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Bocão 64

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Porta-voz da OMS sugere adotar novo nome para varíola do macaco


A epidemiologista Margaret Harris, porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), condenou ataques a animais e sugeriu a adoção de um novo nome para a varíola do macaco. A declaração da especialista, dada em coletiva de imprensa nesta terça-feira (9/08), ocorreu após uma carta, assinada por cientistas e enviada a OMS, pedir a mudança do termo para uma nomenclatura "que não seja discriminatória nem estigmatizante".

Margaret ressaltou, ainda, que a doença foi primeiramente identificada nos macacos, mas que no atual surto da varíola, a transmissão tem sido de humano para humano. "A transmissão que estamos vendo agora com o grande surto de varíola do macaco é uma transmissão de pessoa para pessoa. O vírus está em alguns animais, e vemos um salto para os humanos, mas não é isso que estamos vendo agora. O risco de transmissão vem de outro ser humano", disse.

De acordo com informações do Jornal Nacional, divulgadas na segunda-feira (8/8), sete macacos foram resgatadas com sinais de intoxicação, em São José do Rio Preto, São Paulo. "Não estigmatize nenhum animal ou qualquer ser humano porque se você fizer isso, teremos um surto muito maior, defendeu a porta-voz.

Segundo o boletim mais recente do Ministério da Saúde, foram confirmados 2.293 casos no Brasil e outros 2.363 estão sob suspeita. O contágio ocorre pelo contato com as gotículas expelidas pela pessoa infectada e toque nas lesões ou roupas dos pacientes, além da via sexual.

Um dos principais sintomas da doença são as lesões que se espalham pelo corpo. Em geral, o quadro dura cerca de 21 dias. "Os sintomas começam com cansaço, febre, dor no corpo, dor de cabeça e os gânglios são acometidos formando as ínguas", elenca o infectologista Hemerson. Medidas não-farmacológicas como distanciamento, uso de máscaras e higienização das mãos foram recomendadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Buraco gigante no deserto do Chile não para de crescer e intriga cientistas


Os moradores vizinhos não conseguiam acreditar no que estavam vendo em uma estrada em Tierra Amarilla, cidade de cerca de 15 mil habitantes na região do Atacama, no norte do Chile.

Uma enorme cratera circular de 32 metros de largura e 64 metros de profundidade surgiu no meio de uma estrada que atravessa um terreno de propriedade de uma mineradora.
Uma semana depois, o buraco aumentou: seu diâmetro agora é de 36,5 metros, de acordo com as últimas medições de satélite.

O Serviço Nacional de Geologia e Mineração do Chile (Sernageomin) ordenou que a companhia de mineração Candelaria interrompesse todas as suas operações na área.
Também abriu um processo disciplinar contra a empresa, enquanto uma equipe investiga as possíveis causas do sumidouro.

Como surgiu: 
Geólogos consultados pela BBC News Mundo, serviço de notícias em espanhol da BBC, explicaram que há vários eventos naturais ou resultado da atividade humana que podem causar um sumidouro deste tipo.
Mas consideraram principalmente dois: o primeiro estaria relacionado às chuvas intensas que caíram na região no mês de julho.

"Você tem várias camadas no solo, e há várias maneiras pelas quais a água pode erodir", afirma o geofísico chileno Cristian Farías, diretor de construção civil e geologia da Universidade Católica de Temuco, no Chile.

Ele explicou que "quando cai muita água da chuva em solos com alto teor de gesso, a água percola e corrói toda a parte inferior por vários dias, o que tira a sustentabilidade da parte superior e acaba gerando um colapso".
A segunda hipótese aponta para a influência da atividade mineradora na área.

A companhia de mineração Candelaria explora uma jazida de cobre em Tierra Amarilla, e as galerias de sua mina penetram no subsolo, tanto no entorno do buraco quanto abaixo dele a uma profundidade muito maior.

"As informações preliminares que circulam apontam para a intervenção da mineradora que realizou uma exploração excessiva de minerais naquela área", afirma Cristóbal Muñoz, diretor da ONG informativa Red Geocientífica de Chile. Ele destaca que a empresa "tinha uma projeção prevista para extrair 38 mil toneladas de minério, mas extraiu cerca de 138 mil toneladas, mais que o triplo" naquela jazida.

A intervenção da mineração pode ter desestabilizado o solo, segundo ele, desviando as águas subterrâneas do seu curso natural e esvaziando os aquíferos, gerando espaços que favorecem o terreno a ceder e cair devido ao seu próprio peso, formando a cratera. A Candelaria reconhece, por sua vez, a superexploração de minerais, mas garante que foi totalmente legal.

