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Câmara de Ilhéus - Acompanha sessões remotas

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Bocão 64

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Por que devemos falar mais sobre a saúde mental das mulheres


Agentes de mudança social, as mulheres são referências dentro de seus núcleos familiares e representam parte fundamental da força de trabalho na educação e na atenção básica à saúde. No tocante a diversas áreas da saúde, elas também são foco de grandes campanhas de prevenção, voltadas principalmente para o câncer de mama, o câncer de colo de útero, as infecções pelo HPV… Mas por que não inserir nesse rol os cuidados com a saúde mental?

Algumas estatísticas refletem a realidade e o sofrimento de grande parte das mulheres. De acordo com a Mental Health Foundation, um estudo realizado em 2016 no Reino Unido evidenciou que uma em cada cinco mulheres de 16 a 25 anos apresentava algum problema psicológico, com relatos de automutilação e casos de suicídio.

No contexto nacional, uma pesquisa conduzida entre maio e junho de 2020 pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP mostrou que, durante a pandemia da Covid-19, as mulheres foram as mais afetadas psicologicamente, apresentando 40,5% de sintomas de depressão, 34,9% de ansiedade e 37,3% de estresse.

Nessa discussão, precisamos adotar um olhar que vai além da perspectiva biológica e considerar as condições de gênero, que sobrecarregam e impactam a saúde mental, implicando diferentes suscetibilidades e exposições a riscos específicos de sofrimento psicológico.

Além do perfil multitarefa, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que consequências negativas podem se associar a violências domésticas e reprodutivas, desvantagem socioeconômica, educacional e em termos de oportunidades no mercado de trabalho, status social baixo ou subordinado, responsabilidade incessante pelo cuidado de outras pessoas, padrões irreais de estética, entre outros. Os obstáculos são ainda maiores para mulheres negras e periféricas, submetidas a outros contextos de discriminação.
Tais dados evidenciam a necessidade de fortalecermos a conscientização individual e coletiva sobre a importância da prevenção ao sofrimento psíquicos entre as mulheres. Um primeiro passo para edificar essas iniciativas de informação é o levantamento Caminhos em Saúde Mental, feito pelo Instituto Cactus, em parceria com o Instituto Veredas.Esse trabalho promove um apanhado sobre os principais consensos nacionais e internacionais em saúde mental, bem como um resgate histórico do tema no país. Por meio de um olhar dedicado a grupos negligenciados, como mulheres e adolescentes, o material convida à construção de estratégias e políticas públicas de atuação em esforços conjuntos de governos, academia, setores de saúde e assistência, além da sociedade civil.

Vamos amplificar o debate sobre saúde mental e normalizar a conversa sobre o tema, pavimentando o olhar e o investimento na área e atuando preventivamente no cuidado com a saúde mental da mulher?

Fonte: Saúde Abril / Maria Fernanda Quartiero é diretora-presidente do Instituto Cactus, e Luciana Barrancos é gerente executiva da mesma entidade voltada à saúde mental.

Prefeito Mário Alexandre e Soane Galvão entregam gripário na UPA da Conquista; unidade é referência em Ilhéus


 // Seções

Prefeito Mário Alexandre e Soane Galvão entregam gripário na UPA da Conquista; unidade é referência em Ilhéus

O equipamento de saúde vai funcionar na UPA e visa atender pacientes com sintomas gripais de leve a grave complexidade

Leia em: 2 minutos

O gripário de Ilhéus foi entregue na última 6ª feira (4.fevereiro) pelo prefeito Mário Alexandre, que visitou as instalações acompanhado de secretários (Soane Galvão e André Cezário) e vereadores. O equipamento de saúde vai funcionar na UPA (Unidade de Pronto Atendimento da Conquista) e visa atender pacientes com sintomas gripais de leve a grave complexidade.

O prefeito ressaltou a importância da abertura do centro de referência para garantir ampla assistência à população e diminuir a pressão sobre as unidades de saúde do município. “Mais um trabalho realizado para salvar a vida das pessoas. Com o apoio do Governo da Bahia, montamos o gripário, que conta com atendimento ambulatorial e toda assistência necessária para prestar um serviço de qualidade, com leitos de hidratação e semi-intensivos. Mais uma vez Ilhéus é referência em saúde para toda a nossa região”.

