O Natal chegou no primeiro segundo da madrugada de hoje e, com ele, ressurge essa capacidade inerente aos seres humanos de refletirmos sobre nós mesmos e sobre a vida como um todo. Temos a oportunidade de fazermos um balanço de ganhos e perdas e do formato das nossas ações durante todo um ano de vivências familiares, profissionais e, porque não, espirituais.
Se a vida é uma grande espiral rumo ao infinito, um ano vivido pode ser interpretado como um ciclo menor, que serve de guia para avaliarmos e repensarmos esse outro maior, cheio de mistérios e possibilidades. Pensando assim, chegamos ao fim de mais um ciclo, ao fim de mais um ano e como nos questiona o clássico natalino interpretado pela cantora Simone: “Então é Natal e o que você fez?”, diz a letra.
O que fizemos das inúmeras oportunidades de perdoarmos, de sermos mais tolerantes, de aliarmos a solidariedade às nossas ações diárias. Quando criança eu tive a sabedoria, para alguns apenas inocência, de acreditar em Papai Noel. Meus olhos brilhavam ao receber o mais simples dos brinquedos. Para mim, as crianças que vivenciam essa fase, em geral, não perdem a capacidade, quando adultos, de perceber e esperar os milagres da vida.
Por que antecipar a consciência da realidade? Ela chega, de qualquer maneira, como decorrência do tempo que passa. Aos poucos a magia vai se consumindo. Luzes e cores. Ceias, espumantes e alegorias. E, como palco de fundo, a canção Noite Feliz, entoada nas catedrais suntuosas ou nas capelinhas humildes, à luz embaçada de velas – lembrando o sentido íntimo do natal: a manjedoura e a espiritualidade daquele que, simbolicamente, veio a terra para remir a humanidade.
Presentes? Não peço mais os presentes materiais que tanto me agradavam, pois estes a labuta de toda uma vida me permitem, dentro do possível, conquistar. Agora, peço presentes talvez mais difíceis, mas que alegram meu coração ainda repleto da mesma esperança do menino do meu passado. Peço um basta para as grandes mazelas do mundo como a fome, a violência, a ingratidão, assim como o ódio, espalhados em tantos corações que não conhecem a esperança.
Os natais que já vivi se eternizam em minha alma. Muitos sonhos ainda me encantam e nem penso em recusá-los. Se o universo nos concede mais uma chance por que não aproveitá-la? A vida é a coisa mais preciosa que temos. E neste sagrado 25 de dezembro, quero desejar para todas as nossas amigas e todos os nossos amigos internautas... Feliz Natal!.
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