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Bocão 64

sábado, 21 de maio de 2022

Padrões Estéticos: da infância para a vida adulta


A sociedade tem muitos problemas, dentre eles, a busca por padrões de beleza idealizados. Quando essa exigência acontece na infância, muitas consequências são geradas e carregadas para a vida adulta. Confira agora nosso artigo sobre os padrões estéticos em crianças e seus reflexos!
A busca por padrões estéticos através do tempo

O culto à aparência, no mundo contemporâneo, constitui um regime de escravidão. O qual busca o físico perfeito, visto que a busca por esse estereótipo tem suas raízes no passado.

No antigo Egito, ter um corpo magro e traços finos era um padrão a ser seguido. Já na antiga Roma, as mulheres rechonchudas eram o tipo ideal. No entanto, essa sina pela perfeição corporal, em que músculos e cirurgias estéticas são o cartão de visitas, é um risco à saúde física e mental na forma que vem sendo praticada.

Diante disso, é imprescindível que o conhecimento quanto às perturbações internas do inconsciente sejam trazidos à tona. Buscando retirar esse mito da perfeição externa e o sufocamento dos traumas pretéritos vividos, para, assim, superar problemas internos.

Por certo, a herança da beleza por alguns povos antigos possibilitou que a manutenção exagerada do corpo fosse cada vez mais cultuada por jovens e adultos. Uma vez que existe vasto acervo de obras de arte, as quais fazem grande menção ao corpo e a beleza, como se ambos fossem a comunhão mais que perfeita, a chave para exibir a juventude plena. 

Os reflexos da busca por padrões estéticos na atualidade

Esses fatores refletem na contemporaneidade, pré-estabelecendo quase uma “ditadura do biotipo” a ser seguida como forma de aceitação social. Seja ela no meio físico ou virtual, local este, onde os “likes” valem muito mais do que qualquer palavra.

Todavia, o aumento de mortes por abusos de anabolizantes, cirurgias plásticas em clínicas clandestinas, quadros de insuficiência renal e depressão seguida de suicídio vem se tornando algo cada vez maior. Isso sem levar em conta o bullying contra aqueles que não seguem esse padrão. Como são os casos de pessoas obesas ou extremamente magras.

Neste sentido, essa triste realidade é adversa aos padrões morais e éticos de uma sociedade. Chegando, em determinados casos, a ferir a ordem social quando nos referimos a leis. Ainda mais, quando essas ofensas passam a ter um caráter de exclusão de pessoas que não se enquadram nesse regime. A não manutenção desses comportamentos promove graves riscos à saúde física e mental, desfavorecendo, assim, o progresso social.

Consequências da busca por padrões estéticos

Freud trouxe ao nosso conhecimento um dos maiores determinantes da psicanálise, o inconsciente. Com este conhecimento em mãos, pode-se ir mais longe nas causas das aflições atuais. Os motivos para a “ditadura do biotipo” podem estar ligados a fatos ou conflitos dentro da histórico de vida infantil do sujeito, refletindo na fase adulta.

Para Freud, parte considerável dos desejos reprimidos tem seus reflexos provenientes de conflitos de ordem sexual, experenciados em determinada fase da infância. Em alguns casos, isso leva a um trauma que ocasiona um desajuste psíquico no indivíduo. Isso faz com que estas marcas sejam lembradas de forma definitiva.

Vamos supor que uma criança com sobrepeso, entre três a sete anos de idade, vive a experiência de ouvir as seguintes expressões:

“você é gorda e não pode dançar balé, pois as bailarinas são magras e elegantes!” ou

“menino não pode ser gordinho, você tem que ser magro para poder jogar futebol, não existe jogador de futebol gordinho!”.

O mesmo poderia ocorrer ajustado a casos que nós ouvimos constantemente, mesmo que por inocência dos adultos para com seus filhos, sobrinhos ou conhecidos.

