A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto. (FREIRE, 1989, p.9)
A experiência da leitura nos coloca no lugar do outro, (nos forma) contribui para nos formar cidadãos mais empáticos, pois nos confronta com a experiência do outro. Ler nos move e nos ensina, também nos atravessa e nos faz compreender o mundo.
É por meio da leitura que extraímos informações as transformando em conhecimento. O conhecimento nos permite fazer relações entre situações nos tornando cidadãos críticos, autônomos.
A leitura é parte do processo de comunicação cotidiana, que envolve interações e trocas sociais, fomentada em situações diversas expressas pela memória, cultura, tradições e contextos sociais.
É imprescindível lembrar que o leitor ressignifica o que lê, ou seja o mesmo texto lido pode trazer novos significados, enriquecendo a experiência leitora.
A leitura é um ato dialógico, de apropriação, plural, libertária, emancipatória, não deve ser imposta; é provocação e está sempre em construção.
Precisamos conectar pessoas e textos, levando em consideração a participação efetiva e a história de vida do leitor. A mediação efetua essa ponte entre o mediador e o leitor, com o texto, a história e o ouvinte.
Jouve (2002) salienta que o “charme da leitura” advém das emoções. Leitores amam, admiram ou mesmo odeiam personagens das obras que leem, criando relações afetivas e pessoais (componente importante da leitura literária).
O desafio de mediar a leitura está na conectividade que o mediador faz entre a importância das formas de linguagens e seus leitores. O mediador é um facilitador da criação das relações afetivas. Ele traz simbologia ao texto onde o leitor confronta suas experiências pessoas, sua cultura, seus valores com o experimento da leitura. O mediador direciona os argumentos incentivando que o leitor argumente, discorde, concorde, questione e reflita. O mediador traz novas descobertas e novos contextos para a pratica leitora, de forma cognitiva. O mediador em sua prática auxilia a formar cidadãos críticos.
Ezequiel Theodoro da Silva ressalta que um leitor crítico adentra um texto desejando compreender as circunstâncias, as razões e os desafios sociais permitidos ou não por este texto (SILVA, 2002).
Além da ambiência, é necessário múltiplas vozes e narrativas. O papel da palavra, da voz e da leitura é fundamental para a criação de vínculos de afeto e de acolhimento.
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