Prêmio Nobel da Paz de 2025, a líder opositora da Venezuela, María Corina Machado, dedicou a láurea ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e afirmou que a conquista desta sexta-feira (10) é um impulso para a liberdade de seu país.
“Este
imenso reconhecimento da luta de todos os venezuelanos é um impulso para
completar nossa tarefa: alcançar a liberdade”, escreveu na rede social X.
“Estamos no limiar da vitória, e hoje, mais do que nunca, contamos com o
presidente Trump, o povo dos EUA, os povos da América Latina e as nações
democráticas do mundo como nossos principais aliados para alcançar a liberdade
e a democracia. Dedico este prêmio ao povo sofredor da Venezuela e ao
presidente Trump por seu apoio decisivo à nossa causa!”.
Em
campanha aberta para conquistar o prêmio, o republicano ainda não se manifestou
sobre o assunto. A Casa Branca, no entanto, criticou a escolha do comitê na sua
primeira reação oficial. “Trump continuará fazendo acordos de paz, encerrando
guerras e salvando vidas. Ele tem o coração de um humanitário, e nunca haverá
ninguém como ele, capaz de mover montanhas com a força de sua vontade”, disse o
porta-voz Steven Cheung no X. “O Comitê Nobel provou que eles colocam a
política acima da paz”.
Em
seguida, ela publicou uma carta na qual diz receber o prêmio em nome do povo da
Venezuela, “que lutou por sua liberdade com admirável coragem, dignidade,
inteligência e amor” em “26 anos de violência e humilhação”, como caracterizou
as últimas décadas da Venezuela após Hugo Chávez chegar ao poder.
“Este
prêmio é um impulso único que injeta energia e confiança nos venezuelanos,
dentro e fora do país, para completar nossa tarefa”, afirmou María Corina. “É
um firme chamado para que a transição à democracia em Venezuela se concretize
imediatamente, tal como exigimos de forma contundente na vitória eleitoral de
28 de julho”.
Antes
disso, María Corina havia afirmado estar em choque com a notícia durante uma
ligação com o também opositor Edmundo González, candidato à Presidência da
Venezuela em 2024 e exilado na Espanha desde que o ditador Nicolás Maduro se
proclamou vencedor após o pleito.
“O
que é isso? Não consigo acreditar”, afirma ela em um vídeo publicado no perfil
na rede social X de González, que entrou na disputa após María Corina ser
declarada inelegível pelo regime. “Estamos em choque de alegria”, responde ele.
Ironicamente,
um dos principais membros do gabinete de Trump, o secretário de Estado Marco
Rubio, fez parte dos esforços para indicar María Corina antes de trabalhar para
o republicano. No ano passado, quando ainda era senador pela Flórida, ele
enviou uma carta ao comitê junto com colegas afirmando que os esforços da
venezuelana “incorporam os próprios princípios que o Prêmio Nobel da Paz busca
honrar”.
“A
luta incansável de María Corina Machado por uma Venezuela livre e justa é uma
verdadeira inspiração. Sua coragem será lembrada por muitos anos”, afirmou o
político no X em agosto do ano passado, ao compartilhar o documento. Ele ainda
não se pronunciou publicamente sobre o anúncio desta sexta.
O
comitê caracterizou María Corina como “um dos exemplos mais extraordinários de
coragem civil na América Latina nos tempos recentes” e uma “figura-chave e
unificadora em uma oposição política que antes era profundamente dividida”.
“É
precisamente isso que está no cerne da democracia: nossa disposição
compartilhada de defender os princípios do governo popular, mesmo discordando.
Em um momento em que a democracia está ameaçada, é mais importante do que nunca
defender esse ponto em comum”, diz o anúncio.
O
presidente do comitê, Jorgen Watne Frydnes, ainda citou os esforços “inovadores
e corajosos, pacíficos e democráticos” da oposição nas eleições de 2024 na
Venezuela, quando o antichavismo reuniu as atas de votação ao longo do dia em
uma tentativa de contestar possíveis fraudes do regime.
Embora os documentos, atestados por diferentes órgãos independentes, tenham apontado vitória ao candidato da oposição, Edmundo González, Maduro declarou sua terceira reeleição horas após o fechamento das urnas, sem apresentar as provas exigidas pela lei venezuelana.
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