A ala pró-Lula do PSD planeja nova ofensiva para tentar convencer o presidente da legenda, Gilberto Kassab, a fechar uma aliança com o PT já no primeiro turno. O movimento é capitaneado pelo senador Alexandre da Silveira, que é presidente do PSD em Minas Gerais e secretário nacional do partido, mas tem apoio de outras importantes lideranças da legenda.
Silveira apresentará pedido formal para que PSD feche com Lula desde já. O pleito já foi levado anteriormente a Kassab, que não topou alterar a posição da sigla. O dirigente anunciou que a legenda não apoiará qualquer candidato no primeiro turno.
Silveira tem um encontro com Kassab no próximo sábado, quando pretende fazer nova tentativa de demover o presidente do PSD da posição de neutralidade. “Acredito que o PSD não pode ficar neutro nesse momento. O presidente Lula disputa as eleições presidenciais desde 1989 de forma democrática. Ganhando ou perdendo, sempre respeitou os resultados das urnas. Ele hoje é a única alternativa para pacificação da nação”, disse Silveira em postagem nas redes sociais, anunciando a ofensiva para mover o PSD.
No partido, a iniciativa tem apoio de nomes como os senadores Omar Aziz (AM), Otto Alencar (BA) e Carlos Fávaro (MT) e do deputado Marcelo Ramos (AM). Um integrante do grupo diz que, apesar de parte dos diretórios do PSD expressar preferência por Bolsonaro, nenhuma liderança de relevo, salvo o governador do Paraná, Ratinho Junior, é aliado do presidente.
Kassab, porém, argumenta que em São Paulo foi formalizada aliança com Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato de Bolsonaro, e que os estados do Sul fazem oposição ao movimento de adesão a Lula.
Um parlamentar admite que, por ora, Kassab tem se mostrado “irredutível” e que, ao fim e ao cabo, a decisão caberá a ele. Mas a ala lulista do PSD pretende marcar posição.
“Sou daqueles que acho que o PSD deveria caminhar já desde o primeiro turno com a candidatura do presidente Lula. Respeitamos a posição do presidente Kassab, aguardamos a orientação dele, mas sou daqueles que lutarei dentro do partido para que, já desde o primeiro turno, a gente firme compromisso com a democracia. E esse compromisso é caminhar com Lula no primeiro turno”, afirmou à CNN Marcelo Ramos.
O movimento tem aval de Lula. Em encontro com aliados na semana passada em Brasília, ele pediu empenho para tentar ampliar os acordos firmados pelo PT já no primeiro turno. E citou MDB, PSD e União Brasil como apoios a perseguir.
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