Fizeram a gente acreditar que a responsabilidade da mulher se baseia nos trabalhos domésticos e cuidados familiares. Que as nossas roupas são provocações aos olhos dos homens, que cozinhar é obrigatório, ser gentil é indispensável e viver sem casar e não ter filhos é o fracasso das nossas vidas.
Também ensinaram aos homens a serem competitivos, decididos e ao mesmo tempo nossos protetores. Junto com esse papel veio o de sustentar a casa e defender a família. E para acompanhar surgiu a ideia do líder autoritário sobre nós, mulheres. Nasce o machismo e com ele a crença na inferioridade da mulher e a ideia de que elas não podem ter acesso aos mesmos direitos que eles.
Os prejuízos do machismo são incalculáveis para a vida de uma mulher. Através dele perdemos nosso direito de escolha graças a valores tradicionais de uma sociedade patriarcal prescritos bem antes de você e eu nascer.
Explico. O machismo fortifica o assédio, desqualifica a fala, desencoraja o avanço por caminhos desconhecidos, nos obriga a permanecer em um lugar fixo e muitas vezes até mata. Sim, a violência contra a mulher ainda acontece devido a ideia de que ela é inferior ao homem, tornando assim sua posse.
Ninguém merece viver sob condição de atender o desejo masculino e a um conjunto de crenças considerados adequados a gêneros femininos. Muitas enfrentaram o julgamento, lutaram e conquistaram o direito ao trabalho, educação e voto. Mas ainda hoje precisamos discutir que estereótipos de gênero tradicionais não representam a personalidade e a vontade cada indivíduo.
De fato, os tempos sem o machismo ainda não chegaram, mas somente as lutas contra as forças que nos oprimem vão nos ajudar a chegar onde queremos ir.
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