O gestor frisou ainda que os cuidados contra a Covid-19 precisam ser mantidos. A nova estrutura complementa a rede de urgência e emergência da cidade e presta assistência em regime de plantão 24 horas, dispondo de sala para medicação; hidratação; leitos de retaguarda, montados com monitores, ventiladores mecânicos e suporte de oxigênio intensivo; além da coleta diária de teste rápido e RT-PCR para detecção da Covid-19, no turno da manhã.

 // Seções

Prefeito Mário Alexandre e Soane Galvão entregam gripário na UPA da Conquista; unidade é referência em Ilhéus

O equipamento de saúde vai funcionar na UPA e visa atender pacientes com sintomas gripais de leve a grave complexidade

Leia em: 2 minutos

O gripário de Ilhéus foi entregue na última 6ª feira (4.fevereiro) pelo prefeito Mário Alexandre, que visitou as instalações acompanhado de secretários (Soane Galvão e André Cezário) e vereadores. O equipamento de saúde vai funcionar na UPA (Unidade de Pronto Atendimento da Conquista) e visa atender pacientes com sintomas gripais de leve a grave complexidade.

O prefeito ressaltou a importância da abertura do centro de referência para garantir ampla assistência à população e diminuir a pressão sobre as unidades de saúde do município. “Mais um trabalho realizado para salvar a vida das pessoas. Com o apoio do Governo da Bahia, montamos o gripário, que conta com atendimento ambulatorial e toda assistência necessária para prestar um serviço de qualidade, com leitos de hidratação e semi-intensivos. Mais uma vez Ilhéus é referência em saúde para toda a nossa região”.

O gestor frisou ainda que os cuidados contra a Covid-19 precisam ser mantidos. A nova estrutura complementa a rede de urgência e emergência da cidade e presta assistência em regime de plantão 24 horas, dispondo de sala para medicação; hidratação; leitos de retaguarda, montados com monitores, ventiladores mecânicos e suporte de oxigênio intensivo; além da coleta diária de teste rápido e RT-PCR para detecção da Covid-19, no turno da manhã.

ONDE DEVO IR?
Pessoas que apresentarem sintomas gerais, excluindo o quadro respiratório, devem procurar o PA da Zona Sul e os hospitais conveniados ao SUS Hospital São José, COCI e Hospital Regional Costa do Cacau. Já as crianças com ou sem sintomas gripais devem se dirigir ao Pronto Socorro Pediátrico do Hospital Santa Dulce, antigo Hospital Vida Memorial.

Conforme a Secretaria de Saúde (Sesau), são considerados sintomas gripais de leves a graves: dor de cabeça, dor de garganta, coriza, tosse, dificuldade para respirar, pressão ou dor no tórax, febre alta e lábios azulados. Além da abertura do gripário e do avanço da vacinação, é essencial que a população mantenha as medidas de prevenção contra a Covid-19, com uso de máscara de proteção, higienização das mãos e distanciamento físico. 

Fonte: Pauta blog

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Representatividade das mulheres na política.

 





Nos últimos anos, o Brasil vivenciou uma progressão no debate público em torno das questões femininas. Temas comassédioabortomaternidade e carreira, vem sendo discutidos amplamente na sociedade e ganhando espaço no cenário político. A luta pelo direito das mulheres vem progredindo não só no Brasil, mas em todo o mundo. Alguns avanços já foram conquistados nas última décadas, como o direito ao voto e o direito de serem eleitas. Porém, no que tange a representatividade das mulheres na política, esse debate ainda se encontra muito distante do desejado.

Muitas mulheres ainda têm dificuldades de ocupar cargos de poder, serem eleitas ou terem voz ativa nas tomadas de decisões políticas. Isso acontece devido à exclusão histórica das mulheres na política e que reverbera, até hoje, no nosso cenário de baixa representatividade feminina no governo.

Mulheres na política do Brasil

Segundo o Inter-Parliamentary Uniono Brasil é um dos piores países em termos de representatividade política feminina, ocupando o terceiro lugar na América Latina em menor representação parlamentar de mulheres. No ranking, a nossa taxa é de aproximadamente 10 pontos percentuais a menos que a média global e está praticamente estabilizada desde a década de 1940. Isso indica que além de estarmos atrás de muitos países em relação à representatividade feminina, poucos avanços têm se apresentado nas últimas décadas.

