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Bocão 64

quarta-feira, 18 de maio de 2022

Por que é importante a maior participação feminina em papéis de liderança


Muita gente discute o papel da mulher e fala da necessidade de que elas estejam sempre em papéis de liderança. Mas a participação feminina, a despeito dos muitos movimentos, custa a se ampliar.

Por Mario Mello

Muita gente discute o papel da mulher e fala da necessidade de que elas estejam sempre em papéis de liderança. Mas a participação feminina, a despeito dos muitos movimentos, custa a se ampliar.

Esse é um tema que acompanho com grande interesse. Minha primeira chefe foi uma mulher e ela me ajudou a ampliar minha visão em torno da capacidade e competência feminina. Nas minhas equipes sempre busquei a homogeneidade no que se refere à quantidade de homens e mulheres.

Mas esses temas são discutidos apenas quando entram em voga por alguma razão, como no mês passado, quando se comemorou o Dia Internacional das Mulheres. Vejam as lideranças femininas nas famílias. Independente da renda, o papel da mulher na sociedade é fundamental.

A propósito das comemorações, vi uma pesquisa apontando que as mulheres ocupam 38% dos cargos de liderança no país, um dado que caiu um ponto porcentual em relação ao ano passado. É uma pesquisa realizada pela Grant Thornton e a minha expectativa era a de que esse índice pudesse ter subido.

Nos conselhos globais das grandes empresas a participação feminina está em 31%, como mostra o Gender-Equality Index (GEI) de 2022, da Bloomberg. Com recorde de empresas participantes, o levantamento mostrou que 72% das companhias possuem ao menos uma diretoria de Diversidade & Inclusão, um dado que me enche de esperanças em relação ao futuro.

O mesmo trabalho indica ainda que esse universo empresarial possui 39% de mulheres em cargos com salários considerados altos e 61% dessas companhias exigem uma lista de candidatos com diversidade de gênero para cargos de gestão.

Na média, avaliou o pessoal da Bloomberg, 83% das companhias avaliadas têm uma estratégia para contratar mulheres e 66% fazem análises de remuneração por gênero.

Vejam que são vitórias importantes, avanços significativos.

Isso representa uma enorme evolução. Existir planos nesse sentido já é meio caminho andado. Me lembro quando uma professora de Stanford nos apresentou um case da orquestra filarmônica da Califórnia, que tinha no seu quadro 80% de homens. Tentaram várias fórmulas e não conseguiam a solução ideal que elevasse a participação feminina, pois a figura masculina sempre se destacava na preferência entre os que faziam a seleção. Surgiu então a ideia de fazer audições às cegas, com a pessoa atrás de uma cortina. O resultado foi uma harmoniosa composição entre homens e mulheres.

Estamos contratando talentos com “audições às cegas?”. Há no mercado como um todo ainda muito a ser feito nesse sentido. Alguns setores têm registrado avanço maior, mas as médias da economia ainda são ruins.

Viver num universo feminino me ajuda muito a ter essa compreensão e tenho em casa duas filhas e minha mulher. Essa supremacia feminina me ensina todos os dias que as mulheres agregam responsabilidade, capacidade e um equilíbrio maior em tudo que fazem. Viva as mulheres e todos os homens que estão passando a entender melhor esse universo, diverso e plural.


Uma em cada quatro mulheres não tem acesso a saneamento básico no Brasil


Estudo mostra que 2,5 milhões de brasileiras não têm banheiro em casa, o que gera não só problemas de saúde, mas impactos na vida profissional e no desempenho na escola

(Getty Images/Evaristo Sa)

Por Alessandra Azevedo

Não é de hoje que o cenário do saneamento básico no Brasil é desafiador. Mais de 100 milhões de pessoas ainda não têm acesso à coleta de esgoto e 35 milhões não têm água tratada. As mulheres nessas condições, que sofrem com os efeitos da falta de saneamento na saúde, na renda e na educação, são foco de um estudo feito pela EX Ante Consultoria Econômica e pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a BRK Ambiental e com o apoio da Rede Brasil do Pacto Global.

Uma em cada quatro mulheres não tem acesso a saneamento básico no Brasil

Estudo mostra que 2,5 milhões de brasileiras não têm banheiro em casa, o que gera não só problemas de saúde, mas impactos na vida profissional e no desempenho na escola.

