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Bocão 64

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Educação inclusiva: saiba por que ela é tão importante para o ensino


O que é educação inclusiva?
A educação inclusiva é um modelo de ensino contemporâneo que propõe igualdade nas possibilidades de escolarização. Com essa visão, o objetivo é que todos os estudantes — crianças, adolescentes e até alunos do ensino superior — tenham direito à educação em um só ambiente.

A proposta da educação inclusiva é valorizar as diferenças e permitir uma convivência respeitosa e diversificada no contexto escolar. Em um primeiro momento, pensamos nas pessoas que apresentam necessidades especiais, devido à segregação que antes existia em relação a esse grupo de estudantes.

Contudo, contemplar a diversidade também significa reconhecer que há diferentes gêneros, etnias e classes sociais. Enfim, cada indivíduo é único em termos de aparência, cultura, história de vida e capacidade física e intelectual. Dessa forma, a universalização dos direitos educacionais e sociais deve ser respeitada.

Em resumo, educação inclusiva significa oferecer o mesmo espaço para o processo de aprendizagem de todos os indivíduos, independentemente de suas limitações e particularidades. Com a inclusão, os estudantes ganham a oportunidade de aprender, interagir e experimentar a vida em comunidade.

Assim, as diferenças deixam de ser encaradas como obstáculos e passam a ser compreendidas como diversidade. Essa abrangência de visão é fundamental desde a infância para fortalecer a empatia e a consciência social. Por fim, todos têm a ganhar com a educação inclusiva: os estudantes que entram na escola regular e os que aprendem a conviver com as diferenças.

Qual é a diferença entre educação inclusiva e educação especial?
Quando se fala em educação inclusiva, logo vêm à mente as técnicas para a aprendizagem de pessoas com deficiência. De fato, os conceitos são relacionados. Mas há distinções que precisam ser esclarecidas.

A educação especial é uma abordagem de ensino direcionada para o desenvolvimento de habilidades específicas de indivíduos com algum tipo de dificuldade de aprendizagem ou deficiência — física, intelectual, auditiva, visual etc. Pessoas com altas habilidades, conhecidas popularmente como superdotadas, também entram no grupo das necessidades especiais, uma vez que requerem recursos próprios para o seu aprendizado.
A educação inclusiva, por sua vez, difere da educação especial por se tratar de um processo educativo e social, ao mesmo tempo. Promover a aprendizagem, nesse sentido, é tão importante quanto possibilitar a convivência com pessoas de todos os tipos. Trata-se de um modelo que prioriza a formação global e sem barreiras ou preconceitos.
Até pouco tempo atrás, o sistema educacional brasileiro mantinha dois tipos de escola: a regular e a especial. Alguns alunos, mesmo com limitações brandas, eram direcionados para a educação especial e privados do contato diversificado com os estudantes regulares.

Com a educação inclusiva, todos os alunos são acolhidos na escola regular, que agora deve dispor de meios adequados e recursos diferenciados para oferecer apoio no processo de aprendizagem de todos os indivíduos.

Essas mudanças no panorama educacional estão previstas na legislação. O Plano Nacional de Educação (PNE) é aprovado pela Lei nº 13.005/2014, que tem como meta a universalização da educação básica.

Sendo assim, pessoas de 4 a 17 anos que apresentam algum tipo de deficiência, transtorno global do desenvolvimento ou altas habilidades têm direito à educação na rede regular de ensino e ao atendimento educacional especializado.

Quais são os princípios da educação inclusiva?
A educação inclusiva é sustentada por 5 princípios que devem ser revisitados pelos educadores com regularidade, para que estes se mantenham firmes em seu propósito. Confira, a seguir, quais são os pilares da inclusão educacional!

1. Toda pessoa tem o direito de acesso à educação
Isso significa que a educação é para todos e não há obstáculos físicos, intelectuais ou de nenhuma outra natureza que possam impedir esse direito.

2. Toda pessoa aprende
Todo indivíduo tem capacidade de aprender. A única diferença está no caminho que ele percorre para obter o conhecimento.