Esse cenário se observa em todas as esfera do poder do Estado. Desde as câmaras dos vereadores até o Senado Federal, essa taxa de representatividade ainda permanece muito baixa, mesmo em um cenário no qual 51% dos eleitores são mulheres. O quadro abaixo, com dados de 2016, mostra como o número de mulheres na política é baixo no Brasil. Como você pode ver, naquele ano, apenas um cargo de governo estadual era ocupado por mulher, hoje a situação não é muito diferente, apenas dois governos estaduais não são governados por homens.



Diante desse quadro, percebe-se que as mulheres não têm alcançado as esferas de poder do Estado de maneira igualitária, o que as deixa à margem dos processos de elaboração das políticas públicas. Ou seja, as mulheres não se encontram devidamente representadas nesse sistema político vigente.

Embora existam cotas eleitorais (lei que assegura uma porcentagem mínima de 30% e máxima de 70% a participação de determinado gênero em qualquer processo eleitoral vigente) esse mecanismo pouco tem contribuído para melhorar a atuação e a chegada das mulheres aos cargos do governo brasileiro. Como dissemos anteriormente, o percentual de mulheres no poder permanece quase o mesmo desde 1940.

Além disso, muitas das candidatas que se inscrevem na lista de cotas partidárias são consideradas candidatas laranjas, ou seja, são mulheres que não têm interesse em pleitear um cargo político, estão ali só para cumprir o coeficiente necessário que os partidos devem ter para serem considerados legais no processo eleitoral. Algumas nem chegam a fazer campanha política e também não obtém votos qualificados.

Dessa forma, a aplicação das cotas vem sendo questionada em relação a sua eficácia no Brasil, pois confere a responsabilidade dos partidos para a promoção da paridade de gênero, mas não tem alcançado uma participação igualitária nos partidos.

Como melhorar a representação das mulheres na política?

Diante desse cenário, algumas ações foram tomadas com a finalidade de contribuir para a inclusão e a representatividade das mulheres no meio público. Uma das ações que merece destaque é a Plataforma 50-50 lançada pelo Instituto Patrícia Galvão (IPG) e o Grupo de Pesquisa sobre Democracia e Desigualdades da Universidade de Brasília (Demode/UnB) para as eleições municipais. O principal objetivo do projeto é contribuir para uma maior igualdade entre homens e mulheres no processo eleitoral. Para isso, os candidatos e candidatas assumem compromissos com a igualdade de gênero.  A iniciativa conta com a parceria do Tribunal Superior Eleitoral e da ONU Mulheres.

Agenda 50-50 é um projeto que entende que as políticas públicas são primordiais para o exercício da igualdade de gênero e empoderamento das mulheres. Por isso, é imprescindível que homens e mulheres possam participar e contribuir para a elaboração dessas políticas, e assim, construir uma cidade melhor, com mais representatividade para todos.

Embora nos últimos anos tenhamos progredido em alguns aspectos em relação às questões dos direitos das mulheres, percebemos que na atuação política, muito ainda precisa ser feito. A desejada igualdade de gênero está em progresso e ações afirmativas como a Plataforma 50-50 estimulam o debate e contribuem para que possamos reparar essa desigualdade construída historicamente.  

Vale destacar ainda, que mesmo com a importância das iniciativas de ações afirmativas, essas não se configuram como meio e fins únicos para a viabilização de mais mulheres na política. Para isso, é necessário que os políticos, os partidos e o Estado se comprometam com uma agenda mais igualitária e que a sociedade civil consiga estimular e exigir uma mudança nesse cenário.


Referências do texto: confira aqui onde encontramos dados e informações!

BUENO, Juliana Moura. Ainda precisamos falar sobre as mulheres na política. 2017. 

REZENDE, Daniela Leandro. Desafios à representação política de mulheres na Câmara dos Deputados. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 23, n. 3, p. 1199-1218, set. 2017

ROSSI, M. Brasil, a lanterna no ranking de participação de mulheres na política

SENADO FEDERAL. + Mulheres na Política . Brasília: Procuradoria Especial da Mulheres. 

