Câmara Itabuna

Câmara de Ilhéus - Acompanha sessões remotas

Câmara de Ilhéus - Acompanha sessões remotas

Bocão 64

terça-feira, 19 de julho de 2022

Aluno da Geração Z deve ser protagonista no processo de ensino, avalia professor


O chamado conflito de gerações é um problema causado pelo choque entre as visões de pessoas que nasceram em épocas distintas. Na sala de aula, esse fator tem influência no processo de ensino e aprendizagem dos estudantes.

Esta é a conclusão de um artigo para o Jornal da USP, escrito pelo diretor e docente da Escola de Educação Física e Esporte da USP, Hugo Tourinho Filho.

Em entrevista à CNN Rádio, o professor avaliou que “o fato de existir um conflito não significa que ele só traz problemas. Quando isso é abordado de uma forma que possibilita o aprendizado entre gerações, é muito interessante o convívio.”

Hugo Tourinho Filho destacou que um jovem da Geração Z é fruto da “cultura touch”, ou seja, “eles aprendem mexendo, fazendo. O que é uma cultura diferente da dos Baby Boomers, que sempre se pautou em um manual.”

A Geração Z corresponde às pessoas que nasceram entre a segunda metade dos anos 1990 até o início do ano 2010. Já um “Baby Boomer” é uma pessoa nascida no momento pós-Segunda Guerra Mundial, entre 1946 e 1964.

“Para existir engajamento entre os nativos digitais, o aluno tem que se sentir protagonista do processo”, apontou o diretor. “Sem engajamento, o aluno perde a capacidade de tomar iniciativa, e vai fazer qualquer outra coisa do que assistir à aula.”

Hugo Tourinho explicou que a metodologia adequada para o ensino pode se inspirar em dois pilares da gamificação. “O primeiro é que se deve aprender com o erro. Ou seja, o erro deve ser encarado como uma ferramenta de aprendizagem”, disse o professor. “O segundo pilar é o protagonismo. A construção de conhecimento deve ser mútua entre aluno e professor.”

Outro desafio é vencer a “superficialidade do conhecimento adquirido”, que, muitas vezes, é impactado pela grande quantidade de informação presente nos mecanismos de busca online.

Para o professor da USP, a resposta para isso é apostar na abordagem da importância de todo tipo de conhecimento. “Nós temos que formar a juventude em cidadãos que tenham criticidade, e capacidade de julgar. Da matemática à filosofia, todas as disciplinas são essenciais”.

Pré-candidatos a presidente falam sobre cotas nas universidades federais

Há dez anos foi aprovada a Lei de Cotas, que estabelece regras para o preenchimento das vagas de universidades e institutos federais. O Congresso Nacional prevê a revisão da norma em 2022. O texto pode ser mantido, alterado ou até derrubado.

A norma determina que 50% das vagas destas instituições sejam direcionadas a pessoas que estudaram em escolas públicas. Deste percentual, metade é destinada à população com renda familiar de até 1,5 salário mínimo per capita.

As demais são distribuídas de acordo com a proporção de indígenas, pretos, pardos e pessoas com deficiência registrada na unidade federativa onde está situada a instituição.

A CNN perguntou aos pré-candidatos à Presidência da República o que eles pensam sobre cotas nas universidades e institutos federais.

Confira abaixo as respostas:

Luiz Inácio Lula da Silva (PT):

As cotas foram instituídas pelo governo Lula e são uma política importante de inclusão e acesso ao ensino superior. Os alunos cotistas têm demonstrado desempenho igual ou superior ao conjunto dos estudantes universitários.

Jair Bolsonaro (PL):

O pré-candidato não respondeu até o momento da publicação.

Ciro Gomes (PDT):

O pré-candidato não respondeu até o momento da publicação.

André Janones (Avante):

O pré-candidato não respondeu até o momento da publicação.

Simone Tebet (MDB): 

A pré-candidata não respondeu até o momento da publicação.

Pablo Marçal (Pros):

Venho de uma infância muito humilde na cidade de Goiânia, onde nasci. Eu sempre estudei em escolas públicas. Curiosamente paguei a faculdade de Direito porque não conseguia competir com os alunos do ensino privado no vestibular das universidades públicas. Digo isto porque não tem como cumprir com a missão do Estado de levar a educação para todos os brasileiros sem um sistema que minimamente balanceie as oportunidades. É isso ou continuaremos ocupando as piores posições em educação no mundo.

