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Bocão 64

segunda-feira, 18 de julho de 2022

Sem medicamentos, ianomâmis denunciam que crianças indígenas estão expelindo vermes pela boca


Ausência de medicamentos para tratar verminose, falta de profissionais da saúde e aumento de casos de malária foram denunciados em carta pela Hutukara Associação Yanomami (HAY) da Terra Indígena (TI) Yanomami, localizada entre Roraima e Amazonas. O documento foi enviado para o Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami e Yekwana (Dsei-YY), do Ministério da Saúde no dia 12 de julho.

A associação relata que nos últimos nove meses os postos de saúde da TI Yanomami estão com estoques zerados do medicamento Albendazol – “remédio básico para o tratamento de verminose”, como explicam as lideranças.

Diante da falta desse medicamento, “nossas crianças chegam ao ponto de expelir vermes pela boca” e “há muito tempo não está sendo feito o tratamento com regularidade”, denuncia a carta. No documento, as lideranças detalham que, das comunidades atendidas pelo Dsei, apenas 10% têm acesso à água potável por meio de poços artesianos e demais sistemas.

As lideranças relatam também que os casos de malária aumentaram exponencialmente em todas as regiões da Terra Indígena Yanomami nos anos de 2020 e 2021. Já de acordo com Dados do Ministério da Saúde, houve uma diminuição de 5% dos casos de malária: 145.188 em 2020 e 137.648 em 2021.

Somam-se as denúncias, a falta de medicação para tratar a malária e insumos, como lâminas, lancetas e corante, e a deficiência de profissionais das equipes multidisciplinares de saúde e microscopistas Yanomami.

A situação relatada acima tem piorado principalmente, segundo o documento, nas comunidades Korekorema, Kawani e na região de Homoxi. Muitos indígenas dessas comunidades têm ido aos postos de saúde, mas os encontram de portas fechadas. Só no mês de junho, três indígenas dessas comunidades morreram devido à falta de tratamento e medicamentos para doenças como a malária e outras doenças.

Na região de Homoxi, os postos de saúde estão fechados e sem a presença de agentes da saúde. Nessa localidade há muitos problemas relacionados a verminoses e, além disso, muitos ianomâmis tiveram problemas respiratórios e sintomas da covid-19, mas não puderam saber o diagnóstico ao certo diante da falta de testes da covid-19, segundo a carta.

O documento ainda alerta para escalada de destruição infantil na TI Yanomami que tem sido agravada pela presença de garimpeiros ilegais no território. Os Ianomâmis e autoridades locais estimam que haja mais de 20.000 garimpeiros ilegais em suas terras.

Em nota, o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) e do DSEI-Y, informou que não há desabastecimento do medicamento albendazol ou outros fármacos, e alegou que continuam fazendo testes de covid-19 em áreas de maior incidência. Veja nota completa abaixo:
“O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) e do DSEI-Y, informa que não há desabastecimento do medicamento albendazol ou outros fármacos. O estoque do distrito está reforçado e está sendo distribuído para abastecer os Polos Base da região. Além disso, uma nova recarga está prevista.

A Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena do DSEI-Y continua fazendo busca ativa por casos de Covid-19 e realizando testes em pacientes que vivem em áreas de maior incidência da doença. Não há falta de atendimento de saúde na região, uma vez que as equipes tem adaptado sua rotina de acordo com as especificidades e desafios de cada polo base ou aldeia.

O DSEI-Y está em constante vigilância do cenário epidemiológico, garantindo a melhor assistência aos povos Yanomami e Ye’kwana por intermédio de ações de promoção, prevenção e intervenção na saúde da população indígena da região.”

Dados de malária em áreas indígenas
De acordo com Boletim Especial do Ministério da Saúde, de abril de 2022, entre 2012 e 2021 foram registrados um total de 315.912 casos de malária com transmissão em áreas indígenas da região amazônica brasileira, com média de 31.591 casos anuais, o menor número de casos registrados foi de 20.615 casos em 2014 e o maior foi de 46.795 no ano de 2020.

O estado que apresentou a maior quantidade de casos de malária em áreas
Indígenas foi o do Amazonas com registros acima de 20 mil casos no ano de 2020 e quase 22 mil em 2021. Os estados de Rondônia e Acre, de acordo com dados preliminares do Boletim, apresentaram aumento de 58,2% e 23,5% no número de casos entre os anos de 2020 e 2021.

O boletim concluiu que de 2020 e 2021, os maiores registros de casos de malária foram nos Dsei dos Yanomami, Alto Rio Negro, Rio Tapajós, Leste de Roraima, Médio Rio Solimões e Afuentes, Porto Velho, Médio Rio Purus e Vale do Javari, abrangendo cerca de 93% do total de casos de malária em áreas indígenas registrados em ambos os anos. Essas áreas também possuem alto risco de incidência para casos de malária, segundo o documento.