Senado Federal – Tabela


por: karoline Florentino





A saúde da beleza é violência de gênero

 

Abdominoplastia para reduzir as gorduras do abdômen; Mini lifting facial para rejuvenescimento facial; Lipoaspiração para eliminar gorduras localizadas; Mamoplastia de aumento ou redutora dos seios; Blefaroplastia para rejuvenescer a aparência das pálpebras; Rinoplastia para corrigir a aparência no nariz, Otoplastia para as orelhas; Frontoplastia para remodelar a testa; Gluteoplastia para aumentar o tamanho do bumbum; Botox para rugas, marcas de expressão, sombrancelhas; Bioplastia para aumento de lábios, queixo, mandíbula, maçãs do rosto; Braquioplastia para eliminar flacidez ou pele da região do braço, Rejuvenescimento das mãos a laser ou cirúrgica; Ninfoplastia ou labioplastia cirurgia para retirada ou enchimento nos grandes lábios e de aparência da vagina; Rejuvenescimento Vaginal para o canal da vaginal ser mais apertado e estreito, etc, etc, etc…. Poderia preencher páginas e páginas com nomes de procedimentos estéticos aqui… e, inclusive acho que exagerei, mas essa introdução é apenas uma ilustração dos inúmeros procedimentos da Saúde Estética em nome da beleza existentes para o público majoritariamente Mulheres.

Essas são algumas intervenções cirúrgicas propostas pela medicina para a “saúde” e beleza da mulher no nosso país e no mundo, hoje em nome da “autoestima” e “saúde” você pode mudar qualquer parte do seu corpo, claro que se tiver como bancar, será mais rápido e seguro, já que esses procedimentos costumam ser caros e quem acaba consumindo é a classe média, alta do país. Contudo, muitas mulheres pobres impulsionadas pela mídia da beleza e da saúde como estética, acabam buscando essas intervenções com ofertas mais populares, em outros países sempre com o slogan de milagres, mas nem sempre tem o resultado desejado que viu na celebridade no Instagram, pior ainda quando termina em morte.

Segundo a Sociedade internacional de Cirurgia Plástica Estética – ISAPS, o Brasil em 2018 fez 1.498.327 cirurgias estéticas, somos hoje o país com mais procedimentos estéticos do mundo, seguido pelos Estados Unidos, Alemanha e Itália. Segundo o estudo, 87.4% dos pacientes no mundo todo, são as mulheres que mais buscam pelos procedimentos estéticos.

Uma pesquisa de doutorado da UNIFESP, defendida em 2017, antes desses dados serem divulgados pelo ISAPS, apresentou que “mais de 90% das certidões de óbito de pessoas que faleceram após passarem por lipoaspiração não trazem informações precisas. O preenchimento incorreto dificulta estabelecer a real causa da morte.”

Os dados fazem parte da tese de doutorado de Di Santis, defendida no Programa de Pós-Graduação em Saúde, baseada em evidências, na Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) – Campus São Paulo. O trabalho reacendeu, entre os especialistas, um antigo debate para a criação de um projeto de lei que torne obrigatória a notificação de casos de complicações e mortes por lipoaspiração em todo o território nacional.

O pesquisador Érico Pampado Di Santis explica em sua tese que falta informações precisas sobre a causa de mortes nesses procedimentos estéticos e que 98% das vítimas são mulheres.

A beleza do corpo, especialmente o feminino, é regulamentada por uma norma rígida e única: a magreza. Não existe alternativa legítima a esse modelo. Impossível realmente imaginar uma pin-up, uma estrela, uma top model, enfim, que não corresponda ao imperativo da magreza absoluta. É o modelo da hipermagreza. A moda tornou-se mais tolerante. A beleza, ao contrário, tornou-se mais despótica, autoritária e inflexível. A proliferação de imagens – cinema, televisão, fotos, publicidade – reforça o modelo dominante e castiga qualquer divergência. A consequência disso é a hiperdimensão tomada pelas dietas, pelas academias de ginástica e pelas cirurgias plásticas. Ser magro é um imperativo categórico. Toda infração à norma é malvista e criticada. (LIPOVETSKY, 2016, p.12).

Vale tudo para alcançar esse corpo construído continuamente como aquele que é sinônimo de felicidade, beleza, saúde. Conquistar esse corpo magro, enaltecido socialmente, é um tipo de status e, para lograr essa conquista, como um prêmio, vale qualquer coisa.

Nosso corpo é considerado um portfólio de apresentação, define quem somos ao outro, que nos julga através do que vê. Sendo assim, emagrecer é um imperativo central na vida da maioria das mulheres, com motivação estética e do discurso vigente de saúde.