"Em relação à extração excessiva, isso foi informado pela própria empresa às autoridades", declarou o gerente de relações públicas da empresa, Edwin Hidalgo.

Uma fonte do setor explicou à BBC News Mundo que é comum que mineradoras de cobre extraiam mais material do que o estimado devido à detonação de explosivos, entre outros motivos.

O representante da empresa alegou que é cedo para tirar conclusões e destacou que "estão sendo investigados os diferentes fatos que podem ter causado o sumidouro, entre os quais se destaca a precipitação registrada no mês de julho".

Os moradores de Tierra Amarilla organizaram um protesto no domingo, e o prefeito, Cristóbal Zúñiga, pediu à mineradora que assuma sua responsabilidade, embora não a tenha apontado diretamente como culpada, enquanto aguarda as conclusões da investigação. A ministra de Minas do Chile, Marcela Hernando, prometeu, por sua vez, ir "até as últimas consequências" para punir os responsáveis ??uma vez que forem identificados.

'Cantinho da disciplina' funciona para educar crianças?


Adianta colocar a criança de castigo ou, em uma versão mais suave, num "cantinho da disciplina"?

Essa é uma das dúvidas mais comuns de pais e cuidadores diante da "desobediência" infantil.

Defensores do "cantinho do pensamento" dizem que sim, argumentando que o método dá aos pais uma estratégia que evita a violência.

Mas o conhecimento recente da neurociência coloca essa ideia em xeque, ao mostrar que o cérebro das crianças sequer tem maturidade para aprender um "bom comportamento" ou refletir sobre as regras da família durante um castigo.

Essas evidências científicas apontam que a criança só vai incorporar sentimentos negativos durante essas punições — por exemplo, ressentimento —, em vez de aprender habilidades importantes de vida e ferramentas que a ajude a controlar as próprias emoções.

Ao mesmo tempo, especialistas defendem que dá, sim, para montar em casa um "cantinho" que sirva para acalmar na hora em que as tensões e as brigas escalonam.

Tudo isso a BBC News Brasil vai detalhar a seguir:

O cérebro infantil: 

Um ponto-chave das pesquisas sobre o cérebro infantil é o chamado córtex pré-frontal.
Córtex pré-frontal, que controla impulsos e emoções, ainda é imaturo nas crianças

É a área do cérebro que "nos ajuda a pensar racionalmente, controlar impulsos, refletir sobre sentimentos e gerenciar nosso corpo e emoções", explica Claire Lerner, pesquisadora que ajudou a elaborar as diretrizes da organização desenvolvimento infantil Zero to Three, nos EUA.

Os cientistas descobriram que, durante toda a infância, mas sobretudo nos primeiros anos de vida, o córtex pré-frontal está imaturo. "O córtex pré-frontal está nos estágios mais rudimentares do desenvolvimento nessa idade", diz Lerner.

Ou seja, do ponto de vista fisiológico, a criança ainda não é capaz de controlar a maior parte das suas reações, porque tem um controle ainda inconsistente delas. Quando é tomada por emoções difíceis, como frustração, raiva ou medo, seu corpo reage — por exemplo, "explodindo" em crises de birra.

"Ao contrário das crenças populares, crianças pequenas que não cumprem o que é pedido, perdem o controle de suas emoções ou se distraem facilmente não são 'crianças más' nem estão sendo intencionalmente beligerantes ou não-cooperativas", explica o Centro de Desenvolvimento Infantil da Universidade de Harvard.

Ela cita uma das famosas pesquisas em que as crianças são colocadas diante de uma guloseima — e perguntadas se preferem comê-la imediatamente ou esperar para receber um segundo doce.

Embora, nesse estudo, muitas crianças de 3 anos tenham reconhecido que o melhor seria esperar para ter dois doces, prevaleceu na maioria delas o impulso de comer a única guloseima à sua frente.

"Claramente, elas sabem, pela lógica, que é melhor esperar, mas saber não é suficiente" para seu cérebro em formação, concluem os estudiosos.

"Sabemos que é só pelos 20 e poucos anos que essa parte do cérebro fica plenamente formada, o que também explica por que adolescentes são famosos por nem sempre tomarem as melhores decisões ou terem grande dificuldade em controlar seus impulsos", conclui Lerner.

Mas, mesmo tendo isso em mente, como lidar com os momentos em que as crianças perdem o controle ou se recusam a cumprir tarefas do dia a dia?