Não é de hoje que o cenário do saneamento básico no Brasil é desafiador. Mais de 100 milhões de pessoas ainda não têm acesso à coleta de esgoto e 35 milhões não têm água tratada. As mulheres nessas condições, que sofrem com os efeitos da falta de saneamento na saúde, na renda e na educação, são foco de um estudo feito pela EX Ante Consultoria Econômica e pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a BRK Ambiental e com o apoio da Rede Brasil do Pacto Global.


O levantamento, divulgado nesta quarta-feira, 4, mostra que os números em relação a esse recorte da população são, além de alarmantes, crescentes. A quantidade de brasileiras sem acesso a água tratada aumentou de 15,2 milhões para 15,8 milhões entre 2016 e 2019. Segundo o estudo, 24,7 milhões não recebem água tratada diariamente.

Significa dizer que uma em cada quatro mulheres, no Brasil, não tem acesso a água tratada ou não recebe abastecimento com regularidade. A situação é pior nas regiões Norte e Nordeste, onde metade das mulheres não recebe água tratada. A falta de coleta de esgoto atinge ainda mais mulheres: 41,4 milhões. Um aumento expressivo em relação a 2016, quando eram 26,9 milhões. 

Uma em cada quatro mulheres não tem acesso a saneamento básico no Brasil

Estudo mostra que 2,5 milhões de brasileiras não têm banheiro em casa, o que gera não só problemas de saúde, mas impactos na vida profissional e no desempenho na escola.

Não é de hoje que o cenário do saneamento básico no Brasil é desafiador. Mais de 100 milhões de pessoas ainda não têm acesso à coleta de esgoto e 35 milhões não têm água tratada. As mulheres nessas condições, que sofrem com os efeitos da falta de saneamento na saúde, na renda e na educação, são foco de um estudo feito pela EX Ante Consultoria Econômica e pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a BRK Ambiental e com o apoio da Rede Brasil do Pacto Global.

O levantamento, divulgado nesta quarta-feira, 4, mostra que os números em relação a esse recorte da população são, além de alarmantes, crescentes. A quantidade de brasileiras sem acesso a água tratada aumentou de 15,2 milhões para 15,8 milhões entre 2016 e 2019. Segundo o estudo, 24,7 milhões não recebem água tratada diariamente.

Significa dizer que uma em cada quatro mulheres, no Brasil, não tem acesso a água tratada ou não recebe abastecimento com regularidade. A situação é pior nas regiões Norte e Nordeste, onde metade das mulheres não recebe água tratada. A falta de coleta de esgoto atinge ainda mais mulheres: 41,4 milhões. Um aumento expressivo em relação a 2016, quando eram 26,9 milhões. 

Ou seja, 38,2% das mulheres moram em casas sem coleta de esgoto. A pesquisa mostra que a desigualdade de gênero está presente em todos os estágios da vida da mulher, com reflexos na vida pessoal e profissional. Os impactos do saneamento precário são diretos na saúde e na renda dessa parte da população. 

Segundo o estudo, 18,3 milhões de mulheres poderiam sair da condição de pobreza se tivessem água e esgoto tratados. O número de brasileiras vivendo abaixo da linha de pobreza passaria de 21,7 milhões para 3,4 milhões com o acesso universal ao saneamento. 

A renda da mulher poderia aumentar em um terço ao garantir acesso regular à água, com banheiro e com coleta de esgoto. O problema afeta a economia de todo o país. Com o acesso das mulheres ao saneamento, 13,5 bilhões de reais seriam injetados na economia brasileira, mostra o levantamento. 

Saúde

Em 2016, 178 mil mulheres foram internadas por infecções gastrointestinais associadas à falta de saneamento. Em 2019, foram 141 mil internações pelo mesmo motivo. O acesso pleno ao saneamento, segundo o estudo, pode reduzir em 63,4% a incidência de doenças ginecológicas na população feminina com idade entre 12 e 55 anos. 

“A ausência do saneamento básico é devastadora em todo o país", afirma a presidente executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Siewert Pretto. "Quando olhamos com uma lupa o que acontece na vida das mulheres brasileiras, é mais preocupante ainda. A saúde da mulher é comprometida quando ela habita em áreas sem cobertura de saneamento básico e isso coloca em risco toda uma geração de estudantes e profissionais”, diz.

Casas sem banheiro

O estudo revela que 2,5 milhões de brasileiras não têm banheiro em casa, o que gera não só problemas de saúde, mas impactos na vida profissional e no desempenho na escola. Mulheres que vivem nessa situação recebem, em média, 66,7% a menos do que as que moram em casas com banheiro. 