A possibilidade de crianças citadas no primeiro caso desenvolverem uma aversão ao balé e ao futebol são demasiadamente consideráveis quando chegarem à fase adulta, já que esses rechaços estão internalizados.

Como a psicanálise pode ajudar nesses casos?

Em determinado momento da história da psicanálise, prevenir estes acontecimentos era tão imprevisível. Certamente, o grande número de casos de mortes era inevitável, por não se saber o que ocorria com aquele adulto. O que se esquecia, é que aquele mesmo adulto um dia fora criança, e que os fatores externos que o influenciaram poderiam,  em sua fase adulta, sucumbir em desvairados desejos e vontades. Tudo isso sem qualquer receio ou respeito consigo, pois não teria um “senso de stop”-um alerta para dizer que a sua saúde física e mental estão em risco.

Além disso, graças ao amadurecimento das ideias de Freud, Carl Jung, e outros, a psicanálise obteve seu espaço respeitado. E elevou a mente como um dos maiores mistérios ainda a serem desvendados, melhorando o vínculo entre analista e paciente. Já que dar a “chave que te libertar das suas prisões interiores” requer alto grau de confiabilidade.

A psicanálise pode ajudar o paciente a se desvencilhar de problemas criados pela sua mente desde a tenra idade. Nos casos de problemas físicos e emocionais, causados pela necessidade de se encaixar em padrões estéticos, a ajuda de um profissional é necessária para que o indivíduo saiba como se curar.






Hábitos de consumo das brasileiras antecipam tendências no setor de beleza

O estudo mostra que 64% das pessoas estão mais dispostas a ouvir conselhos dos especialistas, especialmente após a onda de desenvolvimento de novas vacinas para o enfrentamento à pandemia. Consequentemente, é esperado que a ciência em alta também impacte na escolha por produtos com eficácia comprovada em evidências científicas. Além disso, 81% das mulheres acreditam que ingredientes naturais são mais seguros para a pele, uma tendência que deve se expandir para que marcas busquem novas fórmulas e manipulações.
“Vimos os hábitos de compra e de beleza se modificarem no mundo todo, provocando também um movimento de mudança das empresas. No Brasil, por exemplo, as mulheres já vêm colocando em prática vários desses novos comportamentos, como a preferência por serviços digitais de compras, o interesse maior em rituais de beleza e transformações na relação com a imposição de padrões estéticos e com a própria autoestima”, comenta a diretora-executiva de Marketing na categoria de maquiagem da Avon Brasil, Juliana Barros.

Rituais de autocuidado

A pesquisa mostra que os rituais de autocuidado continuarão a fazer parte da rotina de consumidores mesmo após reabertura de salões de beleza. Com as restrições sociais implementadas, houve um aumento pela preferência por produtos de tratamento em casa, como itens voltados para massagens, limpadores e itens para banho, em 2020.

“Enfrentar uma nova realidade trouxe uma perspectiva diferente sobre beleza para os consumidores, que se aprofundaram em suas preferências pessoais. A partir disso, passaram a ter mais conhecimento e interesse ao que compõe sua rotina de autocuidado”, explica a executiva.

Os rituais do dia a dia também são fortalecidos a partir de uma nova ótica: produtos de beleza foram apontados como a principal forma de ajuda para o alívio do estresse (64%). Já a apreciação do processo de envelhecimento também ganha destaque – duas a cada cinco mulheres de 55 anos entrevistadas já não consideram rugas e linhas finas como suas maiores inseguranças com a pele, por exemplo.

‘Olha de Novo’

Recentemente, a Avon também realizou, no Brasil, a pesquisa chamada “Olha de Novo”, em parceria com a empresa de consultoria Grimpa, sobre possíveis transformações nos hábitos de consumo e beleza de mulheres no País após o início da pandemia. O estudo revelou diversas semelhanças com os resultados da pesquisa global, mostrando que, para as brasileiras, essas tendências já fazem parte da sua realidade.

