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quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

INDULTO, CRISE FISCAL E O JOGO DO PODER

No jogo do poder a conveniência vale mais que a coerência

O Brasil vive um momento decisivo. A prisão de Jair Bolsonaro em novembro de 2025 não encerra sua trajetória política. Pelo contrário: abre a possibilidade de uma jogada estratégica capaz de desmontar o plano do establishment e recolocar o país no verdadeiro campo de disputa. 

    A REJEIÇÃO FABRICADA: A rejeição a Bolsonaro não é fruto da realidade, mas de narrativas construídas durante a pandemia. Foi uma campanha de desgaste, repetida à exaustão, para transformá-lo em inimigo público e neutralizar sua força eleitoral. Essa rejeição artificial serviu ao sistema: abrir espaço para uma “direita permitida”, dócil, moldada sob medida para os interesses das elites financeiras. 

O INDULTO COMO ARMA POLÍTICA: Um indulto mudaria tudo. Devolveria a Bolsonaro o direito de disputar eleições. E, nesse cenário, ele se tornaria o adversário ideal para o PT: previsível, polarizador, mas incapaz de abrir espaço para uma terceira via. O plano do establishment seria frustrado. Não haveria transição suave. Não haveria candidato moderado. Haveria confronto direto. 

    LULA E O FUTURO DO PT: Para Lula, o gesto teria dupla função: mostrar-se como conciliador e, ao mesmo tempo, preparar a sucessão dentro do PT. Um sucessor menos ideológico, mais pragmático, capaz de dialogar com o establishment sem se submeter a ele. O partido enfrentaria Bolsonaro, enquanto se apresentaria como alternativa responsável diante do caos. 

    A BOMBA FISCAL DE 2027: O país caminha para uma explosão fiscal. Déficit bilionário, dívida próxima a 90% do PIB, risco de colapso. Quem assumir em 2027 herdará medidas impopulares e enfrentará desgaste imediato. A direita, se voltar ao poder, será engolida pela crise. O PT, se souber jogar, poderá se beneficiar como oposição e, ao mesmo tempo, oferecer ao sistema um candidato pragmático, palatável, mas com força popular. 

CONCLUSÃO: O indulto não é clemência. É estratégia. É arma política para barrar o plano do establishment, inviabilizar a terceira via e garantir que o PT dispute contra um adversário cuja rejeição foi fabricada. O futuro do Brasil não será decidido pela “direita permitida” das elites. Será decidido no choque entre narrativas, crises e estratégias. O indulto é a chave para virar o jogo.  Por Fred Oliveira.

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