Supervisão de Giulia Alecrim

Europa: Portugal e Espanha têm mais de mil mortes por calor


Autoridades de Portugal registraram 659 mortes em consequência do calor na última semana. Na Espanha, foram mais de 500 mortos. A maioria, idosos.

A temperatura muito alta, aliada ao tempo seco e ao vento, provoca incêndios florestais em diversos países da Europa. No sudoeste da França, mais de 100 km² estão em chamas. O equivalente a quase 15 mil campos de futebol.

Cerca de 16 mil moradores e turistas foram retirados da região de Gironde.

Na Espanha, o fogo já destruiu uma área de quase 70 km². Um bombeiro e um fazendeiro morreram vítimas dos incêndios.

Perto de Barcelona, no nordeste espanhol, um incêndio florestal se espalha perigosamente no entorno de áreas residenciais.

O primeiro-ministro Pedro Sanchez visitou as áreas mais atingidas pelo fogo no oeste do país.

A União Europeia está mobilizando bombeiros e aviões para ajudar os países mais atingidos, como Grécia, Portugal, França, Albânia e Eslovênia.

No Reino Unido, o governo emitiu um alerta vermelho de calor extremo para esta segunda-feira (18) e para terça-feira (19).

Além de risco à vida, temperaturas tão altas ainda provocam impactos generalizados na infra-estrutura do país.

Trens e metrôs operam em velocidade reduzida. A orientação é para que as pessoas só usem o transporte público se for absolutamente necessário.

Há alertas de cortes de energia e de serviços telefônicos. Algumas escolas não abriram ou decidiram fechar mais cedo.

As autoridades orientaram as pessoas a se manterem hidratadas, ficarem longe do sol, fecharem as cortinas e tomarem cuidados extras com idosos e crianças.

Segundo o escritório de meteorologia, na tarde de terça-feira, a temperatura pode chegar a 41º graus na Inglaterra, o que seria inédito na história do país.

Cidades chinesas impõem testagem em massa para Covid e prorrogam lockdown


Várias grandes cidades chinesas, incluindo Xangai, estão lançando novos testes em massa ou estendendo lockdowns de milhões de moradores para combater novos focos de infecções por Covid-19, com algumas medidas sendo criticadas na internet.

A China registrou uma média de cerca de 390 infecções diárias locais nos sete dias que terminaram no domingo (17), acima de cerca de 340 sete dias antes, segundo cálculos da Reuters com base em dados oficiais nesta segunda-feira (18).

Embora isso seja pequeno em comparação com um aumento de casos em outras partes da Ásia, a China é inflexível em sua política de tolerância zero contra Covid de eliminar surtos assim que surgirem.

Anteriormente, quando havia um grande surto, as autoridades locais eram obrigadas a tomar medidas mais duras, como lockdowns de um mês, mesmo à custa do crescimento econômico.

Surtos persistentes e mais fechamentos podem aumentar a pressão sobre a segunda maior economia do mundo, que se contraiu acentuadamente no segundo trimestre em relação ao primeiro, depois que lockdowns generalizados da Covid abalaram a produção industrial e os gastos do consumidor.

Xangai, centro comercial do país que ainda não se recuperou totalmente do duro lockdown de dois meses e ainda relata casos esporádicos diários, planeja realizar testes em massa em muitos de seus 16 distritos e em algumas áreas menores onde novas infecções foram relatadas recentemente, após testes semelhantes na semana passada.

“Ainda há um risco de epidemia no nível da comunidade”, disse o governo municipal em comunicado.

Xangai registrou mais de uma dúzia de novos casos, mas nenhum foi encontrado fora das áreas em quarentena, mostraram dados do governo local nesta segunda-feira.

“Estou sem palavras”, afirmou um morador de Xangai de sobrenome Wang, já sujeito a testes todo fim de semana em seu complexo residencial. “Parece um desperdício de recursos que não resolve o problema real.”

Pesquisa contabiliza 23 sintomas pós-Covid



Um estudo divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Minas Gerais constata que metade das pessoas diagnosticadas com Covid-19 apresentam sequelas que podem perdurar por mais de um ano. A pesquisa contabilizou 23 sintomas após o término da infecção aguda. A fadiga é a principal queixa relatada entre os pacientes.

O engenheiro boliviano Maximiliano Viana, de 47 anos, contraiu a forma mais grave da doença. Hoje, seis meses depois de ter se curado da Covid-19, ele enfrenta sequelas, como falta de equilíbrio, de flexibilidade e dificuldade para caminhar. As complicações ficaram tão sérias que ele teve que vir para o Brasil.

Ele chegou aqui no dia 25 de janeiro num avião hospitalar já conectado à ECMO, uma máquina capaz de funcionar como um pulmão e coração artificiais.

O boliviano ficou quatro meses entubado. Durante esse período, ainda precisou cuidar de uma pneumonia e perdeu 35 quilos.

No mês passado, recebeu alta do hospital e há dez dias faz tratamento intensivo na rede de reabilitação Lucy Montoro, onde ele faz sessões de fisioterapia, condicionamento físico e terapia ocupacional entre outras especialidades.