A média no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de mulheres que vivem em casas sem banheiro foi 53,1 pontos abaixo da média geral em 2019, e o atraso escolar de meninas que moram nessas residências chega a três anos. Além disso, mulheres nessas condições sofrem um impacto 64% maior na renda com a compra de absorventes e coletores menstruais.





Audiência debate assédio moral e sexual contra mulheres no ambiente de trabalho


No primeiro ano de vigência da Lei 5.699/2021, que instituiu o dia 2 de maio como a data estadual de prevenção e conscientização ao assédio moral e sexual contra mulheres no ambiente de trabalho, a deputada estadual Mara Caseiro (PSDB) propõe audiência pública sobre o assunto. O evento será realizado na próxima terça-feira (24), a partir das 14h, no Plenário Júlio Maia da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) e contará com a participação de autoridades da área médica, jurídica e judiciária. A audiência pública será transmitida ao vivo e poderá ser acompanhada pela  TV ALEMS, Youtube, Facebook e Rádio ALEMS.

Autora da lei, a deputada considera o assédio moral e sexual no ambiente de trabalho um assunto muito sério que necessita de muita discussão. “Observando as notícias nos jornais e rede sociais, percebemos que essas atitudes infelizmente são muito comuns, especialmente contra as mulheres. Há poucos dias tivemos notícia de uma funcionária de estabelecimento privado, afirmando ser vítima de assédio moral e sexual, mas com medo de denunciar e perder o emprego. Por situações como essa, realizaremos essa audiência pública. Chega de assédio”, disse a parlamentar.

Ao todo, segundo dados do Tribunal Superior do Trabalho (TST), em 2021, foram computados 3.049 processos de assédio sexual e 52.936 de assédio moral no país. Somente no primeiro semestre, ocorreram mais de 31 mil denúncias em 347 empresas. Para efeito de comparação, 2019 e 2020 tiveram, ao longo de todo o ano, 12.349 e 12.529 casos respectivamente. “Queremos avançar o debate acerca do assédio sexual, realidade vivenciada pelas mulheres no ambiente de trabalho. Precisamos discutir as causas e efeitos dessas ações praticadas contra trabalhadoras. Além disso, buscaremos entender os mecanismos de denúncia e a garantia do emprego dessas vítimas”, afirmou Mara. 

Convite

Durante a sessão ordinária desta quarta-feira (18), a deputada reforçou o convite para o evento. "Convido a todos para a audiência pública para debater sobre a importância do combate ao assédio sexual e moral contra as mulheres nos ambientes do trabalho".

Segundo a parlamentar, participarão do debate o vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região (TRT-MS), João Marcelo; a procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho (MPT) da 24ª Região, Cândice Arósio; o psiquiatra Marcos Estevão; a consultora legislativa do Estado, procuradora Doriane Gomes Chamorro; e a advogada Andrea Flores, conselheira federal.

“O assédio sexual por parte de um superior no ambiente de trabalho é um crime, constando inclusive no artigo 216-A do Código Penal. Já em relação ao crime de assédio moral, este já foi definido também pela Câmara Federal. Estaremos debatendo e falando sobre a importância do combate a esse crime e todo e qualquer tipo de assédio”, informou Mara Caseiro.

O que é assédio moral e assédio sexual?

O assédio sexual é definido por lei como o ato de “constranger alguém, com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função” (Código Penal, art. 216-A). Já o assédio moral é considerado uma conduta abusiva intencional, que atenta contra a dignidade humana, de forma repetitiva e prolongada, durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, e que expõe o trabalhador, ou servidor público a situações humilhantes, vexatórias, constrangedoras, capazes de causar danos a sua saúde e para sua vida, profissional e social, e que tenha por efeito pressionar o trabalhador de tal maneira que se torna insustentável a sua permanência no emprego. O comportamento pode ser por ato, palavras, escrito ou gesto.

Colaborou Evellyn Abelha.


Regra sobre aborto pode mudar nos EUA e impactar debate no Brasil. Entenda


Há quase 50 anos, quando os Estados Unidos decidiram por uma jurisprudência garantindo o direito ao aborto no país, a movimentação terminou gerando uma cadeia de debate sobre o tema em todo o mundo. A partir dos anos 1970, uma série de países também autorizariam o aborto como direito das mulheres no início da gravidez, do Canadá aos países da Europa Ocidental.

Agora, meio século depois, o debate reverso toma conta da política americana, com a Suprema Corte caminhando para reverter a decisão chamada de Roe vs. Wade, de 1973, que declarou o direito ao aborto como constitucional. Uma votação no Senado nesta semana também terminou com a proposta de converter o Roe vs. Wade em lei rejeitada.

