Quando “o bicho pega”, é utilizada como uma ameaça de que algo muito ruim vai acontecer se não for feito nada, e “se ficar, o bicho come”, quer dizer que se acontecer a coisa ruim, nada pode ser feito. Oras!! Então não é melhor enfrentar o bicho? - Esse ditado popular tem muito a ver com a indecisão das pessoas em resolver um determinado problema difícil. Soa mais como uma justificativa para não resolvê-lo.
O grande imperador francês Napoleão Bonaparte dizia que “pior do que a decisão errada é a indecisão”. Ela não permite que haja evolução e nem a resolução do problema. Se ocorrer o erro, pode-se, ainda, corrigi-lo e seguir em frente. A indecisão nos congela. Ficamos estagnados.
O indeciso é aquele indivíduo incapaz de resolver uma situação, não é preciso, nem claro. E o pior de tudo é que estamos cercados de muitas pessoas assim. Esse indivíduo “frouxo”, titubeante, mesmo diante de simples questões, vem com essa de que “se ficar o bicho pega, e se correr o bicho come” e não resolve nada!!
Durante a minha infância, tive uma situação muito interessante na escola com referência a decisão e indecisão. Tive uma discussão com um colega de outra classe, que me pediu um objeto emprestado, mas não o devolveu. O tempo foi passando e eu resolvi ir à sala dele e pedir para que me devolvesse o objeto. Ele me devolveu, mas notei a sua “cara feia” para mim. Será que ele pensou que não era pra devolver??
Logo no outro dia chegou aos meus ouvidos pelos meus colegas que o menino que me devolveu o objeto disse que iria me bater no intervalo do recreio ou no fim da aula. O grande problema é que ele era mais velho e bem maior, fisicamente, do que eu. Naturalmente, fiz o que qualquer menino menor faria, ou seja, correr dele na escola e sair rápido para casa. Nunca fui de brigar e ainda tinha o fato de que o meu adversário era maior do que eu. Não éramos tão amigos assim, apenas colegas.
Contei o fato para meu pai. Do alto de sua sabedoria, assim ele me orientou: encare o problema e enfrente, pois ele vai continuar a lhe atormentar. Não é o caso de brigar. Mas, se for agredido, reaja do jeito que puder, já que ele é maior do que você. Vaval, disse meu saudoso pai em voz branda e carinhosa: você terá pela vida muitos problemas, mas vai ter de encará-los e resolvê-los, uns mais fáceis e outros mais difíceis, mas tenha sempre a certeza de que existe um Deus que está sempre conosco, em todos os momentos. Vá e confie que pode resolver com o menino da melhor maneira.
Assim foi feito! No intervalo do recreio, fui até o colega que me ameaçava e perguntei por que queria me bater. Caraca!!! Ele não respondeu nada e me agrediu com um empurrão e um soco, que felizmente não me acertou, senão seria um desastre caso acertasse. Instintivamente, estiquei a perna esquerda e dei-lhe um chute forte bem na “zona” que dói mais em um homem. Adivinhem? Acertei no “saco” do menino, escroto, bem no meio, com força! Ele caiu se contorcendo em dor e gritando.
Veio o disciplinário da escola, me pegou pelos braços e me levou para a sala do diretor. Ele era uma padre, que, inclusive, tinha me batizado, me conhecia e à minha família também. Perguntou-me sobre o fato e eu lhe contei o que havia ocorrido. Chamou meu pai, me pediu para sair da sala e conversou com ele. Só me recordo que tomei uma reprimenda na escola e ouvi os “parabéns “ de meu pai.
Naquele dia, lembrei-me da história de Davi e Golias, guardadas as devidas proporções. Deus me ajudou tanto que resolvi o problema e o menino veio me pedir desculpas, e de fato nos tornamos amigos e somos até hoje. Então, chega dessa desculpa de “se ficar o bicho pega, e se correr o bicho come”, e resolvam logo seus problemas.
Os problemas nunca deixarão de existir nessa vida, mas nunca estamos sozinhos na batalha. Há um Deus que nos ama. Ele deve estar à frente.
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