Em um país continental como o nosso e com uma população com mais de 200 milhões de habitantes, as mulheres representam 51% de nossa população e 52% do eleitorado brasileiro. Apesar de sermos gigantes em números, as mulheres estão no comando de apenas 12% das prefeituras do Brasil, ou seja, nós não estamos sendo representadas de maneira proporcional, justa e equilibrada nos espaços de poder democráticos e nas decisões da política.
Diante dos números é evidente a dificuldade enfrentada pelas mulheres de reconhecer a política como um espaço a ser ocupado. Remamos contra a correnteza que empurra muitas de nós à falsa sensação de que apenas os homens têm braços fortes para conduzir a administração pública. Isso não é verdade e nossos atos demonstram isso.
No município de Vitória da Conquista, ao assumir o comando da chefia do Poder Executivo de uma das maiores cidades do nordeste brasileiro, foi preciso enfrentar estereótipos de gênero, lidar com expectativas sociais e superar barreiras históricas, já que por mais de 190 anos, a “Joia do Sertão Baiano” foi administrada por homens. Pela primeira vez na história, uma mulher assumiu o desafio de liderar os rumos políticos e de desenvolvimento da cidade e dar voz às mulheres.
Na minha gestão, dar voz e vez às mulheres tem sido prioridade. Não se trata apenas de um discurso, mas de efetivamente concretizar ações que inspirem as mulheres e que possam impactar suas vidas. Desde 2021, diversas iniciativas saíram do papel e estão se tornando realidade. A criação e implantação da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres é prova disso. Sancionei na última segunda-feira (28) a criação deste órgão estratégico na formulação e realização de atos direcionados às mulheres de nossa cidade e região.
Em breve, iniciaremos as obras para construção do Centro Especializado de Atendimento à Mulher e à Infância. Esse equipamento público ofertará diversos atendimentos voltados à saúde da mulher e das crianças, além de concentrar em um só local uma série de serviços para esses públicos.
A pobreza menstrual não é uma dor do homem, por essa razão foi invisibilizada durante muito tempo. Para assegurar às nossas estudantes o acesso a itens de higiene pessoal, a exemplo de absorventes, lançamos o Programa Municipal de Distribuição de Absorventes Higiênicos. O programa já distribuiu cerca de 200 mil unidades, favorecendo 13.404 alunas da rede municipal de ensino.
Não podemos ignorar a triste realidade da violência de gênero. Em Conquista, estamos tomando medidas decisivas para enfrentar esse problema. A edição de leis que asseguram a proteção das mulheres é prioridade. Nem uma mulher deve viver com medo ou sofrer em silêncio.
Também, criaremos a Unidade de Acolhimento para Mulheres de Vitória da Conquista, a chamada Casa Rosa. O novo equipamento será um lugar destinado a acolher mulheres vítimas de violência, proporcionado a elas atendimento psicossocial, oferecendo os encaminhamentos necessários à reintegração da mulher à sociedade.
Além de garantir a proteção, promovemos o protagonismo das mulheres no mercado de trabalho. Reconhecendo o poder do empreendedorismo feminino, criamos a Sala da Mulher Empreendedora, um espaço receptivo com recursos para que as mulheres possam desenvolver seus negócios, adquirir novas habilidades e se tornarem líderes em suas áreas de atuação. Acredito que o empreendedorismo é uma ferramenta poderosa para a independência financeira das mulheres, e estou empenhada em apoiá-lo integralmente.
Embora tenhamos realizado progressos notáveis, reconhecemos que ainda há muito trabalho a ser feito. Sob essas ações e com apoio das mulheres da minha cidade, contribuirei cada vez mais para que Vitória da Conquista seja um lugar onde todas as mulheres possam viver com dignidade, igualdade de oportunidades e segurança. É um compromisso contínuo e inabalável. Estamos chegando lá, vamos avançar!
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