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Bocão 64

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Saúde Mental da mulher e fatores protetores


Desde sempre a mulher possui multiplicidade de papéis na sociedade. Nesse sentido, a mulher pode ser mãe, trabalhar fora de casa, cuidar da casa, entre outras atividades que tornam a sua rotina bastante cheia. Assim, muitas vezes, ela se esquece do principal: os cuidados com a própria saúde.

Como se não bastasse as inúmeras funções desempenhadas, a mulher ainda é frequentemente submetida a diversos fatores estressores, sejam psicológicos, sejam físicos, como o medo da violência e do abuso, o que prejudica a manutenção de sua estabilidade mental.  

Dessa forma, mesmo que o ambiente externo ao redor da mulher esteja organizado e bem cuidado, o ambiente interno pode estar em processo de adoecimento. Problemas psicológicos, ansiedade, depressão, distúrbios alimentares e transtornos associados ao ciclo reprodutivo são alguns exemplos disso.

Quer entender melhor do que se trata o assunto e quais os fatores protetores para a saúde mental da mulher? Então, continue com a gente!

Fatores agravantes dos transtornos mentais
Os principais fatores potencializadores para o adoecimento psicológico das mulheres são:

Questões estruturais da sociedade, como a atribuição das tarefas domésticas inteiramente à mulher, contribuindo para uma jornada repetitiva e estressante de trabalhar, cuidar da família e da casa;
A falta de momentos de lazer e descanso; 
Questões econômicas, como a dependência financeira da família, do parceiro ou do governo; 
Baixa qualidade de vida;
Repressão sexual e/ou submissão ao parceiro.
Além de toda vulnerabilidade relacional, ainda há os processos biológicos envolvidos que afetam a saúde mental das mulheres.

Do início da menarca até após a menopausa, a mulher experimenta diversas alterações de humor específicas ligadas às flutuações nos níveis séricos de estrogênio e progesterona, como a tensão pré-menstrual, a ansiedade perinatal e a irritabilidade na perimenopausa.

Esses fatores, associados a questões sociais, como a pressão estética e a violência, prejudicam ainda mais a mente das mulheres.

Epidemiologia dos Transtornos mentais
A mulher é cerca de 1,5 vezes mais vulnerável a transtornos mentais do que os homens, sobretudo, devido a aspectos do ciclo reprodutivo feminino.

Em geral, os transtornos mentais estão entre as 10 causas mais comuns de incapacitação no mundo, sendo os mais incidentes listados a seguir:

Depressão (13%);
Alcoolismo (7,1%);
Esquizofrenia (4%); 
Transtorno Bipolar (3,3%);
TOC (2,8%).
Depressão e suicídio nas mulheres
A depressão afeta duas vezes mais mulheres do que homens e corresponde à principal causa de incapacidade no trabalho. 

O suicídio, que, em diversos casos, está relacionado a um quadro depressivo persistente, cresceu cerca de 50% nos últimos 10 anos entre a população feminina.

Além disso, o suicídio também é mais incidente em mulheres do que em homens, com maior ocorrência em: domésticas, donas de casa e estudantes. 

Dentre os fatores que mais agravam esse cenário estão: a sociedade machista, violência doméstica, estilo de vida fechado com pouco contato social e abusos físicos e psicológicos.

Transtornos mentais comuns e sua incidência
Os transtornos mentais comuns são mais incidentes na população feminina em relação à masculina, com maior prevalência de transtorno de humor depressivo/ansioso, cujos sintomas são:

Nervosismo;
Preocupação excessiva;
Estresse;
Tristeza;
Irritabilidade;
Choro fácil ou sem motivo evidente;
Sintomas somáticos: dor de cabeça, insônia, dor estomacal, cansaço e perda de ânimo.

Em relação aos transtornos de ansiedade são mais comuns as fobias específicas são as mais comuns, sendo as mais frequentes as fobias de animais, de altura, de tempestades e de lugares fechados.

Transtornos mentais associados ao puerpério 
A gestação é um momento bastante importante para a mulher e exige um cuidado extra com a saúde física e mental.

Fatores fisiológicos podem tornar a gestante mais sensível a desenvolver certos transtornos mentais, afetando, inclusive, o desenvolvimento fetal.

