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quarta-feira, 10 de agosto de 2022

45% dos brasileiros fizeram atividades para complementar renda em 2021, diz pesquisa

45% dos brasileiros, ou cerca de 76 milhões de pessoas, recorreram a atividades extras no ano passado para complementar a renda, diz pesquisa do Instituto Cidades Sustentáveis. O levantamento fala de todo o Brasil pela primeira vez. Desde 2007, era feito só para a cidade de São Paulo.

Os quatro principais serviços foram: bico de serviços gerais, como faxina, manutenção ou marido de aluguel (13%); produzir alimentos em casa para vender (8%); vender roupas e outros artigos usados (6%) e bicos de serviços de beleza (5%).

Para o estudo, foram ouvidos 2 mil brasileiros das cinco regiões do país, com 16 anos ou mais, durante os primeiros cinco dias de abril. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados.

Pobreza
A pesquisa aponta que aproximadamente três quartos da população brasileira – ou 125 milhões de pessoas – perceberam um aumento no número de pessoas em situação de fome e pobreza nos últimos 12 meses. E 47% conhecem muitas pessoas com dificuldade de comprar alimentos.

A região Sudeste é a principal, em que 53% das pessoas viram o aumento de pessoas em situação de pobreza. E é na região Sul que os habitantes observaram uma maior quantidade de pessoas trabalhando nos semáforos e nas ruas.

Em relação à condição do município, a maior quantidade de pessoas que observaram os habitantes em situação de pobreza na cidade moram na capital ou nas periferias metropolitanas. Locais esses com mais de 50 mil habitantes.

Racismo, mulheres e questões de gênero

Os brasileiros notam diferença de tratamento entre pessoas negras e pessoas brancas, principalmente em shoppings, estabelecimentos comerciais, escolas ou universidades e em situações de trabalho, como processos seletivos, e até ao considerarem promoções de cargo.

A região em que mais as pessoas responderam o levantamento quanto a percepção de questões raciais foi o Sudeste.

O levantamento apontou também que o preconceito em função da orientação sexual ou identidade de gênero também é bastante comum no país, sendo os espaços públicos como ruas, praças, parques e praias os lugares de maior vulnerabilidade deste público

Quanto aos espaços públicos, a região Sudeste foi a que mais se destacou quando os entrevistados foram questionados sobre terem visto alguém sofrer preconceito em função da orientação. Já nas escolas e faculdades, as regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste ficaram no topo da lista.

A pesquisa demonstrou também que quase metade das mulheres alegam ter sofrido algum tipo de assédio na vida e também é nos espaços públicos em que estão mais expostas à essas agressões, além de meios de transporte, bares e casas noturnas.

47% das mulheres, ou 42 milhões, declararam ter sofrido assédio em pelo menos um dos ambientes pesquisados e 2%, ou 1,8 milhão, disseram que sofreram assédio em todos os locais investigados: rua, espaço público, transporte público, casas noturnas, ambiente de trabalho, aplicativo de transporte particular e meio familiar.

Essas situações de preconceito de raça e cor, orientação sexual ou identidade de gênero e assédio contra as mulheres são menos frequentes ou percebidos na região Sul, destacou o estudo.

Internet
A necessidade de utilizar algum serviço público pela internet nos últimos 12 meses foi maior entre brasileiros de 16 a 44 anos, os mais instruídos, aqueles com renda familiar superior a 2 salários mínimos, e os que moram nas capitais ou cidades com mais de 500 mil habitantes.

Ao mesmo tempo, o levantamento destacou que já a participação em aulas remotas ou aulas pela internet foi mais significativa entre as pessoas quem tem de 16 a 44 anos, os mais instruídos e os que possuem renda familiar maior que 5 salários mínimos. Além da proporção ser maior entre as mulheres do que entre os homens.

Já a procura por algum serviço de saúde pela internet nos últimos 12 meses foi mais expressiva entre brasileiros com ensino superior, aqueles cuja renda familiar é superior a 5 salários mínimos, na região nordeste e entre quem vive em cidades com mais de 500 mil habitantes.

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