O mercado do emagrecimento lucra com um exército industrial para atender à ordem de ter um corpo magro e malhado, são chás, shakes, pílulas, programas, dietas e receitas milagrosas que prometem resultados rápidos e sem consequências para a saúde, mas que não cumprem o que garantem.

A discussão do emagrecimento, das dietas e dos produtos para alcançar um corpo com saúde saiu dos consultórios e laboratórios e ocupou o cotidiano das pessoas. Em todos os espaços sociais existem conversas sobre receitas e controles sobre o corpo, destacando-se como atingir isso rapidamente. (JIMENEZ-JIMENEZ, 2020, p. 119)

O mercado do emagrecimento apoia-se na mídia e boca a boca, e as matérias sensacionalistas que vemos sobre a epidemia da obesidade colaboram para essa busca frenética e, consequentemente, a venda de produtos que deixem o corpo menor, magro, firme, branco, atrativo, etc.

A saúde da beleza é violência de gênero, porque em nome da saúde e da imposição desde pequenas em todas as instituições que frequentamos é exigido, ensinado e impulsionado o consumo de uma construção de corpo “perfeito” sem a verdadeira seriedade e riscos que todos esses procedimentos acarretam como violência na mulher.

Dormir com fome, ter muitas dores nas cicatrizações das cirurgias, malhar até a exaustação, etc… são alguns exemplos corriqueiros que a maioria das mulheres já experimentaram para alcançarem o corpo que nos vendem como saudável, feliz e belo… isso é violência de gênero também!

 

Para Consultar

 

– DI SANTIS, Érico Pampado. Mortes relacionadas à lipoaspiração no Brasil entre 1987 e 2015. 2017. 215 f. Tese (Doutorado em Ciências) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2017.

– Sociedade internacional de Cirurgia Plástica Estética. Disponível em: https://www.isaps.org/pt/

– JIMENEZ-JIMENEZ, Luisa, Maria. Por que a BELEZA é tão importante para as MULHERES? 2018. (Blog/Facebook). Disponível em: https://www.todasfridas.com.br/2018/11/12/por-que-a-beleza-e-tao-importante-para-as-mulheres/

– JIMENEZ-JIMENEZ, Luisa, Maria. Lute como uma gorda: gordofobia, resistências e ativismos. 2020. Doutorado (Programa de Pós Graduação em Estudos de Cultura Contemporânea – ECCO) – Faculdade de Comunicação e Artes da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT. Cuiabá, MT, Brasil. Disponível em: http://lutecomoumagorda.home.blog/tese-de-doutorado-lute-como-uma-gorda-gordofobias-resistencias-e-ativismos/

– WOLF, Naomi. O mito da beleza: Como as imagens de beleza são usadas contra as mulheres. Rio de Janeiro: Rocco, 2018.

 por:  | Todas Fridas

Sou feminista e vivi um relacionamento abusivo? Como pode isso acontecer?

 

Recebo em meu consultório e escuto diversas mulheres com intenso sentimento de culpa se questionando: “Eu sou feminista, conheço sobre relacionamentos abusivos e não percebi  quando estava em um. Como pode isso acontecer? Será que eu esqueci tudo que eu sei?”

Eu arrisco em dizer para vocês que nós mulheres somos socializadas para termos relações abusivas e para aceitarmos menos do que merecemos, as famosas “migalhas”.  Trarei aqui para vocês, alguns aspectos da nossa socialização, que ficam fixados até mesmo no nosso inconsciente:

  • Romantização de violência como amor desde a infância – Passamos para nossas crianças uma visão extremamente deturpada do que é amor.

Quem ai quando era criança tinha um colega de escola do qual viviam se batendo e brigando? E que os adultos diziam “Esses ai quando crescerem vão casar”. Ou mesmo já ouviu na infância/adolescência que se tem algum menino na escola que fica te “pentelhando” constantemente é porque ele gosta de você, se não gostasse te ignoraria. Assim, passamos para nossas meninas a ideia de que se alguém te agride, esse é um sinônimo de amor “oculto”.

Outro fator importante são as personagens, nas quais nos inspiramos e que ficam internalizadas em nosso imaginário. Destaco aqui as princesas da Disney. Podemos observar o quanto de abuso existe nessas histórias fantasiados de amor, mulheres beijadas enquanto estão dormindo sem consentimento, o homem representado sempre como salvador da vida das mulheres, incentivo a rivalidade feminina, princesa que se apaixona pelo seqüestrador, mulheres sendo celebradas por serem belas e caladas e sempre o encontro do “FELIZES PARA SEMPRE”, quando se encontra um príncipe encantado para se viver o romance de conto de fadas. Mulheres solteiras e não pertencentes ao padrão de beleza, são colocadas como bruxas más e solitárias. E eu imagino que quando você era criança queria ser a princesa e não a bruxa né? Pois é, eu também!