Além disso, o pós-parto também se torna um momento muito desafiante para a mulher, sendo possível o desenvolvimento dos seguintes quadros nesse período: 

Tristeza do pós-parto: acomete cerca de 26% – 85% das mulheres e dura de 1 a 10 dias, sendo um período transitório e de adaptação para a nova fase;
Depressão pós-parto: aparece em 10% – 20% das mulheres, sendo que que a mãe passa fatia majoritária do dia deprimida, e esse estado dura no mínimo 2 semanas, podendo se prolongar para um período de 3 a 6 meses; 
Psicose pós-parto: é mais grave e raro, com acometimento de 0,2% das mulheres.
Fatores de proteção para a saúde mental das mulheres
Certos fatores podem colaborar para a promoção da saúde mental da mulher, como:

Cuidar da autoestima;
Ter resiliência emocional, de forma a ser capaz de contornar situações adversas, contando com a ajuda, se necessário, do profissional psicólogo ou psiquiatra;
Pensar de maneira mais positiva;
Desenvolver habilidades sociais de resolução de problemas, de gerenciamento de estresse e de desenvolvimento do autocontrole;
Realizar atividade física regularmente;
Guardar um tempo da rotina para o lazer;
Buscar a realização pessoal e profissional;
Afastar-se de relacionamentos tóxicos e abusivos;
Ter apoio da família.

Canabidiol é eficaz para sintomas de mulheres na pós-menopausa, diz estudo americano


O canabidiol (CBD), importante componente do cânhamo e da maconha medicinal, usado para tratar condições como dor crônica, inflamação, enxaqueca, epilepsia, doenças autoimunes, depressão e ansiedade, também pode ser usado, segundo estudo realizado pela Universidade americana Rutgers Escola de Ciências Ambientais e Biológicas (School of Environmental and Biological Sciences, SEBS), como um possível tratamento para mulheres na pós-menopausa cujos ovários não produzem mais estrogênio.

Ao longo de 18 semanas, os pesquisadores alimentaram camundongos com deficiência de estrogênio a base de uma dieta constante de pequenas bolas de manteiga de amendoim com canabidiol e sem o medicamento.

Os animais que não receberam o CBD desenvolveram sintomas semelhantes aos das mulheres na pós-menopausa, como disfunção metabólica, evidência de inflamação, menor densidade óssea e níveis mais baixos de bactérias intestinais benéficas. No entanto, os camundongos que ingeriram CBD, eliminavam mais facilmente a glicose da corrente sanguínea, queimavam mais energia, tiveram uma melhora significativa na densidade óssea, além de ter uma redução nas inflamações em seus tecidos intestinais.

As mulheres passam cerca de um terço de sua vida no estágio pós-menopausa, definido como um ano após a menstruação final, que ocorre por volta dos 51 anos, período em que há um declínio acentuado nos níveis de estrogênio, o que resulta em graves problemas para a saúde, como ganho de peso, doenças cardiometabólicas, osteoporose, distúrbios gastrointestinais e declínio cognitivo.

A terapia de reposição hormonal (TRH) existe como uma das poucas opções de tratamento, mas os riscos e benefícios da TRH são variáveis e dependem do tipo de terapia, da idade da mulher, o estado de saúde individual e as doses. Estudos indicam que o uso excessivo de TRH em mulheres com mais de 60 anos, por exemplo, leva a um maior risco de doenças cardíacas, derrames, coágulos sanguíneos e câncer.

“Este estudo pré-clínico é o primeiro a sugerir o potencial terapêutico do CBD para aliviar os sintomas da deficiência de estrogênio”, disse Diana Roopchand, professora assistente do Departamento de Ciência Alimentar da Rutgers Escola de Ciências Ambientais e Biológicas e autora do estudo.

Mentiras que contamos a nós mesmos: por que fazemos isso?

As mentiras que contamos a nós mesmos nem sempre são piedosas. Às vezes, elas ficam presos na rede das falácias, pensamentos irracionais, ilusões, e também em narrativas mentais repletas de falsos mitos… Um exemplo disso é supor que por ter passado por um momento ruim, o destino agora tem uma dívida conosco.

De certa forma, quase ninguém escapa desse tipo de dinâmica psicológica. Todos nós já mentimos para alguém em algum momento. Sejam mentiras brancas (com intenção benevolente) ou mentiras negras (aquelas que buscam ganhos egoístas), é difícil encontrar alguém que nunca tenha usado esses recursos. No entanto, o autoengano é uma prática muito mais comum em humanos.