Os desafios e as birras
"Essas dúvidas provavelmente aparecem em ao menos 75% das consultas que os pais fazem comigo, porque estão vivenciando algum tipo de desafio — batalhas sobre a hora de dormir, o tempo de tela, birras em público ou em casa, todas questões comuns da primeira infância", diz Claire Lerner.

"Quando começou toda essa discussão sobre o 'time-out' ('castigo'), nos anos 1990, meus filhos eram novos e era uma estratégia muito comum: 'se você não parar com isso, vai para o quarto!'", relata. "E daí começamos a aprender muito mais sobre o desenvolvimento do cérebro das crianças, e do que ele é ou não capaz."

A estratégia ainda é defendida pela educadora infantil Cris Poli, conhecida por ter protagonizado o programa Supernanny na TV brasileira.

Ela argumenta que um "cantinho da disciplina" evita gritos e agressões nas relações entre crianças e cuidadores, a partir dos 2 anos de idade.

"Desobediência? Coloque regras simples, discipline seus filhos", ela diz, citando por exemplo a importância de uma regra para escovar os dentes após as refeições.

"Você explica a regra no nível do entendimento dela. Desobedeceu? Você lembra, mostra a regrinha, dá um aviso. Se desobedecer de novo em 24 horas — não uma semana, mas sim 24h —, vai para o cantinho da disciplina. 'Você vai ficar aqui sentadinho para pensar por que decidiu desobedecer'. Um minuto por ano de idade", diz.

"Quando termina o tempo, você pergunta à criança: 'você lembra (o motivo da punição)?' Dá um beijo, abraço, parabéns. Você não fica nervosa, não bate, não grita. É diálogo. Porque disciplina não é agressiva, é com amor."

Habilidades de vida
De fato, quando surgiu como uma alternativa às agressões físicas, o "cantinho do pensamento" trouxe um avanço — o problema é que ele desconsidera os conhecimentos mais recentes sobre o comportamento infantil, argumenta a psicóloga e autora Nanda Perim.

Ela cita as pesquisas da americana Jane Nelsen, cujo trabalho é base da "disciplina positiva", corrente que defende a criação por meio não da punição, mas do ensinamento de habilidades de vida.

Ao coibir desejos e impulsos sobre os quais a criança ainda não tem controle, o "cantinho da disciplina" desperta uma reação primitiva no cérebro infantil: a de "fugir ou lutar", defende Perim.

"O cérebro vai reagir a essa ameaça ou fugindo, ou lutando. E isso pode (se traduzir) em baixa autoestima, de ela achar que é ruim, porque faz tanta coisa errada. Ou vai querer se vingar, para sentir que está no controle da própria vida, e vai fazer (o comportamento indesejado) de novo, mas escondendo dos pais", ela diz.

"Com 6, 7 ou 8 anos, a criança está começando a desenvolver (controle emocional). E daí ela precisa de alfabetização emocional — dar nome às emoções dela, reconhecer como essas emoções mexem com seu corpinho, quais os gatilhos para elas brotarem, quais os gatilhos da calma para elas melhorarem. Isso é habilidade de vida. Mandando a criança ficar olhando para a parede, ela não vai aprender nada disso", prossegue a psicóloga.

"Aliás, eu ensino muito mais habilidades de vida quando eu mostro ao meu filho que eu também sinto raiva e que administrar minha raiva é difícil. Porque meu filho olha para mim e fala 'quando é difícil para mim, é porque eu sou uma pessoa, não é porque eu sou ruim e tenho problema'."

Na mesma linha, Claire Lerner diz que as pesquisas sobre o cérebro "mostraram, para nós no campo (da psicologia infantil), que medidas punitivas são contraproducentes — porque passa às crianças a mensagem de que suas emoções não importam, de que 'você é uma criança ruim e decepcionante'. E vimos que isso não reduz o comportamento (indesejado) para além do momento do castigo".

Novo estudo: saiba quais são as principais sequelas da COVID-19


Pacientes infectados com COVID-19 podem continuar a sentir fadiga extrema e dor de cabeça por mais de quatro meses após o quadro infeccioso. Além disso, dores musculares, tosse, calafrios, congestão nasal e alterações no olfato e paladar são outros sintomas que podem permanecer por um longo tempo no período chamado de "pós-COVID".

A constatação é de um estudo promovido por pesquisadores da Corte Prospectiva Neurológica e Molecular da COVID-19 (Conga), instalada dentro do Colégio Médico da Georgia, na Universidade Augusta, e publicado na revista ScienceDirect, nesta segunda-feira (8/8).

A equipe acompanhou 200 pessoas por 125 dias após o diagnóstico positivo da COVID-19 para analisar a gravidade e o período em que os problemas promovidos pela doença permanecem no corpo do infectado após a infecção.