3. O processo de aprendizagem de cada pessoa é singular
Alguns podem seguir os métodos tradicionais, outros precisam de recursos mais elaborados, mas todos podem e devem ter incentivo ao aprendizado. 
4. O convívio no ambiente escolar comum beneficia todos
O contato com a diversidade é importante para a formação completa dos indivíduos. Todos são beneficiados com a inclusão escolar e social, tanto os que são inseridos no contexto comum quanto aqueles que os acolhem.

5. A educação inclusiva diz respeito a todos
A inclusão é para as pessoas com deficiência, assim como para qualquer outro tipo de diferença — física, mental, cultural, social, sexual, racial ou étnica.

Qual é o papel da escola nesse cenário?
Para ser uma escola inclusiva, não basta abrir as portas para os alunos especiais ou falar sobre o valor da diversidade. É preciso contar com um projeto pedagógico que coloque a inclusão em prática.

Com base em um projeto educacional inclusivo, a escola consegue cumprir o seu papel com planejamento, organização, flexibilidade e propostas diversificadas. Além disso, a comunidade escolar não pode trabalhar sozinha e, para viabilizar a inclusão, também depende da construção de uma rede de apoio.

Em conjunto com os educadores e gestores escolares, devem estar os familiares e profissionais da saúde que acompanham os alunos — médicos, psicólogos, psicopedagogos, fonoaudiólogos e fisioterapeutas.

O papel da família é proporcionar base sólida para a visão de mundo e para a construção de valores como respeito ao próximo. Para alcançar uma sociedade inclusiva, é necessário que essa conscientização também seja trabalhada em casa. 

Tecnologia na educação: entenda os benefícios e desafios

Quando pensamos em tecnologia na educação, a primeira ideia que vem à mente são aparelhos como tablets, computadores inteligentes e robôs. Realmente, esses recursos estão cada vez mais inseridos nas salas de aula, entretanto a tecnologia e a inovação fazem parte do ambiente escolar há mais de três séculos.

A evolução da tecnologia da educação

Em 2010, os jornalistas Benjamin Innes e Charles Wilson, em seu artigo “Learning Machines” (Máquinas de Aprendizado), publicado no jornal estadunidense The New York Times, abordaram a evolução das tecnologias no processo de ensino-aprendizagem ao longo da história, desde o seu início, em 1450.

Na época, os educadores utilizavam uma chapa de madeira com letras e figuras impressas, chamada Hornbook, para alfabetizar as crianças, através de textos religiosos. 
Com o passar dos anos, a ascensão do capitalismo e a Revolução Industrial no século XVIII, impulsionaram a criação de novas tecnologias, como o quadro negro, o lápis, o retroprojetor, o rádio e a TV.

Até então, os recursos utilizados nas salas de aula tinham como foco a disseminação e a apresentação da informação, do professor para o estudante. Neste processo, pode-se dizer então, que a atuação dos alunos tinha caráter receptivo, ou seja, a criança recebia aquele conteúdo, mas não necessariamente participava na produção do conhecimento.

A partir do século 20, a chegada da internet e a ampliação do acesso à computadores e dispositivos eletrônicos, deu origem a uma vasta gama de equipamentos e softwares que transformaram a sociedade atual.

As TICs - tecnologias de informação e comunicação - revolucionaram nosso modo de viver, modificaram a indústria e a maneira como nos relacionamos com as outras pessoas e, na educação, o cenário não foi diferente.  
O foco, que antes era na disseminação do conteúdo, passa ser em como navegar em meio ao oceano de informações que estão disponíveis na internet, através dos aparelhos digitais. 

Neste novo modelo de ensino-aprendizagem, o professor tem o papel de mediador e mentor, e os estudantes passam a ter uma participação ativa e autônoma no processo de construção do conhecimento.

Quais são os diferentes tipos de TICs usados na educação?

Existem diversos recursos tecnológicos que podem auxiliar no processo de ensino-aprendizagem. De maneira geral, eles podem ser divididos em sete categorias:

Ambientes virtuais imersivos
Por meio de imagens virtuais, dispositivos de realidade aumentada promovem experiências que misturam o mundo real com o mundo virtual. Esses ambientes são chamados imersivos pois permitem o aprendizado através da experiência e da interação dos alunos. Alguns museus e parques nacionais, por exemplo, já oferecem tours 360º para os usuários se divertirem e também, aprenderem.

