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segunda-feira, 16 de maio de 2022

Canabidiol e autismo: existe comprovação de eficácia?


Muito se fala sobre o uso do canabidiol (CBD) para o tratamento de pessoas com autismo. De fato, a maioria das pessoas da comunidade, sejam eles autistas, pais, familiares ou cuidadores, já ouviram falar sobre isso. Existem muitos relatos do uso circulando pela internet, mas pouco se fala sobre os estudos a cerca do tema.

Neste artigo, falaremos sobre isso de forma abrangente, respondendo as seguintes perguntas:

O que é o canabidiol?
Canabidiol para que serve?
O uso é do canabidiol é seguro?
Existe comprovação da eficácia terapêutica?O uso no tratamento do autista funciona?
O que dizem os estudos?

Canabidiol e autismo: existe comprovação de eficácia?
Muito se fala sobre o uso do canabidiol (CBD) para o tratamento de pessoas com autismo. De fato, a maioria das pessoas da comunidade, sejam eles autistas, pais, familiares ou cuidadores, já ouviram falar sobre isso. Existem muitos relatos do uso circulando pela internet, mas pouco se fala sobre os estudos a cerca do tema.
O que é o canabidiol (CBD)

É uma das muitas substâncias presentes na planta cannabis, popularmente conhecida como maconha. Essas substâncias presentes na planta são chamadas de canabinoides, e agem sobre o sistema nervoso central.

Os medicamentos à base de cannabis são permitidos no Brasil desde 2020, no entanto, só podem ser adquiridos com prescrição médica. Apesar de ser extraído da maconha, o canabidiol (CBD) não produz efeitos de euforia e outros ligados ao uso recreativo da planta, pois durante a extração do CBD são filtradas e descartadas outras substâncias, como o Tetrahidrocanabinol (THC) por exemplo, que são responsáveis por tais efeitos.1

Canabidiol para que serve?

O potencial terapêutico do canabidiol pode beneficiar pacientes que tenham problemas como: ansiedade, insônia, epilepsia, dor crônica, etc. No entanto, ainda faltam estudos que esclareçam os mecanismos por trás desses benefícios e quais as dosagens mais adequadas para cada caso.

Estudos sugerem que o óleo de canabidiol pode auxiliar no tratamento da epilepsia. Isso certamente é animador para famílias com autistas que tenham essa comorbidade tão comum no TEA. Graças a interação da substância com os receptores do tipo CB1 do cérebro, o canabidiol é capaz de diminuir a frequência das crises convulsivas.

Apesar disso, ainda não existe um estudo que comprove totalmente sua a eficácia para esses casos, sendo prescritos apenas quando os outros medicamentos indicados para epilepsia não são capazes de controlar as crises de forma adequada.
Sabe aquele ditado popular que diz que a diferença entre um o remédio e um veneno está na dosagem? Então! Isso é verdade para a maioria das substâncias contidas nos medicamentos, e não é diferente com o canabidiol.

Em dosagens altas, efeitos indesejados podem aparecer, como cansaço e sono excessivo, diarreia, alterações no apetite e no peso, irritabilidade, vômitos e problemas respiratórios. No entanto, vale ressaltar que esses efeitos só costumam ocorrer quando há o uso indevido do produto, em altas concentrações e sem recomendação médica.

É seguro adquirir um óleo artesanal?

A comunidade médica não recomenda o uso de óleos canábicos artesanais. Eles costumam ser vendidos ilegalmente como alternativa mais barata e acessível para pessoas com menor poder aquisitivo, no entanto, nesses casos a procedência da planta e das substâncias presentes no produto, não são conhecidas, e isso pode ser muito perigoso para a saúde da pessoa que irá utilizar.

Apesar de a intensão de quem produz muitas vezes ser genuinamente boa, a falta de recursos torna muito difícil existir um real controle sobre as substâncias, ou seja: o óleo pode ter muito THC e causar efeitos prejudiciais e intensos, além de ser difícil saber se existe CBD suficiente no extrato, ou mesmo se ele não está concentrado demais, o que é ainda pior.

Além disso, por ser ilegal, não existe fiscalização. Então, o extrato pode estar contaminado e ser potencialmente tóxica.

Existe comprovação de eficácia terapêutica?

Atualmente, só existem estudos que comprovam a eficácia do canabidiol para tratar a epilepsia. É verdade que muitos outros benefícios da maconha medicinal são conhecidos, no entanto, lembre-se de que estamos falando aqui apenas sobre o canabidiol, uma das substâncias encontradas na planta, que geralmente é encontrado na forma de óleo.
Quando o óleo de canabidiol pode ajudar

Existem diversos relatos de pais que contam que seus filhos autistas que passaram a fazer o tratamento com o canabidiol para controle da epilepsia também tiveram melhoras nos quadros de ansiedade, irritabilidade, insônia e agressividade.

De fato, a substância é capaz de promover esse tipo de benefício, no entanto, pelo menos no Brasil, os médicos não costumam prescrever o CBD para esses fins, sendo ministrado apenas quando métodos convencionais não funcionam.

Qual o potencial do CBD para tratar pessoas com TEA

De fato, além dos benefícios já conhecidos, como os citados acima, existem relatos por todo mundo que apontam que o uso da cannabis medicinal promove uma melhora significativa no que se diz respeito ao comportamento, funcionalidade e qualidade de vida em pacientes do espectro. Além disso, existem especulações sobre a ação dos canabinoides influenciarem nos sintomas centrais do transtorno, como na interação social, por exemplo.

Ainda que seja extremamente importante dar atenção e investigar esses relatos, vale lembrar que relatos não substituem estudos que comprovem esses benefícios. Veja, não estamos dizendo que esses relatos são falsos, mas sim que faltam estudos que comprovem que a razão para a melhora desses quadros é a administração do óleo. Sendo assim, temos que apoiar a ciência e torcer para que essas questões sejam respondidas nos próximos anos.





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