Viana ainda deve permanecer em tratamento por pelo menos mais duas semanas, mas diz que não tem pressa de voltar para casa.

A Covid-19 pode causar sequelas complexas que demandam reabilitação. Tem gente que perde a mobilidade das pernas, dos braços ou que têm dificuldade para falar. Em alguns casos, leva-se semanas até que a reabilitação seja concluída.

“Ele [o paciente] vai progressivamente voltando às suas atividades, mas ainda precisa de acompanhamento A pessoa precisa ser monitorada para ver se está melhorando. Mas não precisa ser esse tratamento intensivo que a gente faz no mínimo no primeiro mês pós internação em UTI”, comenta a médica Linamara Rizzo Battistella, titular de fisiatria da USP.

Segundo um estudo divulgado pela Fiocruz Minas, metade das pessoas diagnosticadas com Covid-19 apresentam sequelas que podem perdurar por mais de um ano.

A pesquisa, que acompanhou quase 650 pacientes infectados pelo vírus por 14 meses identificou que pelo menos 324 pessoas (50% do total) tiveram sintomas pós-infecção.

Ao todo, a pesquisa contabilizou 23 sintomas após o término da infecção aguda. Fadiga é a principal queixa entre os pacientes, relatada por 115 pessoas (35,6%).

Depois aparece tosse persistente (34%), dificuldade para respirar (26,5%), perda do olfato ou paladar (20,1%) e dores de cabeça frequentes (17,3%). Além disso, também chamam a atenção os transtornos mentais, como insônia (8%), ansiedade (7,1%) e tontura (5,6%). Entre os relatos estão ainda sequelas mais graves, como a trombose, diagnosticada em 20 pacientes, ou seja, 6,2% da população monitorada.

“Pessoas não vacinadas que se infectam com o coronavírus e, portanto, desenvolve a Covid-19, têm mais de 50% de risco de desenvolver a Covid longa”, diz a pesquisadora Rafaella Fortini, da Fiocruz Munas. Entre os vacinados, essa chance cai, pelo menos, à metade, diz Rafaella

As sequelas enfrentadas por Maximiliano Viana são só algumas de uma doença que vem sendo chamada de “Covid longa” e que já foi reconhecida oficialmente como doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no fim do ano passado.

Mais de dois anos do primeiro caso confirmado de Covid-19 no Brasil, o país tem parte da sua população vacinada e o desafio de recuperar os pacientes com sequelas do vírus.

Os sintomas pós-infecção se manifestam nas três formas da doença: grave, moderada e leve e normalmente aparecerem até três meses depois o início da infecção.

Netflix cobrará “extra” de usuários na América Latina que usarem conta em mais de uma casa


A Netflix anunciou nesta segunda-feira (18) que vai cobrar um adicional de usuários em cinco países latino-americanos que acessarem suas contas em mais de uma residência, segundo comunicado divulgado pela companhia de streaming.

Os clientes da empresa na Argentina, República Dominicana, Honduras, El Salvador e Guatemala que quiserem utilizar o serviço em mais de uma casa terão que pagar um adicional entre US$ 1,70 e US$ 2,99, a depender do país.

O serviço poderá ser utilizado em uma a três casas adicionais diferentes dependendo do tipo de assinatura. Segundo a empresa, acesso durante viagens via tablet, notebook ou celular será possível.

“Estamos explorando com cuidado diferentes maneiras para que as pessoas que querem compartilhar suas contas paguem um pouco mais”, afirmou a Netflix em comunicado.

Em março deste ano, a empresa lançou um recurso de adição de membro da assinatura no Chile, Costa Rica e Peru. “A partir do próximo mês vamos lançar uma alternativa de adição de residência na Argentina, República Dominicana, El Salvador, Guatemala e Honduras”, afirmou a empresa.

Procurada no Brasil, a Netflix afirmou apenas que “o Brasil não está incluído entre os países em que a regra (de moradia extra) será adotada” e remeteu ao comunicado da matriz nos Estados Unidos.

Segundo a empresa de análise do mercado de mídia digital Similarweb, a Netflix perdeu quase 25% de seu tráfego de streaming para outras plataformas de conteúdo nos últimos três anos.

O ritmo de cancelamentos da Netflix continuou a subir desde que perdeu clientes pela primeira vez há uma década. Em abril, foram mais de 1,7 milhão de assinaturas canceladas, de acordo com a plataforma.

Entretanto, o ritmo de perda de assinantes recuou no restante do segundo trimestre, com 1,6 milhão de cancelamentos em maio e 1,3 milhão em junho, segundo a Similarweb, algo que pode estar relacionado ao lançamento da quarta temporada de “Stranger Things” em maio.

A Netflix deve divulgar resultado do segundo trimestre nesta terça-feira (19). A empresa afirmou a investidores que poderia apurar uma perda de 2 milhões de assinantes no período.