De acordo com a autora principal do estudo, a médica Elizabeth Rutkowski, os resultados mostraram que "há uma longa síndrome de COVID-19" e que não é algo raro, "muitas pessoas são afetadas".

Os números do estudo atestam a fala da especialista: dos 200 participantes, 80% relataram estar com sintomas pós-COVID. Destes, 68,5% afirmaram sentir fadiga extrema e 66,5% relataram que dor de cabeça é o principal problema enfrentado por eles - sendo estes dois os sintomas mais comuns da chamada "COVID longa".Os pesquisadores explicam que a fadiga pode permanecer porque os níveis de inflamação no corpo - que é a resposta natural do organismo a uma infecção - permanecem elevados em alguns indivíduos mesmo após meses. A tese foi corroborada por meio de amostras de sangue coletadas no início do estudo e depois nos meses seguintes - os marcadores inflamatórios estavam no mesmo nível.

A descoberta mostra que os anticorpos do vírus podem diminuir, mas a inflamação do organismo permanece e produz os sintomas, como a fadiga. A continuidade da inflamação é pior em pacientes com esclerose múltipla e artrite reumatoide.


Alterações no olfato (54,5%) e no paladar (54%)também foram apontados por mais da metade dos analisados. Uma constatação séria foi registrada a partir dos dados fornecidos pelos participantes: 47% afirmaram sofrer comprometimento cognitivo leve, com 30% deles terem o vocabulário prejudicado e 32% com memória de trabalho afetada.

Para o estudo, os pesquisadores levaram em consideração não apenas o auto relato dos participantes, mas também o submeteram a testes neurológicos que analisaram o estado mental, os reflexos e a função motora dos analisados. Além disso, testes para identificar odores e capacidade de distinguir os gostos doce, azedo, amargo, salgado e sem sabor também foram feitos. Por fim, exames sanguíneos analisaram os indicadores de inflamação.

Os dados mostram que as consequências da COVID são devastadoras mesmo em pessoas ativas e saudáveis antes da doença. "Alguns indivíduos com alto nível de funcionamento, que normalmente trabalhavam 80 horas por semana e se exercitavam diariamente, se tornam capazes de funcionar apenas cerca de uma hora por dia e ficar na cama o restante", compartilha a autora do estudo.

Em todos os casos, os pesquisadores afirmam que a sensação de cansaço não é apenas uma falta de energia ocasional. A fadiga pós-COVID relatada pelos pacientes é de um constante estado de incapacidade de realizar esforços pequenos no dia a dia. "Eles sentem falta de ar e palpitações ao lavar a louça e precisam imediatamente se sentar imediatamente. Sentem dores musculares ao menor esforço como se tivessem corrido um quilômetro", explicou Elizabeth.

Para os pesquisadores, a melhor alternativa é evitar o contágio. "Permanecer diligente em evitar a infecção é o melhor, incluindo vacinar ou tomar o reforço para ajudar a proteger seu cérebro e corpo de longos sintomas da COVID", diz Elizabeth. O estudo ainda alerta que os prejuízos da doença podem ser maiores se o paciente for infectado por diversas vezes.

Depressão e ansiedade podem ser consequências crônicas da COVID; negros são mais afetados

Entre os 200 entrevistados, 25% relataram rotinas que, segundo os pesquisadores, se encaixam com o quadro clínico de depressão. Outros 18% demonstraram desenvolver ansiedade, junto a uma propensão para depressão e até mesmo anemia.

O relatório do estudo aponta que os pacientes com depressão e ansiedade também demonstraram maior número de sintomas crônicos. Para os especialistas, os quadros de piora na saúde emocional foram agravados pelo isolamento imposto como medida para reduzir o número de infectados da doença.

Outro apontamento da pesquisa revela uma maior propensão para COVID longa em pessoas negras: 75% dos participantes negros registraram comprometimento cognitivo leve, ante a 23,4% dos analisados brancos.

De acordo com os pesquisadores, estudos anteriores mostram que indivíduos negros e hispânicos são considerados duas vezes mais propensos a serem hospitalizados por COVID-19. Minorias étnicas e raciais também são mais propensas a viver em áreas com maior taxa de infecção - casas pequenas que não permitem isolamento, falta de acompanhamento médico em comunidades e outros fatores são apontados para explicar o risco maior.

O Conga informou que deseja analisar como a população negra é afetada pela COVID-19, principalmente nos sintomas pós-COVID. Os negros representam cerca de 33% da população da Georgia.