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domingo, 24 de julho de 2022

Número de pessoas ocupadas na indústria cresceu no 1º ano da pandemia, aponta IBGE


A indústria brasileira fechou o primeiro ano da pandemia de Covid-19, em 2020 no comparativo com 2019, com um incremento de 0,5% no número de pessoas ocupadas, o equivalente a um avanço de 35.241 vagas.

Os dados são da Pesquisa Industrial Anual (PIA), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta quinta-feira (21). O resultado foi puxado pelas empresas de produtos alimentícios, que registraram uma alta de 7,4% entre 2019 e 2020, com um crescimento de 121,5 mil postos.

Também tiveram destaque, segundo o IBGE, as empresas de fabricação de produtos de minerais não metálicos (17,8 mil pessoas ocupadas) e de produtos de borracha e de material plástico (15,9 mil).

Quando se olha para o percentual de crescimento em um ano, junto com a indústria alimentícia, o pódio fica com as empresas de extração de petróleo e gás natural (20%) e fabricação de móveis (6,5%).

A gerente de Análise Estrutural do IBGE, Synthia Santana, avalia que alguns setores conseguiram ser mais resilientes no início da pandemia, enquanto outros sofreram os impactos de maneira mais intensa, com a dificuldade da compra de matéria-prima e mudanças na linha de produção.

“O saldo acabou ficando positivo para atividades onde há um escoamento mais fácil da produção para o mercado internacional e esses embarques não foram tão comprometidos”, afirma Synthia.

“Essas atividades mais ligadas a commodities, minérios de ferro, assim como parte da indústria alimentícia, principalmente carnes, notadamente aquelas no Norte e Centro-Oeste no país, foram menos afetadas pela pandemia. Não é que elas não foram afetadas, mas, no saldo, acabou sendo positivo para essas atividades em específico.”

Já as maiores reduções de vagas foram observadas nos setores de derivados de petróleo e biocombustíveis (91,9 mil / -33,8%), vestuário e acessórios (59,5 mil / -10,4%), além de artigos de couro e artigos para viagens e calçados (30,9 mil / -9,4%). Os três também tiveram redução nos salários pagos, de 22,8%, 18,2% e 21,5%, respectivamente.

Em relação à remuneração, a PIA 2020 aponta uma queda de 4,3% no comparativo com 2019. O primeiro ano da pandemia terminou com 303,6 mil empresas, que pagaram R$ 308,4 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações a 7,7 milhões de trabalhadores.

Além disso, o IBGE registrou R$ 4 trilhões de receita líquida de vendas, ou seja, aquele dinheiro gerado a partir da comercialização de produtos ou prestação de serviços. Em 2020, a indústria alimentícia somou 24,1% desse valor, seguida pela de produtos químicos (10,5%) e de derivados de petróleo e biocombustíveis (8,6%).

A indústria de veículos automotores caiu da segunda para a quarta colocação na composição da receita líquida de vendas em dez anos, com uma redução de participação de 12% para 7,1%, entre 2011 e 2020.

Década da indústria
A pesquisa do IBGE também demonstra que, entre 2011 e 2020, a indústria brasileira perdeu mais de um milhão de postos, 998 mil deles no segmento de transformação. O estudo aponta que são empresas que enfrentaram “de forma mais intensa mudanças estruturais relacionadas, por exemplo, à evolução da tecnologia, à forte concorrência com o setor externo e à dependência do consumo interno.”

Nessa década, mais da metade dos postos perdidos foi em três setores: vestuário e acessórios (258,4 mil vagas), couros e artigos para viagem e calçados (138,1 mil) e de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (134,2 mil).

“Nesse período é importante destacar as sucessivas crises que a economia brasileira veio atravessando. Partindo de 2011, a gente já vinha de crise internacional em 2009 e 2010. Depois teve um biênio de recessão em 2015 e 2016 e, agora, a crise em 2020. Portanto, essa queda de um milhão de postos de trabalho, ao longo de dez anos, acumula o efeito de crises sucessivas e que atacam principalmente aqueles setores mais intensivos em mão de obra, como é o caso, por exemplo, da indústria do vestuário, uma das que mais emprega”, afirma Synthia Santana, gerente de Análise Estrutural do IBGE.

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