Um exemplo é a própria digitalização, aspecto importante para 67% das entrevistadas da pesquisa “Olha de Novo”, que sinalizaram que o e-commerce se tornou o seu principal canal de compras. Outro ponto em comum entre os levantamentos é a transformação na forma como as mulheres lidam com a pressão estética: no Brasil, 80% das entrevistadas afirmaram que a autoestima se tornou uma questão de bem-estar e não de padrões, priorizando a saúde (69%) e as qualidades pessoais (24%).

O estudo sobre os hábito de consumo revelou que as mulheres brasileiras, assim como as estrangeiras, também estão investindo mais em rituais de autocuidado e que essa prática também tem um papel positivo na saúde mental da maioria. Cerca de 34% das entrevistadas revelaram estar mais interessadas em produtos de cuidado com a pele e do corpo com o objetivo de cuidar mais de si mesmas. Além disso, 80% afirmaram que tais produtos foram aliados no aumento da sensação de bem-estar durante a pandemia.


Distorção de imagem, um problema sério que atinge muita gente

Existe uma parte do seu corpo que você simplesmente odeia olhar ou tenta esconder dos outros? Toda mulher já passou pela fase de detestar uma parte de si mesma, principalmente na adolescência, e com o passar do tempo conseguiu se aceitar. Mas o que acontece quando essa vergonha se torna uma obsessão ou paranoia que te impede de ter uma vida social normal, ou mesmo sair de casa para ir às compras ou ao médico? E se isso levar a uma tentativa de suicídio? Esta é a vida das pessoas que sofrem de Síndrome da Distorção de Imagem Corporal (Transtorno Dismórfico Corporal), uma doença que vem preocupando médicos em todo o mundo. Conheça um pouco mais sobre essa condição e o que pode ser feito para ajudar quem passa por isso.
A síndrome da Distorção de Imagem foi descrita pela primeira vez em 1886 pelo psiquiatra italiano Enrique Morselli, que chamou o distúrbio de dismorfia corporal. Na atualidade, ela é classificada dentro do grupo de transtornos somatomorfos – quando o paciente apresenta queixas e sintomas físicos, mas os médicos não conseguem classificar nenhuma enfermidade. É um transtorno mental comum que atinge 1,7% a 2,4% da população mundial.
O que é a Síndrome da Distorção de Imagem?

A Síndrome da Distorção de Imagem Corporal é uma doença que provoca medo ou fobia extrema de ter um defeito físico aparente e que todos vão perceber. Quem sofre dessa doença sente que é portador de um estigma e se preocupa obsessivamente sobre como isso afeta sua imagem. O resultado é uma deterioração nas relações sociais e ocupacionais. Alguns especialistas comparam essa síndrome com uma espécie de hipocondria da beleza.

Causas e início do transtorno

Esses problemas geralmente começam na adolescência, onde existem as maiores mudanças físicas e corporais, e depois diminuem com a idade, embora possam persistir na idade adulta.

De acordo com pesquisas, a síndrome aparece igualmente em homens e mulheres, no entanto devido a pressão sofrida pelo corpo perfeito, acaba afetando mais o sexo feminino.

As partes odiadas do corpo

De acordo com vários estudos sobre o assunto, as áreas do corpo que estão sujeitas a maior obsessão são: defeitos da pele (manchas, acne ou rugas no rosto), dentes, peito, cicatrizes, assimetria facial, lábios, nariz, abdome, orelhas, queixo e, nos homens, também o órgão sexual.

Como a Síndrome de Distorção afeta a rotina

Essa preocupação excessiva com detalhes físicos muitas vezes faz com que as pessoas tenham comportamentos compulsivos. Uma pessoa com esta desordem pode se descrever como monstruosa ou deformada pelo simples fato de perceber que tem uma pálpebra mais caída que a outra e se isolar do mundo exterior, achando que todos vão rir dela. Mas a verdade é que para as pessoas de fora, talvez esse defeito nem seja perceptível.