Ferramentas de comunicação
Existem diversas ferramentas que facilitam a comunicação entre as pessoas envolvidas no processo educativo. As redes sociais, por exemplo, podem incentivar desenvolver atividades e trabalhar conteúdos vistos em sala de aula.

Já os aplicativos de comunicação, como WhatsApp e Telegram estreitam o relacionamento entre as famílias e a escola, simplificando a troca de informação, como o envio de recados e comunicados importantes.

Ferramentas de trabalho
As ferramentas de trabalho são qualquer aplicativo ou programa que auxiliam na organização de arquivos e na realização de tarefas, como os recursos de armazenamento em nuvem. Outros exemplos são as ferramentas de edição de texto, foto, vídeo e áudio utilizadas tanto por professores quanto por alunos. 

Ferramentas de gestão
São ferramentas que simplificam e facilitam a organização dentro e fora da sala de aula, permitindo que o corpo docente gaste menos tempo com tarefas burocráticas, como planos de aulas, recebimento das lições de casa e correção de provas. 

Há também recursos voltados especificamente para a gestão financeira, área que muitas instituições possuem dificuldade em administrar. 


Plataformas
As plataformas são ambientes virtuais de aprendizagem que auxiliam na distribuição do conteúdo e permitem ao professor acompanhar o desenvolvimento do aluno, de maneira individualizada. Conhecidas como AVA, essas ferramentas tecnológicas propiciam o armazenamento e a publicação de materiais, sendo um ótimo suporte para o ensino híbrido. 

Ferramentas de experimentação
Essa tecnologia utilizada na educação coloca o aluno como protagonista no processo de aprendizagem, possibilitando que ele desenvolva projetos e produtos diferenciados. Kits de robótica, plataformas de programação e de produção audiovisual (podcasts, vídeos, filmes, músicas), são apenas alguns exemplos de ferramentas de experimentação disponibilizadas nas escolas.

Além de trabalhar competências cognitivas, esses recursos estimulam o desenvolvimento de habilidades socioemocionais e de comunicação ao valorizar o trabalho em equipe.

Objetos digitais de aprendizagem
Os ODA são recursos digitais que auxiliam a prática pedagógica, seja dentro ou fora da sala de aula. Livros digitais, animações, jogos e videoaulas são alguns exemplos de ferramentas que podem ser utilizadas para trabalhar conteúdos e habilidades de maneira mais criativa. 

O próprio Ministério da Educação disponibiliza recursos digitais gratuitos para professores e alunos, nas plataformas Portal do Professor e Escola Digital. 

Quais são os benefícios da tecnologia na educação?
Assim como a tecnologia trouxe benefícios para diversas esferas da nossa sociedade atual, os recursos disponíveis também têm impactos positivos na educação, como:

Facilitam o acompanhamento individualizado do aluno;
Possibilitam que o processo de aprendizagem seja personalizado;
Estimulam a autonomia do estudante, tornando-o um agente ativo na construção do conhecimento;
Incentivam o trabalho em equipe através de atividades colaborativas e interativas;
Tornam o aprendizado mais dinâmico;
Auxiliam os educadores a gerenciar tarefas burocráticas, tornando o seu trabalho mais prático.
Além disso, a mobilidade das TICs permitem que o aprendizado ocorra de maneira contextual e situada, visto que a instrução pode ocorrer em qualquer lugar e a qualquer momento. 

Sendo assim, as novas tecnologias podem contribuir para o acesso universal à educação, reduzindo a desigualdade e promovendo a equidade. Entretanto, existem diversos desafios a serem superados a fim de atingir esses objetivos.

As TICs e os desafios de implementação nas escolas
Ao mesmo tempo que as tecnologias de informação e comunicação (TICs) podem ampliar o acesso à educação, se aplicadas de maneira incorreta, elas podem aprofundar ainda mais o abismo que separa a rede pública e privada de ensino. 

Outro ponto a ser levantado é que a tecnologia não substitui o papel do professor na educação, porém é fundamental que ele saiba utilizar e conduzir os recursos e ferramentas disponíveis.