Quando eu era pequenino, minha mãe me acalentava, com voz bela e suave, ela sempre me embalava. Maria Eunice Cabral de Santana. Filha de uma prole de doze irmãos, era ela (com minha vó materna, Maria Senhora) quem sempre unia e reunia a família em sua casa. Cresci vendo esse clima de amizade e conciliação entre seus irmãos.
Fui crescendo, já rapazinho, minha mãe de mim sempre cuidava. Via tudo que eu fazia, juízo ela me dava. Cresci em Itabuna, onde sempre tive boas relações e recordações, dos amigos de infância e dos vizinhos. Naquele tempo, à noite, após o café – sem televisão e nem marginais –, seus moradores colocavam cadeiras na calçada para conversar.
Mamãe era uma sulbaiana convicta, que sempre conservou as amizades de sua terra. Homem feito e casado, mamãe eu procurava. Procurava seus conselhos, que ela sempre ditava. Cresci. Estudei. Casei. Meus irmãos também casaram. Minha mãe continuou sendo o centro da união de toda sua prole. Era possuidora de muita sabedoria e contava com a fortaleza de sua alma. Procurávamos nossa mãe Nicinha para aconselhamento.
Às vezes éramos “convidados a receber conselhos”. Hoje varão maduro e já sem minha mãe no plano terrestre, lembro o que ela falava. Fecho os olhos e recordo do tempo que me embalava. Minha mãe foi um anjo divino que cobriu seus filhos de amor. Esse anjo já se foi, mas nos deu como herança seus valores morais e sociais que hoje transmitimos para nossos filhos e netos. Tenho certeza que esses ensinamentos serão perpetuados para as futuras gerações da família.
Nós, os filhos, vivemos num círculo familiar onde há harmonia, afeto, proteção e apoio aos conflitos. Dividimos os mesmos sentimentos e as mesmas lágrimas. As brigas de hoje são a reconciliação de amanhã. Um olhar, uma palavrinha e a harmonia está de volta. A família de Maria Eunice Cabral de Santana está sempre junto, nós nos entendemos, nos completamos.
Em nossos encontros falamos do presente, recordamos o passado e fazemos planos para o futuro. Lembramos fatos tristes, engraçados e alegres. E tudo sob o olhar firme e conciliador do nosso saudoso pai, Abimael Cabral de Santana, que nos seus 89 anos de idade, incorporava e fortalecia nossas lembranças de nossa saudosa e eternamente amada mãe Nice, mas que hoje também está com a amada esposa na morada celestial.
Neste domingo de maio (12), dedicado às mães, homenageio o anjo protetor que Deus nos dá logo ao nascer. A mulher virtuosa, de coração grande e de braços abertos... as mães. Por Val Cabral.
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