Esta preocupação excessiva (ou pensamento obsessivo) com detalhes físicos levam as pessoas afetadas a uma série de comportamentos compulsivos, como:

Gastam grande quantidade de tempo tentando camuflar a parte do corpo que acham que são defeituosas, por exemplo, usando o cabelo solto para esconder o rosto, óculos de sol escuros, usando muita roupa mesmo no verão, usando maquiagem em excesso.Evitam olhar no espelho ou gastam muitas horas em frente a ele para analisar o seu “defeito”.Evitam sair para a rua, ir a encontros sociais.Evitam tirar fotos ou ver a si mesmas quando aparecem em alguma delas.Se comparam sempre com outras pessoas.Perguntam repetidamente a seus familiares e amigos como está a sua aparência.A maioria deles sofre de depressão, que geralmente se manifesta com um intenso sentimento de angústia e inferioridade.Em casos graves, desenvolvem transtornos severos como ansiedade, bulimia e anorexia. Passam a ter problemas nos relacionamentos,na  sexualidade e o rendimento no trabalho cai.Os meio de comunicação e o ideal de beleza

Os meios de comunicação apresentam um modelo padrão de beleza quase intangível para as pessoas normais. Modelos magras, com peles e dentes perfeitos são apresentadas no dia a dia, nos intervalos comerciais, novelas, filmes, entre outros.

Cirurgia plástica não é a solução

O problema é que as mudanças físicas ou melhorias que são feitas no corpo graças à magia da cirurgia, reduz  a ansiedade momentaneamente e a curto prazo, mas pouco tempo depois a obsessão volta a aparecer.
O alívio que a cirurgia traz  é quase imediato, mas não permanece porque o problema não é físico e sim psicológico. A probabilidade de que essas pessoas fiquem satisfeitas com o resultado é mínima e provavelmente vão voltar para uma segunda intervenção.

Então vão entrar em um círculo vicioso, impossível de romper, já que a perfeição buscada não existe.

Tratamento

De acordo com os médicos não há cura para o transtorno, mas é possível controlá-lo. As duas abordagens mais eficazes são as terapias cognitivas e comportamentais e os tratamentos com medicamentos que aumentam a serotonina. Os dois tratamentos podem ser usados juntos ou separados.

Na terapia cognitiva, os pacientes gradualmente aprendem a reorganizar seus pensamentos, expor seu “defeito” na frente dos outros e se veem de forma mais realista, como indivíduos inteiros; ao invés de ver apenas o alegado defeito. Esse tratamento se mostrou eficaz em  77% dos casos.

Os efeitos dos tratamentos combinados geralmente incluem: menor desconforto-ansiedade, menos pensamentos negativos, percepção corporal mais realista, não gastar tanto tempo para a aparência física.

Como ajudar essas pessoas

É muito importante ajudar essas pessoas a fazer um ajuste realista da sua própria imagem assim como um profundo trabalho na autoestima. Parte da ansiedade pelo físico se mantém porque a pessoa não valoriza outras áreas da sua vida e vê defeito em tudo.

Por outro lado, será essencial convencer a pessoa a sair de casa e conhecer gente nova. E o mais importante: a aceitação racional dos defeitos, mas também das próprias qualidades são a chave para quem sofre desse problema começar a dar a volta por cima.


Adolescentes andam insatisfeitos com o próprio corpo


Diferentes pesquisa, apontam para o mesmo resultado: os adolescentes estão muito insatisfeitos com a própria imagem corporal. Esse sentimento é compartilhado por 75% a 85% dos jovens brasileiros, dependendo da região na qual foi feito o estudo, e obedece a um padrão: meninas querem ser mais magras, meninos querem ser mais fortes (independentemente de estarem ou não com o peso adequado para sua altura e idade).
Atualmente, além das mídias tradicionais – propagandas em meios impresso e audiovisual, capas de revista, cinema e televisão – as mídias sociais colaboram para a percepção distorcida do corpo, mesmo com o movimento de body positive ganhando força em busca da aceitação de padrões e tamanhos variados de corpo.