A tendência é que a mudança de status nos EUA, como ocorreu nos anos 1970, gere repercussão em outros lugares do mundo que já têm leis pró-escolha da mulher ou que pensam em aprová-las.

Regra sobre aborto pode mudar nos EUA e impactar debate no Brasil. Entenda

Discussão sobre direito ao aborto nos EUA, em que jurisprudência do Roe vs. Wade caminha para ser revertida, pode pautar discussão no resto do mundo, dizem organizações

Protesto sobre aborto nos EUA: nova maioria conservadora da Suprema Corte deve optar por mudança nas regras do país (Getty Images/Pablo Monsalve/VIEWpress)

Por Carolina Riveira

Há quase 50 anos, quando os Estados Unidos decidiram por uma jurisprudência garantindo o direito ao aborto no país, a movimentação terminou gerando uma cadeia de debate sobre o tema em todo o mundo. A partir dos anos 1970, uma série de países também autorizariam o aborto como direito das mulheres no início da gravidez, do Canadá aos países da Europa Ocidental.

Agora, meio século depois, o debate reverso toma conta da política americana, com a Suprema Corte caminhando para reverter a decisão chamada de Roe vs. Wade, de 1973, que declarou o direito ao aborto como constitucional. Uma votação no Senado nesta semana também terminou com a proposta de converter o Roe vs. Wade em lei rejeitada.

A tendência é que a mudança de status nos EUA, como ocorreu nos anos 1970, gere repercussão em outros lugares do mundo que já têm leis pró-escolha da mulher ou que pensam em aprová-las.

O debate também pode respingar no Brasil em meio às eleições deste ano, embora o aborto não seja, até o momento, assunto principal de interesse dos eleitores brasileiros, focados em economia, segundo as últimas pesquisas EXAME/IDEIA.

Mas o tema também divide opiniões no país, com maioria da população contrária. Na última sondagem EXAME/IDEIA em abril, 55% dos brasileiros foram contra a descriminalização do aborto, 38% a favor e 7% não souberam responder.

O apoio à descriminalização, no entanto, é majoritário entre os mais ricos, acima de 60% nas classes A e B. (A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número BR-02495/2022 

Em quais casos o aborto é permitido no Brasil?

O Brasil tem uma das legislações mais restritivas do mundo sobre aborto até o momento.

Realizar um aborto pode render às mulheres pena de um a até três anos de prisão, em um arcabouço que, no geral, data do Código Penal de 1940.
O procedimento só é permitido em três casos: estupro, gravidez que oferece risco à vida da mulher e, segundo decidido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2012, em casos de anencefalia, quando há malformação do cérebro do feto. A maioria dos brasileiros se disse a favor de manter a regra como está, segundo o EXAME/IDEIA.




Seleções feminina e masculina vão receber mesmo salário nos EUA


A Federação de Futebol dos Estados Unidos (USSF) anunciou nesta quarta-feira, 18, um acordo "histórico" com as associações de atletas que formaliza a igualdade salarial entre as seleções nacionais feminina e masculina.
A US Soccer é a primeira federação que equipara as premiações da Copa do Mundo concedida às seleções masculina e feminina.
"Este é um momento verdadeiramente histórico. Estes acordos mudaram o esporte para sempre aqui nos Estados Unidos e têm o potencial de mudar o esporte em todo mundo", afirmou a presidente da federação, Cindy Parlow Cone.
Em fevereiro, a seleção nacional feminina americana obteve um pagamento de US$ 24 milhões e a promessa de isonomia salarial em um novo acordo coletivo com a USSF.
A questão do dinheiro de premiação da Copa do Mundo foi uma parte importante da demanda apresentada pela seleção feminina em 2019, que acusou a USSF de "se negar obstinadamente" a pagar as duas equipes de maneira igual.
Os termos do acordo incluem uma "compensação idêntica para todas as competições, incluindo a Copa do Mundo da Fifa, e adoção do mesmo mecanismo de distribuição de receitas comerciais para as duas equipes", afirmou a USSF.
As conquistas do acordo coletivo "são um testemunho dos esforços incríveis das jogadoras da WNT (seleção americana feminina de futebol) dentro e fora de campo", afirmou a capitã da equipe, Becky Sauerbrunn.
Ela disse ainda esperar que o acordo "sirva igualmente como base para a continuidade do crescimento do futebol feminino tanto nos Estados Unidos como no exterior".
A seleção feminina americana conquistou quatro vezes a Copa do Mundo e quatro medalhas de ouro olímpicas.