De acordo com o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes — PISA, 2021 –, de 76 países avaliados somos apenas o 60º. O problema é que não existe uma política pública voltada para solucionar de verdade a questão. As cotas são uma necessidade hoje para termos um sistema inclusivo para as populações mais vulneráveis, mas não soluciona a questão.

O que resolve de verdade é investir na educação de base a longo prazo, que tem que começar na família, especializar e investir no treinamento de professores, pagar melhores salários a esses educadores, cuidar do analfabetismo funcional na causa e cobrar o ensino nas universidades públicas daqueles que têm condição de pagar.

Se fizermos isso, em alguns anos teremos o Brasil ocupando as melhores posições no PISA, e o nosso povo será reconhecido pelos prêmios Nobel que iremos colher.

Felipe d’Avila (Novo):

A cota é sinal de que a nossa educação básica está falhando. Sinal de que a função essencial da educação pública, que é garantir mais oportunidades para todos, não está sendo cumprida. É nossa obrigação corrigir esse problema em suas causas, e não tentar atenuar a desigualdade social com um paliativo.

Devemos lutar por um Brasil menos desigual e sem cotas, melhorando nossas escolas, investindo no ensino fundamental e técnico.

José Maria Eymael (DC):

Como deputado federal constituinte sou autor da norma constitucional que prevê a possibilidade de utilização de recursos públicos em bolsas de estudos para alunos economicamente carentes no ensino fundamental e no ensino médio.

Dentro da mesma inspiração considero positiva a possibilidade de cotas nas universidades e institutos federais, com o aprimoramento dos critérios atuais em relação a cotas.

Leonardo Pericles (UP):

O pré-candidato não respondeu até o momento da publicação.

Luciano Bivar (União Brasil):

O pré-candidato não respondeu até o momento da publicação.

Sofia Manzano (PCB):

Sabemos dos limites do sistema de cotas, sobretudo quando este é encarado por alguns setores como um fim em si mesmo. Para nós é necessária, além de reparação histórica, uma mediação tática, que precisa ser encarada com firmeza. Seja no acesso de servidores, via concurso público, seja no acesso de estudantes, via vestibular e Enem. No último caso, para nós, que defendemos uma universidade e uma escola popular, é preciso pôr fim ao vestibular, garantindo acesso universal aos filhos e filhas da classe trabalhadora à educação formal.

Sabemos que esse é um objetivo estratégico que só se realiza plenamente com o fim do capital, mas devemos construir ciclos de aproximações.

Partindo do princípio de que as táticas não podem desautorizar nossos objetivos estratégicos, neste exato sentido, esta pauta não deve nos criar qualquer melindre político. Isto é: precisamos incidir firmemente na luta pela manutenção, ampliação e aprofundamento do sistema de cotas.

É preciso lembrar que a revisão da lei de cotas pode ocorrer dentro de um contexto conjuntural cada vez mais conservador e explicitamente racista. Devemos nos preparar para não permitirmos mais essa retirada de direito, conquistado a duríssimas penas pelos movimentos negros e a classe trabalhadora brasileira em luta.

Garantir à população negra o acesso a fontes de renda mais elevadas e com alguma estabilidade financeira é um compromisso político, mas também ético e moral. Se trata de mais dignidade (saúde, saneamento básico, escolaridade, moradia etc.) para quem representa 54% da população brasileira.

Vera Lúcia (PSTU):

Somos a favor das cotas. Elas foram uma conquista dos movimentos sociais, em especial do movimento negro, fruto de muita luta e mobilizações, das quais o PSTU tem o orgulho de ter participado.

As cotas implicaram numa significativa mudança na composição social e racial dos institutos federais e das universidades. Contudo, esta mudança ainda está muito distante do modelo – tanto social quanto racial – de universidade que precisamos. Mas é inegável que foi uma importante conquista.

Aqueles que se opõem às cotas se opõem por racismo, por uma motivação que não tem outra origem senão o desejo de manter as “cotas” que sempre existiram neste país: a reserva de vaga para os filhos da burguesia e da parcela mais endinheirada da classe média, a maioria deles brancos.