  • Maternidade e ideal de casamento compulsórios

 Eu não sei se alguma menina já foi questionada se gostaria de casar e ser mãe, porque eu nunca vi! É sempre um “quando você for”. Me lembro de desde criança já pensar em como seria meu casamento (Que loucura né?) e colocava os nomes das minhas bonecas dizendo que estes seriam os nomes das minhas filhas no futuro. Eu já havia refletido se gostaria de casar e ter filhos? Claro que não, pois era uma criança! E imagino que vocês também não, daí vem a ideia de compulsório, é como se fosse o seu destino certo como mulher, e mais do que isso, sua OBRIGAÇÃO, é passado para nós, como o que nos faz ser mulher. Por conta disso, a menarca (primeira menstruação) é um momento tão épico, é como se somente a partir daí pudéssemos ser vistas como mulheres, “mocinhas”, pois podemos gerar filhos.

A grande ideia do casamento, não veio de um ideal romântico de “felizes para sempre”, mas sim de uma necessidade financeira, capitalista. Mulheres não tinham diversos direitos como cidadãs e não eram consideradas capazes de fazer a gestão das terras de seus pais, dos quais receberiam heranças. Até hoje, mulheres são consideradas incapazes de lidar de maneira responsável com suas finanças, imagina naquela época né? Então, os pais que não tinham filhos homens entendiam que não tinham para quem repassar seus bens, visto isso surgiu à ideia de “arranjar” casamentos para suas filhas, com homens de famílias ricas, para que a fortuna das famílias continuasse prosperando. Nada romântico né?

Assim como muitos símbolos do casamento, o branco que celebra a virgindade da mulher, o pai entregar no altar, que representa a transmissão de um homem que era “dono”, para outro homem que será “dono”. Adicionar o sobrenome do marido ao seu nome, que é a demarcação final do patriarcado de propriedade privada.

Que horror! Então está dizendo que não podemos casar? Que não podemos utilizar todos estes rituais? Claro que não! Porém, a conscientização sobre todo este significado é importante, para não nos levar ao desespero para o casamento, que o patriarcado nos prega, pois ele precisa que nos casemos, dediquemos a maior parte de nossas vidas e energia para um homem e que tenhamos filhos para que tenha continuidade.

Como Silvia Federici aponta: “Imagina se as mulheres entram em greve e não produzem mais filhos, o capitalismo para! Se não há controle sobre o corpo da mulher, não há controle da força de trabalho!”

O patriarcado nos leva a compreender que nosso único destino possível é o que nos mostram nas princesas: Dedicar a nossa vida em busca de um príncipe encantado, para termos nossos felizes para sempre. Engraçado que depois do casamento a maior parte das histórias acaba né? Não nos deixam saber se o feliz foi de fato tão feliz assim…

  • Padrão de beleza e incentivo ao ódio ao nosso corpo

Já existiram diversas maneiras de controlar mulheres, pelas tarefas domésticas intermináveis, controle dos homens sobre a autonomia e toda vez que qualquer estratégia se enfraquece, surge outra para fortalecê-la. A estratégia mais recente e ao mesmo tempo antiga, de controlar nossos comportamentos é a de ódio ao nosso corpo e busca incessante por um padrão de beleza inalcançável, que nos valide como mulheres interessantes e desejáveis para os homens.

Naomi Wolf já nos traz que: “O mito da beleza gera nas mulheres uma redução do amor próprio, com o resultado de altos lucros nas empresas, a ideologia da beleza mostra as mulheres que elas têm pouco controle e pouca escolha. As imagens de mulheres segundo o mito da beleza são simplistas e estereotipadas.”

Tudo isso nos faz acreditar que nunca somos suficientes para os homens e mesmo para nós mesmas. Nunca somos bonitas e interessantes o suficiente, pois não pertencemos ao padrão de beleza, e mesmo aquelas que pertencem, acreditam que não pertencem, pois nunca se vêem como as modelos nas capas de revistas.