Uma das principais dores do adolescente é lidar com sua aparência física e reconhecer quem ele é e como se posiciona no mundo. Por esse motivo ele se sente constantemente julgado e desaprovado por seus pares e pelos adultos.

No artigo “Uso de redes sociais, influência da mídia e insatisfação com a imagem corporal de adolescentes brasileiras”, a insatisfação corporal é conceituada como “um distúrbio atitudinal da imagem corporal (IC), descrito como a avaliação subjetiva negativa da IC, que pode ser avaliada pela discrepância entre a IC real e a idealizada. Acredita-se que a internalização do padrão do corpo ‘ideal’, ou seja, a incorporação do valor ao ponto de modificar as atitudes e comportamentos pessoais, é um importante mediador da insatisfação corporal. A IC é influenciada por diversos fatores, e três deles têm maior importância: os pais, os amigos e a mídia”.

Sabendo disso, concluímos que é possível auxiliar seu filho a aumentar a autoestima em relação ao corpo. Veja aqui algumas atitudes:

– Ajude o adolescente a perceber o que ele acha bonito em outras pessoas e que não é necessariamente valorizado por todo mundo;

– Evite fazer comentários negativos sobre a aparência (a sua, a do jovem ou a de outras pessoas);

– Deixe claro que está disposto a ouvi-lo e apoiá-lo caso se sinta inseguro ou desconfortável com a própria imagem;

–  Mostre ao adolescente que cada um tem suas próprias características e qualidades, e que o padrão de beleza estabelecido pelas mídias e pela sociedade não é tão importante assim.

 


Beleza tem padrão? Idealização do corpo perfeito gera cobrança sobre as mulheres


O que é beleza? O dicionário Aurélio, referência na língua portuguesa, define a palavra como “qualidade de belo”. Na filosofia, o tema se relaciona, principalmente, com a arte e a estética grega – Platão, por exemplo, diz que a beleza está pautada na noção de perfeição, de verdade, que vem de uma realidade alheia ao mundo concreto no qual vivemos e que, por isso, o ser humano não é capaz de percebê-la plenamente. Na psicanálise, a beleza é vista como uma apreciação subjetiva, ou seja, o que é bonito para uma pessoa pode não ser para outra.
Entretanto, na sociedade, ao longo do tempo, foram idealizados “padrões de beleza”, dentro de uma visão estética excludente, em que algumas características físicas se tornam mais atraentes em detrimento de outras, disseminando exigências comportamentais de adequação a esses padrões. Isso tem influenciado tanto homens e mulheres a correr atrás do “corpo perfeito” para se encaixarem nesse padrão. Por questões históricas e machistas, essa cobrança é muito maior sobre o corpo feminino.  
Esse tema se tornou recorrente na sociedade nos últimos anos, e, recentemente, tomou conta das redes sociais após a morte da cantora Marília Mendonça. Ícone do “feminejo”, ela morreu na última sexta-feira em um acidente aéreo em Minas Gerais, aos 26 anos. Mesmo arrastando multidões para suas apresentações, com recordes de público nas lives e sendo a artista brasileira mais ouvida no Spotify desde 2019, algumas pessoas, ao relembrar a vida e trajetória dela, preferiram frisar a questão do corpo de Marília e que ela “brigava com a balança”.  
Isso aconteceu com um artigo publicado no jornal “Folha de S.Paulo” e nas falas dos apresentadores Luciano Huck e Ana Maria Braga, durante as homenagens à artista. “Ela fez tanto para chegar nesse shape lindo, físico, né? Ela emagreceu, criando um caminho para ela, que fazia sentido com esse vozeirão”, disse Ana Maria no “Mais Você” da última segunda-feira. 

