O ex-assessor do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Eduardo Tagliaferro, afirmou na quarta-feira, 1º, que agiu de boa-fé ao ser abordado por policiais italianos em sua residência, em Catanzaro, na Itália. Ele também declarou que “nem morto o ministro conseguirá pará-lo”.
Tagliaferro foi detido
pela polícia local durante a manhã, mas liberado no início da tarde do mesmo
dia. Em entrevista ao programa Figueiredo Show, Tagliaferro comentou o
episódio. “Eu já esperava por isso, mas tudo foi conduzido com calma e
tranquilidade. Na verdade, foi o rito correto, feito na Itália e não o rito
mágico do Alexandre de Moraes”, afirmou.
Segundo ele, nem os
policiais sabiam ao certo o que estava acontecendo. “Os oficiais chegaram até a
me pesquisar na internet para entender o que estava acontecendo, porque aqui na
Itália ninguém sabe de nada. Então, me verificaram online. Em certo ponto até
enalteceram a minha pessoa dentro da unidade policial”, relatou.
Ainda de acordo com
Tagliaferro, a condução foi tranquila. “Foram cordiais. Entramos na viatura,
fomos conversando, batendo-papo. Disseram apenas que havia algo vindo do
Brasil, mas também não sabiam exatamente do que se tratava. Explicaram que era
o cumprimento de uma decisão da Corte e que eu voltaria para casa. Fui tratado
muito melhor do que em diversos lugares no Brasil”, disse Tagliaferro.
O ex-assessor de Moraes
também destacou que não teve receio em entregar aos oficiais seus dois
passaportes, o brasileiro e o italiano, afirmando estar agindo de “boa-fé, sem
ter o que esconder e sem estar fazendo nada de errado”.
Em outro trecho da
entrevista, Eduardo Tagliaferro afirmou que o comprimento das medidas
cautelares, como a obrigação de informar sua localização, manter os dados
atualizados e entregar documentos, não tem interferido em sua rotina. Segundo
ele, apesar de a medida restringir sua circulação no município onde reside, ele
segue atuando normalmente.
“Isso não tem nenhum
impacto. Eu continuo denunciando. Já enviei tudo o que precisava, inclusive
para os Estados Unidos. Ainda está sob sigilo, então não posso dizer para quem
ou quando isso foi feito. Mas sigo lembrando ao ministro Moraes e ao povo
brasileiro que existem mais coisas. Para mim, não muda nada. Onde estou, tenho
tudo de que preciso”, afirmou.
Ainda durante a
entrevista, Tagliaferro ironizou a situação e disse se considerar o “novo maior
inimigo de Moraes”. Ele também declarou que nem mesmo com sua morte o ministro
conseguiria impedi-lo de continuar com as denúncias. “Nem me matando o ministro
vai conseguir me parar”, afirmou. Segundo ele, outras pessoas possuem cópias
dos documentos como forma de proteção, caso algo aconteça com sua integridade
física.
Tagliaferro alegou que Moraes teria tentado incluí-lo na lista vermelha da Interpol, mas não obteve sucesso. “Não estou na Interpol. A informação que recebi é de que houve uma tentativa, de forma extrajudicial, de me incluir no alerta vermelho, mas a Interpol negou esse pedido”, afirmou.
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