Toda esta preocupação com a beleza reduz nossa autoestima, faz com que nos “apaguemos” em uma busca constante de algo irreal e inalcançável.

Mas o que tudo isso tem a ver com relacionamentos abusivos?

TUDO!

Todas nós mulheres, somos atravessadas por estas e tantas outras pressões e imaginários sociais, corremos atrás de tudo isso sem nem saber por quê. Nascemos e tão logo nos preocupamos com nossos casamentos, filhos, dietas (cerca de 70% das meninas de até 4 ANOS estão insatisfeitas com seus corpos), se nossos cabelos estão bonitos os suficientes e tão logo se entraremos na tão fatídica lista de “meninas mais bonitas da sala”, das quais os meninos caem de amores.

Tudo isso nos atravessa e corremos atrás de nossos casamentos, corpos perfeitos, família idealizada em moldes patriarcais sem nem saber por que e se de fato queremos, entendemos que PRECISAMOS.

Tudo isso afeta nossa autoestima drasticamente e nos faz acreditar que merecemos migalhas afetivas, ou que merecemos “pouco”. Muitas vezes, nos sentimos tão mal solteiras e recebemos tantos julgamentos que nos convencemos que é suficiente um homem abusivo que apareça em nossas vidas, ou mesmo aceitar pouco por acreditarmos nunca conseguiremos um “bom” parceiro, por não nos sentirmos bonitas e interessantes o suficiente. Por toda esta romantização da violência como amor desde a infância que se perpetra por toda nossa vida, acreditamos que a violência é normal, “ele vai mudar”, “é só uma fase” e que o divórcio e a solteirice são um fracasso.

Tudo isso que citei atravessa a vida de todas nós, mulheres, feministas ou não e exercem força maior do que imaginamos.

Se você teve ou está em um relacionamento abusivo se perdoe, considere toda esta socialização, além ainda de nossos fatores intrapsíquicos, visão que cada uma temos de amor, vivências de nossas antepassadas…

Conhecimento é poder! Que busquemos racionalizar! Não nos permitir sermos levadas pelas armadilhas do patriarcado.

Faça terapia, cuide se sua saúde mental!

Se está em um relacionamento abusivo BUSQUE ajuda para sair dessa relação quanto antes. Se vive os traumas e gatilhos pelos abusos vividos em uma relação passada, busque terapia também, para se curar.

Você não precisa de um homem, de um casamento, de filhos, de um corpo no padrão de beleza, de nada para ser incrível ou para ser mulher. VOCÊ É O SEU UNIVERSO, APRECIE-O!


por:  | Somos todas Fridas.

Pela primeira vez em 85 anos laboratório da Nasa terá uma mulher como diretora

 



Laurie Leshin assume formalmente suas funções como diretora do JPL da NASA e vice-presidente da Caltech em maioWorcester Polytechnic Institute

Pela primeira vez em seus 85 anos de história, o Jet Propulsion Laboratory (JPL) da Nasa tem uma diretora. A geoquímica e cientista espacial Laurie Leshin atuará como diretora do JPL e vice-presidente do Instituto de Tecnologia da Califórnia, ambos localizados na cidade de Pasadena (EUA).

A nomeação de Leshin também marca a primeira mulher vice-presidente da Caltech desde que a instituição foi criada há 130 anos. Professores e alunos da Caltech fundaram o JPL em 1936 e gerenciam o laboratório em nome da NASA desde 1958.

É uma espécie de regresso a casa para Leshin, que obteve seu mestrado e doutorado em geoquímica pela Caltech e atuou como membro da equipe científica do rover Curiosity que analisou dados para encontrar evidências de água na superfície de Marte.

Leshin também passou mais de duas décadas apoiando e planejando as próximas missões Mars Sample Return, que devolverão amostras marcianas coletadas pelo rover Perseverance à Terra até a década de 2030. Todas essas missões de exploração de Marte são gerenciadas pelo JPL.

Como cientista, Leshin se concentrou em entender onde e quando a água esteve presente em todo o nosso sistema solar. Leshin também tem um histórico impressionante de servir na academia, ocupando cargos de alto escalão na NASA e duas nomeações na Casa Branca.

Leshin é presidente do Worcester Polytechnic Institute, uma das mais antigas universidades privadas STEM dos Estados Unidos, desde 2014. Ela sucederá Michael Watkins, o diretor anterior do JPL que renunciou para retomar sua carreira acadêmica e de pesquisa no Caltech em Agosto.