“Os corpos femininos são julgados ainda hoje, pois muitas pessoas operam com a ideia do que é público e do que é privado. E, para essas pessoas, o corpo da mulher está na esfera pública: casamento, trabalho, filhos e corpo. Principalmente o corpo. E isso piora quando essa mulher é uma artista”, explica a psicóloga e coach de mulheres Adriana Roque. 

“Mas mesmo no momento atual, pessoas com tamanha informação e desenvolvimento intelectual não conseguem pensar para além do machismo que tapa os olhos. Sem contar que falas como essa minimizam comportamentos, como: Marília Mendonça não brigava com a balança, ela decidiu ter hábitos mais equilibrados, o que resulta na perda de peso; passou a fazer exercícios físicos com regularidade, cuja escolha e constância é muito difícil para a maioria”, pontua. 

Questionamentos e reflexões 
A influenciadora digital Gabriella Camello, que tem usado seu perfil no Instagram para falar sobre a quebra de padrões e a normalização do corpo feminino, afirma que ainda é muito presente na sociedade a ideia de “a mulher tem que estar com a aparência física sempre alinhada” com os padrões de beleza, que comumente se sobrepõe a outras características e habilidades. “A Marília Mendonça é um exemplo claro disso, talentosíssima, mas a pauta ainda continuou sendo o corpo dela. Não tinha nem necessidade de mencionar a forma física dela; o talento já era suficiente”, avalia Gabriella, que relembra que a cantora sofria uma pressão estética desde o início da carreira. 

Gabriella, que tem 27 anos, se submeteu a uma cirurgia bariátrica e, após o procedimento, emagreceu 60 kg – antes, ela pesava 125 kg. “Eu emagreci, sim, por saúde, mas também sempre busquei esse padrão estético”, diz a influenciadora. “Só que, aí, quando eu achei que tinha chegado nesse padrão, simplesmente percebi que eu nunca ia atingi-lo. Porque as pessoas falavam ‘ah, emagreceu, mas está flácida’, ‘emagreceu, mas tem estria’. Nada era perfeito nunca e nada ia saciar a minha sede. É uma sede do mundo que colocam na gente, a gente nunca está satisfeito”, afirma Gabriella, que resolveu rever a maneira como essa cobrança em busca do “corpo perfeito” estava interferindo na vida dela.  

“Uma coisa é a imagem que você quer passar para as pessoas, outra é você perder sua personalidade, suas características físicas em prol de um patriarcado. Quem ditou essas regras? Quem ditou esse padrão?”, questiona a influenciadora, que ressalta a importância de desmistificar essa ideia que é repassada para as mulheres ainda na infância e na adolescência. “Quando a mulher se liberta, aí, sim, ela não se preocupa mais com a opinião das outras pessoas sobre o próprio corpo”, garante Gabriella.

Para a psicóloga Adriana Roque, a sociedade mantém essa fixação ao padrão de beleza porque “é vendido como melhor, mais bonito e saudável”. “Algumas publicidades têm mudado, porém não adianta quando um tamanho 42 agora é 40, quando o 40 é o 38. Essa é a forma indireta e indiscreta de dizer: você ainda não está bem. Não estou dizendo que todo o sistema é assim, mas, infelizmente, grande parte ainda opera com a lógica da magreza – e magreza extrema, barriga negativa, ombro acentuado e saboneteira”, avalia ela. 

Adriana ressalta que seguir esse ideal levanta outras questões e reflexões. “Não somos iguais biologicamente, cada um tem uma história de vida, desenvolve uma subjetividade. Como querer que as mulheres, principalmente, se encaixem em um padrão de corpo? Infelizmente, essa ideia ainda vende, é almejada, pois é tida como bonita e saudável. Mas que o que seja saudável é cada um buscar a melhor ‘versão’ que o seu corpo pode te dar. Se estamos falando de saúde, estamos falando de hábitos saudáveis que resultam em benefício para a vida da pessoa no longo prazo”, afirma a psicóloga. 

