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quinta-feira, 19 de maio de 2022

Sobrecarga de trabalho: por que as mulheres sofrem mais?



Não é novidade que as mulheres já sofriam com a desigualdade de gênero, em uma sociedade patriarcal, bem antes do isolamento social, necessário, em virtude da pandemia causada pela covid-19. Mas, uma pesquisa realizada pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFRA), órgão da ONU – Organização das Nações Unidas, responsável por questões populacionais, apontou que além dessa triste desigualdade, a mulher no mundo todo, teve sua vida mais difícil em razão da sobrecarga de trabalho e, fez um alerta que no Brasil especificamente, isso é mais acentuado.

Dados do IBGE do ano de 2019 apontaram que a mulher se submete à jornada dupla, em média de 18,5 horas semanais dedicadas a tarefas domésticas e, cuidados com pessoas da família, como crianças e idosos. Já os homens, apenas 10,3 horas semanais gastas nessas referidas atividades, ou seja, aproximadamente a metade. Nesta pandemia, outra questão muito impactante, foi o fato de que as escolas estavam encerradas, e as crianças ficavam o dia todo em casa, precisando de cuidados, atenção, entretenimento, e auxilio para acompanharem as aulas virtuais, já que as de tenra idade não tem como fazer os acessos remotos por tecnologia, sozinhas.

Dados, ainda do IBGE, demonstram que no Brasil as mulheres têm salários em média de 27,1% memores que o dos homens e apenas 46,6% delas para 64,3% de homens ocupam postos de trabalho, isso apesar de terem mais educação formal, em média 8 nos de estudo, para 7,6 dos homens. Ou seja, as mulheres são mais qualificadas formalmente e ainda assim, o número delas desempregadas é muito maior que o de homens. Portanto, embora as mulheres ocupem os bancos das escolas e universidades, em maior numero que homens, ocupam menos cargos nas empresas.

Se, no entanto, falarmos de cargos de liderança (diretoras executivas) – CEOs, no Brasil, embora em crescimento, o que vinha sendo motivo de celebração, representando apenas 3% dos cargos mais altos e, apesar do maior estudo, têm renda inferior à dos homens. Ainda assim, 63% de mulheres são chefes de família. Isso nos leva a concluir que a pobreza no Brasil, tem sexo, e é feminino.  Significa dizer que são essas mulheres que terão maior impacto para pagar suas contas, alimentar seus filhos, nesta pandemia que assola o mundo, com reflexos de crise econômica se aprofundando.

Sobrecarga e exaustão mental

Na prática, temos mães extremamente preocupadas, ou seja, com sobrecarga mental, com a manutenção de seus empregos, ou como ingressar em um, nesta fase pandêmica, fazer o dinheiro chegar para que a sua família possa ser alimentada, e levar ou não seus filhos para a escola, já que estávamos adotando um regime escolar híbrido. Estas questões todas trazem reflexos na saúde não apenas física, mas também mental, para mulheres que já lutavam para poder ocupar espaços de maior destaque.

Já existem relatos de mulheres acadêmicas que estão produzindo bem menos artigos científicos nesta pandemia, justamente pelo aumento de tantas outras tarefas domésticas e com cuidados de familiares, que precisou assumir. Não olvidando, que a mulher trabalhando em home office, divide sua atenção, com todas essas tarefas. Na contramão, homens estão produzindo mais artigos, o que nos leva a crer, que o tempo de dedicação ao trabalho é maior.  Certamente esta experiência, pode ser levada a outros setores profissionais.


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