“O Laboratório de Propulsão a Jato da NASA tem um histórico de desafiar o que antes era considerado impossível no campo da exploração espacial. Nesta nova era de descobertas inovadoras e inovação constante, é claro que a Dra. Laurie Leshin tem um histórico de erudição e liderança precisava servir como diretor do JPL e consolidar o status do centro como líder global no século 21”, disse o administrador da NASA, Bill Nelson, em um comunicado.

“Sob o Dr. Leshin, a tecnologia inventada no JPL continuará a permitir que os humanos explorem os lugares em nosso universo que ainda não podemos alcançar e estimular a imaginação de futuros matemáticos, engenheiros e pioneiros nas salas de aula em toda a América.”

Anteriormente, Leshin atuou como diretora de ciência e exploração no Goddard Space Flight Center da NASA em 2005, antes de ser promovido a vice-diretora de ciência e tecnologia em 2008. Nessa função, Leshin supervisionou mais de 50 projetos terrestres e espaciais.

Leshin tornou-se a vice-administradora associada da Diretoria de Missões de Sistemas de Exploração na sede da NASA em Washington em 2010. Lá, ela supervisionou os esforços para lançar as bases para futuros programas de voos espaciais tripulados. Esses recursos agora fazem parte da tripulação comercial, que entrega astronautas à Estação Espacial Internacional, e do programa Artemis, que busca pousar a primeira mulher e a primeira pessoa negra na Lua em 2025.

“Estou emocionada e honrada por ser nomeada diretora do JPL”, disse Leshin em comunicado.

“Algumas das experiências mais impactantes da minha carreira ocorreram no campus da Caltech e no JPL – lições aprendidas e metas alcançadas que me moldaram como líder e cientista espacial. A oportunidade de voltar a trabalhar em estreita colaboração com tantos colegas em toda a Caltech – no laboratório e no campus – e na NASA é um sonho tornado realidade.”

Durante seu tempo como presidente do Worcester Polytechnic Institute, Leshin se concentrou em abordar a disparidade de gênero em STEM, desenvolveu novos espaços acadêmicos e expandiu a pesquisa. O instituto STEM agora tem a maior porcentagem de estudantes de graduação do sexo feminino.

Ela atuou na Comissão de Implementação da Política de Exploração Espacial dos Estados Unidos do presidente George W. Bush em 2004, e o presidente Barack Obama a nomeou para o conselho consultivo do Museu Nacional do Ar e do Espaço da Smithsonian Institution em 2013.

Leshin recebeu a Medalha de Liderança Excepcional e a Medalha de Serviço Público Distinto da NASA, bem como o Prêmio de Ex-alunos Distintos da Caltech.

“Laurie Leshin se destacou em uma exaustiva pesquisa internacional por causa de seu profundo compromisso com as pessoas, sua abordagem estratégica para oportunidades científicas e tecnológicas, sua profunda apreciação pela liderança da NASA em exploração espacial e ciências da Terra, seu domínio de organizações complexas e sua capacidade de inspirar a próxima geração de cientistas e engenheiros”, disse Thomas F. Rosenbaum, presidente da Caltech e da cadeira presidencial Sonja e William Davidow e professor de física, em um comunicado.

“Estamos muito satisfeitos por poder dar as boas-vindas a Laurie de volta ao campus e ao JPL.”

Leshin também recebeu o Prêmio Nier da Meteoritical Society, concedido por pesquisas de destaque em ciência planetária ou o estudo de meteoros e meteoritos. Ela ainda tem um asteroide com o nome dela, o asteroide 4922 Leshin, pela União Astronômica Internacional.

Ela começará seu novo cargo em maio.

“Temos enormes oportunidades pela frente para alavancar a liderança global do JPL na exploração espacial robótica para responder a perguntas científicas inspiradoras e melhorar a vida aqui na Terra”, disse Leshin.

“Estou ansiosa pelo meu trabalho com a Caltech e a NASA para garantir que o JPL continue a impulsionar a inovação em todo o ecossistema espacial global”, disse ela.

“Estou especialmente honrada por ser a primeira mulher a ocupar o cargo de diretora do JPL. Sei por experiência própria que equipes diversas causam maior impacto e trabalharei todos os dias para garantir que o JPL seja um lugar onde todos pertençam e prosperem. Vamos ousar coisas poderosas, juntos.”