Confesso minha imprudência aceitando escrever este artigo para um blog com este perfil de mulher para mulher, que tem se notabilizado como referência de empoderamento feminino em Itabuna e todo sul da Bahia, tendo pouco tempo para fazê-lo. Mas a oportunidade para falar de mulheres transformadoras foi sedutora e sucumbi ao convite.
Escrevo, portanto, sobre certas mulheres que, a despeito das duras adversidades, desempenham relevante papel, cumprindo o propósito de emprestar seus talentos na construção da sociedade almejada por todos. São adversidades conhecidas, pois povoam a crônica diária: exclusão social, preconceito, abuso sexual, sofrimento frente a catástrofes sociais e naturais, separações conjugais traumáticas, o impacto das drogas na família, desemprego, etc.
Para muitas, essas adversidades são incapacitadoras. Todavia, nossas personagens, após cada embate, saem fortalecidas e mais competentes para encarar os desafios próprios das crises. A psicologia fala desse tipo de personagem. São mulheres resilientes; que aprendem a conviver com um cenário adverso e dele extrai nutrientes para se tornarem fortes e superarem as adversidades ou serem positivamente transformadas por elas.
As mulheres transformadoras são, seguramente, resilientes. Pessoas que, segundo o conceito de resiliência, são capazes de fazer brotar amor, coragem, alegria e prazer em meio aos obstáculos e revezes que vivenciam. Conheço muitas delas e com elas convivo em meu dia-a-dia e com elas aprendo.
Vejo confirmado nelas a posição dos estudiosos: a resiliência não é uma qualidade étnica e extraordinária, nem uma característica intransferível de um grupo especial de pessoas. Não! É, antes de tudo, a resultante de qualidades comuns que a pessoa já possui. Virtudes que, quando corretamente articuladas e suficientemente desenvolvidas, deságuam nessa maravilhosa característica das mulheres transformadoras.
Encontramos pessoas e ambientes resilientes em toda a sociedade itabunense, mas é o Terceiro Setor que atrai maior número de indivíduos com essa qualificação. É compreensível. É nessa área de atividade que a doação individual é mais enfatizada, o que não ocorre sem os atributos mencionados, dos quais o de melhor tradução é o amor.
Atualmente meu pensamento e minha simpatia voltam-se para as mulheres voluntárias do Terceiro Setor. Graças a elas, crianças e adolescentes deficientes têm experimentado verdadeira transformação em suas vidas. A característica resiliente de suas vidas leva esperança, alegria, coragem e amor aonde antes havia apenas dificuldades. Que Deus abençoe essas mulheres! Angélica Brito de Souza.
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