Após o anúncio oficial da ex-ministra e candidata a deputada federal por São Paulo, Marina Silva (Rede), ao candidato à presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), uma ala do PDT voltou a pedir para que o também candidato ao Palácio do Planalto Ciro Gomes diminua o tom das críticas ao petista, numa tentativa de paralisar a perda de intenção de votos entre os eleitores.
Isso porque, o apoio de Marina a Lula é visto como uma derrota dentro do partido, que teme sair menor da disputa eleitoral. Pedetistas mais antigos, ouvidos pela CNN Brasil, afirmam que Ciro já não representa as ideologias da legenda e estaria debandando para o lado “mais terrível da política brasileira”. Alguns ousam afirmar que as recentes críticas de Ciro ao ex-presidente seriam condenadas por Leonel Brizola, um dos fundadores do PDT.
Juliana Brizola, neta do ex-governador Leonel Brizola, preferiu não criticar as ações de Ciro nem envolver o avô nos recentes conflitos internos do partido. “Estamos perto do primeiro turno, normal que os ânimos fiquem mais exaltados. Mas não vale a crítica de que nós do PDT não podemos ter uma candidatura própria. As pessoas estão chateadas com as críticas do Ciro ao Lula, mas nós também podemos ficar chateados com pessoas querendo que o Ciro não seja candidato”, afirmou à CNN.
No mês passado, o presidenciável do PDT foi às redes sociais – e depois apagou a postagem -, comentar o estado de saúde de Lula. Ciro disse no Twitter que o ex-presidente está “fraco fisicamente e psicologicamente” para enfrentar a direita. Após repercussão negativa, ele apagou a postagem. Procurado, o PT disse que a voz rouca de Lula se deve à longa agenda de campanha.
À época, ao ser questionado sobre a postagem, Ciro Gomes disse que apagou a publicação para não dar interpretação errada do que quis dizer. Segundo o candidato, ele não teve a intenção de comentar a saúde de Lula, apenas afirmar que faltam condições a ele de enfrentar o presidente da República, Jair Bolsonaro. Nos bastidores, interlocutores afirmam que a postagem foi muito criticada internamente e que Ciro teria apagado após pedido do presidente do partido, Carlos Lupi.
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