Estamos vivendo um tempo tão inquieto, cheio de tantas cenas que saltam aos nossos olhos e nos deixam hesitantes diante de tanta violência, tanto desdém. Um tempo de incivilidade. Tudo é tão evidente e estão gravados todos os dias em notícias na imprensa, que por mais que queiramos ignorar, nos causam certo mal estar só de imaginar que ultrapassamos a barreira do tolerável.
Tragédias acontecem a cada minuto: pais molestando filhos, mães maltratando crianças que deveriam ser objetos de proteção, adolescentes roubando os pais e trocando por droga. Somos estúpidos no trânsito, explodimos pelo espaço insignificante no asfalto, ruas e avenidas. Transgredimos as leis de trânsito e achamos isso o máximo. Não damos passagem ao outro na faixa e achamos isso normal.
Avançamos o sinal vermelho, porque somos campeões no quesito erro de educação e simplesmente não nos importamos. O que falar da onda de assaltos e assassinatos que ocorrem em toda extensão brasileira. Tanta violência e nenhuma resolução. E essa tal guerra entre facções que tem amedrontado a população ao longo dos últimos tempos?
O sentimento é que dia após dia o sistema tem perdido a luta contra a violência. Sim, temos avançado, mas será que é o suficiente? É até difícil apontar causa única que desencadeia um crescimento acelerado da violência que assola o país. Muitas circunstâncias podem ser apontadas, algumas relevantes, outras coadjuvantes de uma realidade que vem crescendo, já bem próxima à ferocidade de um tsunami.
Se realmente o presente define o futuro, não quero nem imaginar como será o amanhã. Sem perceber (ou percebendo mesmo) estamos gerando um mundo repleto de violência e incoerência. Já dizia o saudoso sociólogo Selem Rachid Asmar: “todo homem nasce puro, mas a sociedade o corrompe”.
Levando em consideração essa máxima, podemos até dizer que a própria sociedade é a maior responsável pelo excesso de violência que temos e dela somos reféns.
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