou a fazer desenhos de como percebia os sons, para mostrar às outras pessoas o que seria a experiência de alguém com sinestesia.

"Eu quis desenhar, primeiramente, porque sempre via coisas muito bonitas nas músicas. Quando eu fecho os olhos eu vejo aquela obra de arte se formando e acho fantástico. Também para divulgar um pouco para as pessoas como a sinestesia funciona", falou Eulália.

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Ana Eulália contou que essas sensações diferenciadas influenciam no gosto musical dela e que a fazem preferir músicas com arranjos mais complexos, com mais instrumentos.

Entre as canções preferidas, a estudante de biologia citou "Bohemian Rhapsody", da banda Queen, que ela definiu como "uma aventura", tamanha riqueza melódica. Ana Eulália disse que músicas "mais simples", com menos instrumentos, não são tão prazerosas para ela.

"Acho auditivamente agradável, só que visualmente não muito. Por isso também que eu acabo não gostando muito do gênero funk, não sou muito fã", explicou a jovem.

Ana Eulália compartilha suas percepções sobre músicas nas redes sociais

Repercussão na internet

Ana Eulália tem uma conta no TikTok com mais de 700 mil seguidores, onde compartilha seus desenhos e experiências sinestésicas a partir dos sons.

Sobre a repercussão das publicações dela na internet, Ana Eulália disse que ficou surpresa e muito feliz que mais pessoas tenham se interessado em saber mais sobre essa condição. Com o alcance, ela conheceu outros que têm a mesma condição que ela.

"Agora que eu gravei o vídeo, acho que as pessoas começaram a se identificar. Então muita gente veio me falar 'nossa, quer dizer que isso que eu tenho a vida toda tem um nome, chama sinestesia?'. Agora conheço muitas pessoas próximas a mim que vieram relatar os acontecimentos sinestésicos delas", contou.

No vídeo em que ela explica a condição, que soma mais de 18 milhões de visualizações, a jovem disse que, para ela, vozes femininas costumam ter gosto doce, enquanto as masculinas tem gosto salgado ou amargo.

Segundo a estudante, o tom de voz não interfere nessa percepção do gosto, que é sempre a mesma, mas influencia as texturas e desenhos que se formam.

"Uma colega de classe, quando eu tinha uns 14 anos, falava com uma voz muito manhosa. Para mim essa voz sempre teve gosto de leite puro. Um dia eu estava mais estressada, ela não parava de falar, e aquele gosto de leite... eu detesto gosto de leite. Fui ficando enjoada, enjoada, tive que ir no banheiro jogar uma água no rosto, estava tendo até uma ânsia de vômito", relatou.

Ainda assim, Ana Eulália disse que, na maioria das vezes, as experiências sinestésicas são prazerosas.

"Eu particularmente gosto muito da sinestesia, na maior parte do tempo ela é boa para mim, me permite desenhar, me permite assistir uma música. Eu realmente me sinto bem. E graças a essa 'esquisitice' minha que eu ganhei tanta visibilidade. Eu diria que eu gosto muito dela e não trocaria por nada", afirmou.

A partir da descoberta, a jovem passou a fazer desenhos de como percebia os sons, para mostrar às outras pessoas o que seria a experiência de alguém com sinestesia.

"Eu quis desenhar, primeiramente, porque sempre via coisas muito bonitas nas músicas. Quando eu fecho os olhos eu vejo aquela obra de arte se formando e acho fantástico. Também para divulgar um pouco para as pessoas como a sinestesia funciona", falou Eulália.

Ana Eulália contou que essas sensações diferenciadas influenciam no gosto musical dela e que a fazem preferir músicas com arranjos mais complexos, com mais instrumentos.

Entre as canções preferidas, a estudante de biologia citou "Bohemian Rhapsody", da banda Queen, que ela definiu como "uma aventura", tamanha riqueza melódica. Ana Eulália disse que músicas "mais simples", com menos instrumentos, não são tão prazerosas para ela.

"Acho auditivamente agradável, só que visualmente não muito. Por isso também que eu acabo não gostando muito do gênero funk, não sou muito fã", explicou a jovem.

Fonte: https://g1.globo.com/es/espirito-santo/noticia/2022/05/10/cor-e-gosto-do-som-jovem-tem-condicao-rara-que-mistura-os-sentidos-e-compartilha-percepcoes-na-web.ghtml