Brasil é o top 1 mundial em número de cirurgias plásticas


O Brasil é o país com o maior número de realizações de cirurgias plásticas no mundo. Com aproximadamente 1.5 milhões de cirurgias ao ano, o país ultrapassa os Estados Unidos e o México, em segunda e terceira posição, respectivamente.

É o que revela um estudo divulgado pela plataforma de descontos CupomValido.com.br que reuniu dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).

Cirurgias plásticas pelo mundo

A cirurgia plástica mais realiza no mundo é o implante de silicone, com quase 1.8 milhões de procedimentos, ou 15,8% do total de cirurgias realizadas. É indicada para pessoas que querem mamas mais proporcionais e harmônicas. A duração da cirurgia leva entre 1 a 2 horas, e tempo necessário para retornar ao trabalho é de 1 a 2 semanas.

A lipoaspiração é a segunda cirurgia mais realizada do mundo, com 1.7 milhões de procedimentos realizados, seguindo da blefaroplastia – cirurgia indicada para pessoas com o objetivo de corrigir pálpebras caídas, removendo a pele e o excesso de gordura.

No caso de procedimentos não cirúrgicos, os Estados Unidos liberam o ranking com 18,8% do total. O Brasil segue em segunda posição, seguido pela Itália.

O procedimento não cirúrgico mais realizado no mundo, é a aplicação de da toxina botulínica (Botox), utilizada no combate a rugas e linhas de expressão. A aplicação de ácido hialurônico e remoção de pelos, ficam em segunda e terceira posição, respectivamente.

Cirurgias plásticas no Brasil

No Brasil, o procedimento estético mais realizado é a lipoaspiração, com 15.5% do total das cirurgias realizadas. É um procedimento realizado por um aparelho de sucção para que ocorra a aspiração da gordura localizada. Pode ser realizado em várias partes do corpo, como abdômen, braços e pernas. O procedimento é realizado entre 1 e 2 horas, e o prazo recomendado para repouso é de até 2 semanas.

A segunda e terceira cirurgia mais realizas no Brasil, é o implante de silicone e a abdominoplastia.

Um fato curioso é que em comparação com outros países, os brasileiros preferem fazem mais cirurgias na região corporal – 4 das 5 cirurgias mais realizadas no Brasil são realizadas nesta região. No caso do Japão por exemplo, acontece o inverso, 4 das 5 cirurgias mais realizadas são no rosto.

Os procedimentos não cirúrgicos preferido dos brasileiros são: a aplicação de toxina botulínica, aplicação de ácido hialurônico e peeling químico.

Além de ser o primeiro em número de cirurgias realizadas, o Brasil também possui um dos maiores números de cirurgiões plásticos do mundo, no total são 6.011. O único país com mais cirurgiões, é os Estados Unidos, com 6.900. A China segue em terceira posição com 3.000 cirurgiões.
Aumento significativo no número de cirurgias

Segundo a pesquisa, nos últimos dez anos houve um aumento de mais de 140% no número de cirurgias realizadas por jovens entre 13 e 18 anos. A rinoplastia é cirurgia mais procurada pelos jovens, porém o implante de silicone e lipoaspiração, também são bastante demandados. O motivo deste aumento segundo especialistas, se deve principalmente pelas redes sociais e o aumento com a insatisfação com a própria imagem.

Ao considerar todos os tipos de procedimentos estéticos, a toxina botulínica é a mais procurada em todas as faixas etárias. No caso do implante de silicone, o maior público é o dos 19 aos 34 anos. E a lipoaspiração tem a maior demanda a partir dos 35 anos.

Ao analisar pelo gênero, o implante de silicone é a cirurgia mais realizadas pelas mulheres. No caso dos homens, a cirurgia mais buscada é a ginecomastia – cirurgia estética que reduz o excedente da mama masculina.

Fonte: CupomValido.com.br