Fazemos isso quase como um mecanismo de proteção inconsciente, muitas vezes para defender nossa autoimagem e nos dar confiança. Se digo a mim mesmo que vou conseguir dar conta de tudo, alcanço aquela torrente de motivação que é tão necessária para enfrentar tantas dificuldades. Embora obviamente sempre haverá realidades que irão me superar e me farão cair.

Conhecer um pouco mais sobre a psicologia do autoengano pode permitir que nos conheçamos melhor.

Tipos de mentiras que contamos a nós mesmos:
O nome de Elizabeth Holmes pode soar familiar para muitos. Essa química formada pela Universidade de Stanford criou uma poderosa empresa de biotecnologia que atraiu milhares de investidores. Ela alegou ter desenvolvido um sistema de exames de sangue que reduza os custos e era muito rápido. Em 2015, ela foi declarada a mulher bilionária mais jovem.

Ela agora enfrenta uma sentença de prisão por fraude. Tudo era falso. Pois bem, o que chama a atenção em muitos golpistas é que, para enganar os outros, eles também mentem para si mesmos. Eles fazem isso dizendo a si mesmos que suas ações são justificadas e que, obviamente, nunca serão descobertas. Além da falta de moral, há também aquele mecanismo sofisticado chamado autoengano.

Uma pesquisa da Harvard Business School também indica algo interessante. É verdade que há muitas pessoas que racionalizam suas ações pouco éticas, como foi o caso de Elizabeth Holmes. No entanto, as mentiras que contamos a nós mesmos também podem ser benéficas. Por exemplo, elas podem aumentar nossa autoconfiança.

Às vezes, o adversário que prepara seus exames pode dar o caráter de certeza a sua expectativa de conseguir a vaga apenas porque passa em todas as provas que lhe são dadas na universidade ou as faz muito melhor do que no início. Essa confiança pode atuar como um ansiolítico natural, o que pode ser uma vantagem real às vésperas do exame.

Eu não me importo com o que as pessoas dizem
É possível que muitos insistam que esse não seja o seu caso. “Eu não me importo com o que os outros dizem!” expressam enfática e energicamente . No entanto, como seres sociais que somos, todos tendemos a nos incomodar, nos preocupar e nos inquietar com os julgamentos que os outros possam fazer sobre nós.

Não vai acontecer comigo…
É um raciocínio que podemos arrastar desde a infância. Muitas vezes, pressupomos que nunca estaremos em uma determinada posição porque achamos que há algo que nos diferencia de quem está nela que impede ou dificulta muito que isso aconteça.

No entanto, o destino é caprichoso e todos nós podemos ter um problema de saúde mental, nos apaixonar pela pessoa errada ou até mesmo cair nos golpes mais cruéis.

Não tenho tempo
Uma das mentiras mais comuns que podemos dizer a nós mesmos é que “não tenho tempo”.

Atados como estamos às nossas obrigações, pressões, horários e mil e uma preocupações, podemos ter a sensação de não encontrar hora livre para nada. No entanto, é nesse momento que assumimos a ideia de que temos menos controle do nosso tempo do que pensamos.

Se eu fizer isso ou aquilo, tenho certeza que ele vai me amar
O amor é muitas vezes um terreno fértil para as mentiras que contamos a nós mesmos. Nenhuma esfera nos coloca tantas vendas e idéias pouco lógicas nas profundezas de nossas mentes como esta.

Há muitas pessoas que dizem para si mesmas que “se eu mudar, se eu me cuidar melhor, ou fizer isso ou aquilo, meu parceiro vai me amar de novo”. São ideias desesperadas, porque quando o coração está cego, no final só se alimenta de autoenganos.

O mundo tem que me tratar bem porque eu sou bom
Se existe uma falácia que validamos é aquela em que pensamos que só coisas boas acontecem com pessoas boas. Também que o destino sempre acaba compensando de alguma forma aquelas pessoas que agem bem.

Adoraríamos que a vida trabalhasse com esse mecanismo. No entanto, esse tipo de justiça divina nem sempre funciona dessa maneira.

As pessoas têm que ser como eu quero
É verdade, se há um tipo de sofrimento recorrente, é querer que as pessoas sejam como se deseja. Há muitos pais que caem nesse tipo de autoilusão. Fazem isso assumindo que seus filhos sempre serão como projetaram, que atenderão a todas as suas expectativas. No entanto, isso raramente acontece.