Por isso, as cotas são uma conquista em um país que foi construído sob a farsa da democracia racial, mas é uma conquista parcial, sempre ameaçada por governos reacionários como de Bolsonaro e pelo sistema capitalista. Acreditamos que só iremos conquistar todos os direitos e a igualdade que merecemos com a destruição deste sistema.

Assim, para nós, a luta por cotas é apenas o início no combate ao racismo, e, para a real democratização da universidade, precisamos da unidade dos homens e mulheres da classe operária, da juventude e de todos os setores oprimidos para conquistarmos as verdadeiras reparações que precisamos.

A luta por reparação histórica é fundamental para a construção de uma sociedade onde não haja mais opressão e exploração. Onde todos os oprimidos e explorados; os excluídos, os pobres e miseráveis possam desfrutar da liberdade, da igualdade e da fraternidade que a burguesia sempre prometeu, mas nunca teve o objetivo de garantir.

Queremos cotas nas universidades, mas também queremos moradia, transporte, saúde e todos os demais direitos que foram confiscados pela burguesia, seja aqui ou em qualquer lugar do mundo. E, para isto, só há um caminho: a conquista do poder pela classe trabalhadora, o povo pobre e todos e todas que, historicamente, têm sido marginalizados pelo capitalismo.


Bolsonaro sofre dura derrota em seu plano de fiscalizar as eleições no TSE


Rodando em círculos nesta pré-campanha com seu discurso contra as urnas eletrônicas, Jair Bolsonaro vai gastar a tarde de trabalho nesta segunda numa reunião com embaixadores para mais uma vez atacar o sistema eleitoral. A cruzada do presidente nessa área, além de inútil, sofreu recentemente mais uma dura derrota.

Para amparar o discurso antifraude do presidente, o PL de Valdemar Costa Neto procurou empresas de auditoria dentro e fora do Brasil para contratar. Apesar de dinheiro não ser problema, ninguém sério nesse mercado de auditagem quis associar a imagem do seu negócio ao projeto bolsonarista de fiscalização paralela da eleição no Brasil. No início de junho, como mostrou o Radar, o PL acabou encontrando um tal Instituto Voto Legal que topou assinar um contrato de 1,3 milhão de reais para realizar a auditoria das eleições no TSE.

O projeto, que nem chegou a ficar de pé, morreu nesta semana. Para se credenciar no TSE, a tal empresa contratada pelo PL precisaria atender a vários requisitos, como ter mais de dez anos de experiência no ramo, coisa que o instituto, segundo fontes da campanha de Bolsonaro, não tem. O tal contrato não será assinado e Bolsonaro, ainda que gaste tempo nessa agenda com embaixadores contra a urna, não terá uma empresa privada para fiscalizar as eleições. O jeito vai ser cooptar os militares.

OMS não aconselha o uso de dois medicamentos para Covid-19


A Organização Mundial de Saúde divulgou novas orientações nas quais desaconselha o uso de dois remédios para tratar a Covid-19.

Publicadas no “British Medical Journal”, as recomendações dizem que a utilização de colchicina (anti-inflamatório para tratar gota) e fluvoxamina (antidepressivo) para doentes leves ou moderados não é aconselhável, já que não existem evidências de que promovam melhoras para os pacientes como a redução de internações, além de trazerem riscos.

Segundo a organização, as medicações “provavelmente tem pouco ou nenhum efeito na mortalidade”, além de não promover nenhum resultado na ventilação mecânica ou nas hospitalizações. No caso da colchicina, pode “aumentar a probabilidade de efeitos adversos que levam à descontinuação do medicamento” em interação com outros medicamentos, pode ser grave ou, até mesmo, fatal.

A não recomendação de uso foi baseada em dados de sete ensaios clínicos, com mais de 16.484 pacientes. A nova diretriz diz ainda que esses medicamentos sejam usados apenas em ensaios clínicos. Para pacientes graves, a OMS não emitiu recomendações.

Para quadros leves de Covid-19, a OMS recomenda o uso do Paxlovid (combinação de nirmatrelvir e ritonavir) e diretrizes condicionais para o uso do sotrovimabe, o remdesivir e o molnupiravir em pacientes não graves, mas de alto risco. Para os casos graves, a entidade recomenda o uso de corticosteroides, com adição de bloqueadores de receptores de uma citocina específica (IL-6) ou baricitinibe.